sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Lata d'água na cabeça

                                
Das casas aos edifícios: Quem aguenta?

Uma cidade praiana, fundada por Anchieta, com casas enfileiradas ruas afora serviu de cobiça para os especuladores. Quando começou a derrubada das casas o construtor era de fora. Até do Chile. Pouco a pouco o olho dos brasileiros cresceu e os herdeiros das casas contribuiram para a cidade virar paredão de fora a fora.A princípio eram quatro andares. Depois deram um jeitinho para ser seis. Num crescendo interesseiro, qualquer lote deu margem a edifícios de  dezoito andares.

 Em Vila Velha e Vitória, os moradores mobilizaram-se para haver distância  entre um prédio e outro. Em Guarapari um construtor ganhou as eleições para prefeito. Não deu outra: O camarada construiu tantos prédios que usou uma planta padrão, aprovada na prefeitura onde prevalece a fachada caprichada e o interior inabitável. Não tem ventilação e janelas minúsculas dão para vãos de outros que tantos, amontoados. O preço? Na estratosfera.

Os moradores se perguntam de onde vem esse dinheiro para comprar e vender tanta porcaria, impossível de aguentar o calor do verão. Por isso nunca dantes  na cidade, o pessoal, turista disposto a tudo, permanece  na praia até as oito horas da noite.
   
Nas minhas redondezas, onde prevalece o natural do local, com alguns tantos tutanos a mais, houve uma mobilização e conseguimos constar na lei de diretrizes urbanas que a altura dos imóveis não pode passar de sete metros, isto é, dois andares. Quem construiu edifício construiu, quem insistiu em peitar a verdade teve negado o habits e perdeu grana. 

Portanto, a falta de planejamento das autoridades, uma Câmara de Vereadores amorfa gerou muito dinheiro para os herdeiros , especuladores, corretores de imóveis, prefeitura e, principalmente, cartórios de registro de imóveis.

Prometer rodízio de fornecimento de água no Carnaval, se não chover e não vai chover, é ter o morador da cidade como pastel de feira para essa gente. Corja do caramba!

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Bruxa é você !

                                         


Quando homenageio Elvis pelos seus oitenta anos, se vivo fosse, o faço a todos nós que envelhecemos. Chegamos aqui, tão à frente , enfrentando as intempéries, com saudades dos dias românticos que se foram. Elvis faz parte desse tempo.  Eu faço parte desse tempo. Abrimos caminho para as novas gerações. E, muitos dos que usufruem das benesses alcançadas, cospem no prato que comem. Desconhecem seus autores. Injuriam, com cara de demônio.

Leio estarrecida comentários em textos sobre Roberto Carlos ou Pelé, chamando-os de velhos e outras coisas  impublicáveis. Adoeço quando jovens chamam  mulheres de bruxas, gagás e homens de múmias. Erasmo Carlos fala em seu show que, a princípio, ficava chocado mas conseguiu superar o que escreviam sobre ele na internet. Essa gente pode, sequer, chegar tão longe e , seguramente, são a  ralé moral que nos envergonha.Viver tanto, enfrentando esse tipo de gente é muito difícil e Elvis também teve quem o tentasse destruir. Muitos são, hoje,  chupim da sua glória. Sua sensibilidade o impediu  de viver mais. Se vivo fosse ficaria estarrecido ao ver que o transformaram em um zumbi de sanguessugas insassiáveis, E, quem captanea foi quem lhe deu a primeira facada.

E, para não desviar-me da perversão humana, atrevo-me a dizer que morrer jovem contribuiu muito  para sua imortalidade, da forma como é. Envelhecido, enfrentaria a horda de  injuriosos que enfrentamos, nós os sobreviventes, às vezes, de tão de  perto.

Parabéns Elvis por seu niver. No lado bonito da minha vida, você está em destaque, aplaudido pelos que, junto comigo, vivemos juntos e o saudamos.




quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Em Roma, fale como os romanos

                                     
Praia do Morro / Guarapari 



No final de dezembro/2914, o prefeito de Guarapari-ES fez uma declaração pública, dizendo que a cidade dispensava quem não tivesse dinheiro e educação para  bancar sua estadia. Casas entulhadas de gente, música alta nas ruas, cachaçada em via pública seriam coibidas. Que iria tomar medidas duras para limitar o número de pessoas nos imóveis alugados.
De início não entendi. Achei soberba querer limitar o uso da propriedade privada. Mas, quando levas de turistas, até cinquenta pessoas, hospedou-se  em  um único apartamento de setenta metros quadrados, comecei a entender a fala do prefeito. A maior consequência foi a falta d'água. A turba ficou possessa e fez manifestação, queimando pneu na estrada de acesso à cidade.
Aqui nas minhas redondezas não houve isso. Felizmente não tem imóvel de aluguel por temporada e as caixas d'água suportam bem.

Quando fui molhar minhas plantinhas, que também são gente, uma turista, fazendo sua caminhada, gritou para mim se eu não sabia que estava faltando água. Mandei ela tomar naquele lugar se achava que ia deixar minha plantas morrerem para turista se afogar no desperdício.

Portanto, quero dar meu apoio ao prefeito e desculpar-me por minha limitação de inteligência pública. A nuvem de gafanhotos, que assola a cidade nessa época do ano, precisa   alugar vários apartamentos e usar o limite da capacidade das caixas d'água dos edifícios e casas. Para alguns, é difícil entender esse raciocínio como fui lenta também. É preciso entender a cultura local que não faz a mínima questão de turismo de massas e não se importa nadinha para quem não tem praia e quer se esbaldar quinze dias por ano, não deixando pedra sobre pedra.

Eu ouvi de uma turista, passando na rua, que se existe paraíso, este é Guarapari. Pois que continue sendo. Os de outros estados que respeitem Roma e falem como os romanos.

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Bandeira vermelha

                                    

O ano começou com um preço a pagar pela incompetência do governo federal. Por mais que economizemos energia elétrica, quem dá a bandeira vermelha, significando  gasto a maior é o governo.

O governo inventou bandeiras verde, amarela ou vermelha pelo gasto de energia, por região geográfica. Evidentemente, a região sudeste gasta mais energia. Por isso é penalizada com a bandeira vermelha e três reais  por cada cem  quilowatts a mais na conta.

O custo doméstico é uma coisa, mas o industrial a ser cobrado é uma vergonha. O governo não tem competência para gerar mais energia e quem paga é o bolso do povo.

Quer saber tudo? KLIKA

O oficial? Klika

#compartilhe