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quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Os Binitinhus

Com trinta dias. Ainda mama mas já dá voltinhas na amoreira
                       

Para quem segue meu blog, já sabe que tem um bando de saguis na minha vizinhança e comem bananas no meu quintal.
Para os que não seguem e caíram aqui por acaso, esclareço que chegou um casal há alguns anos e ficou porque conquistei a confiança do chefe. Colocamos o nome de Chefe Boran e a fêmea de La Fúria. Nos meses de fevereiro e setembro nascem as crias, duas de cada vez.

Com o aumento dos indivíduos, eu telefonei para o IBAMA e a Secretaria do Meio Ambiente e um técnico esteve aqui em casa. Eu não poderia ficar com um bando de mais de doze para fazer o controle. O técnico, educado e atencioso, veio com aquele discurso padrão, para  não alimentar e não chegar perto mas eu mostrei  para ele que isso é impossível. Com o discurso de que Eles se viram  para encontrar alimentos, eu o fiz esperar o bando vir na hora da tarde, antes de recolherem-se para dormir e mostrar como eles faziam isso, procurando comida aqui em casa.

O fato é que, depois disso, sumiram quatro duplas mais velhas e eu não sei se foram os técnicos, se foram turistas porque foi no mês de janeiro. Pode ser que tenham ido cuidar da vida, expulsos pelo Chefe Boran em busca de seu próprio território.

Dia 03 de setembro apareceram os novos filhotes. A fêmea comeu às 10 horas e às 13 horas apareceu com os filhotes na carcunda. Eu fiquei feliz porque foi demonstração de confiança. Ela é muito brava e arisca e, das outras vezes, os filhotes apareciam nas costas do Chefe Boran.

Cada dupla de filhotes é diferente, possuem suas características  e sabemos diferenciar enquanto crescem. Infelizmente não sei dizer como seria quando adultos porque não estão mais aqui.
O que eu gostaria é de ter uma câmera filmando, presa na amoreira onde aparecem as cenas do Chefe Boran, ensinando a andar nos galhos, a seguir o caminho para passar de um lado e outro, a iniciar a comer a banana, a saltar, a descer das costas de algum membro do clã.  O cuidado em proteger quando meu filho aparece, provocando o chefe e fingindo que vai pegar um deles.

Infelizmente, os documentários preocupam-se em mostrar os macacos saltando, cruzando ou sofrendo a ação dos predadores quando há muito mais do que isso. Inclusive o Chefe ensinando a obedecer e os filhotes não tomarem conhecimento enquanto são pequeninos, até dois semestres. Depois ficam na fila, esperando os pais comerem primeiro. E como furam a fila quando eu dou a banana um a um em pedacinhos.

Se eu conseguisse fazer um documentário com toda a evolução desses animaizinhos, o menor macaco do mundo, poderia exibir em algum canal para quem tem interesse na natureza livre. Se fosse um animal estrangeiro, já estava feito por um profissional do ramo. Um dia, quem sabe, evoluímos ou eu mesma deva procurar esse caminho. É... Vou ver se consigo.
     
- Chefe Boran, ensinando  a andar no galho
                                                                                                         

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Incentivo e aprendizagem

                                   


Preciso registrar minhas observações sobre o clã de Chefe Boran. Ele é o sagui, macho alfa, que apareceu na minha vizinhança com uma fêmea e um filhote.
Chamei um técnico da Secretaria de Meio Ambiente para planejarmos o controle do nascimento dos filhotes, dois de cada gestação, uma a cada semestre.
Ele ficou encantado com os saguis, nunca tinha visto um de perto a ponto de poder passar a mão. Veio com o discurso de não poder alimentar, tese feita por algum sabido que desconhece a realidade. E, concordou que a saída é a castração do macho alfa. Eu estou disposta a pagar o veterinário mas preciso de licença do IBAMA e quem consegue isso é a Secretaria de Meio Ambiente. O técnico ficou de dar retorno mas é preciso esperar a mudança de gestão com o novo prefeito.

Ao que eu disse que o pessoal do IBAMA havia deixado os saguis aqui perto, ele disse que deve ter sido alguém que os mantinha cativos e ficaram agressivos. Eu concordei porque macho alfa não se faz, nasce. E, Chefe Boran não deve se sujeitado ao cativeiro. 

Tenho feito vários textos para mostrar quão é maravilhoso esse macho alfa mas o prazer de ver ele agir é muito maior.

Pela manhã um dos filhotes, talvez o maior do vídeo e que nasceu em fevereiro, caiu várias vezes na tentativa de sair da cozinha e não conseguia. Os outros correram mas Chefe Boran ficou na saída , grunhindo como se incentivasse o filhote. Quando o pequeno alcançou o pai, pasmem, Chefe Boran o abraçou como se perguntasse se estava tudo bem. Eu não interferi porque já notei que o pai não interfere nas tentativas de aprendizagem dos filhotes e, no máximo, executa a tarefa para mostrar como deve ser feito. E, mais uma vez, pude presenciar esta cena e lamento não poder filmar para mostrar para vocês.

Eu não sei sei se bicho pensa mas é impressionante o que observo nesse sagui e seu bando, o retrato do pai, bonito, manso e de pulso firme. Ele deixa os filhotes no meu quintal porque sabe que, por aqui, também manda e desmanda.

                                  




sábado, 23 de janeiro de 2016

Tortinho se foi

                                                  

Para quem acompanha a saga dos saguis da minha vizinhança tenho uma notícia ruim. Um deles, adolescente, foi encontrado morto ontem ao pé de uma árvore, perto da minha casa. 
Esse sagui nasceu em 2014, portanto estaria adolescente pois ficam adultos com três a quatro anos. Apareceu com o pescoço torto mais ou menos em outubro do ano passado e perdeu o equilíbrio nos saltos. Suponho que, ao pular do muro para a árvore, bateu com a cabeça no tronco e morreu.
Maurício fez um buraco perto de onde Brisa foi enterrada e o enterramos. Chefe Boran, que é o pai, veio do lote perto, subiu em uma árvore e ficou olhando para nós com o pescocinho esticado. Quando acabamos, eu assobiei para ele. Acompanhou o meu trajeto na rua, seguindo-me pelo muro de casa. Coloquei banana, ele grunhiu fininho, a turma veio, comeram e se foram.
Tive vontade de cortar o rabinho do Tortinho para guardar  mas não tive coragem.
A vida continua...

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Marcas da vida









Tenho certeza que nenhum de vocês viu a marca de um mico estrela, feita em um tronco.
 O sagui também gosta da seiva das árvores. Vejam três marcas no tronco do limoeiro do meu quintal. Eu os vi fazendo. O buraquinho é onde eles voltaram para roer e tirar a seiva. 

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

O papai sagui

                                   

                                         

É ele quem leva  os filhotes nas costas. Ajuda a descer para o galho, monitora as redondezas.

Hoje Chefe Boran veio comer na cozinha e o filhote ficou chorando no galho da amoreira. Apertei  pedacinhos da banana e dei na boca. O pai veio, rapidíssimo, desceu até mim e  estapeou a minha cabeça com grunhidinhos. Acho que ele pensou que o filhote chorava por minha causa. Arranhou o meu nariz. Mas não arredei pé. Ele estava muito afobado mas acalmou-se quando viu que não havia perigo. Entretanto, ficou do lado do bichinho até ganhar confiança e , então, afastar-se novamente. Os cuidados com o filhote são formidáveis.