quarta-feira, 31 de agosto de 2016
Nenhum blá-blá-blá
Já foi o tempo em que eu participava das reuniões políticas que varavam a noite e eu nem percebia. Talvez porque eu era uma espectadora sedenta em aprender. Queria ser política. Na sessão do Congresso em que a Constituição de 88 foi votada eu queria estar lá. Participei de reuniões incontáveis para mandar sugestões e muitas delas foram aproveitadas. Não eu pessoalmente mas dos grupos dos quais eu fazia parte.
Os debates para o afastamento de Dilma Roussef vararam a noite. Não tive tempo para acompanhar durante o dia. Não tenho mais paciência e nem interesse em ouvir tanta coisa sem nexo, jogada no ar, palavras sem nenhum compromisso com a verdade mas com os votos que levaram o senador até ali.
Mas à noite resolvi cumprir minha obrigação com a história.Os senadores desfilaram em ordem exposta no painel e, chamados pelo presidente da seção, foram prolixos, perderam-se em contradições, usaram tempo em demasia. Um deles confundiu Conjunto da Obra por Conjunto da Ópera, expressão cunhada por um dos senadores do ES.
O último foi Romário. E, para ser bem clara, foi um dos melhores deles. Não se perdeu em blá-blá-blá, foi discreto, direto, prático e tratou do que interessava, o crime de responsabilidade que levou a presidenta ao impeachment. Sem vícios de retórica, deu impressão que corre por fora. Mostrou seriedade, não estava ali para brincar nem fazer dribles ou firulas. Interessante é que ele está controlando seu forte sotaque carioca, procurando falar o esse sem tantos xxxxiados. Surpreendeu e sua voz deve ser interessante para a democracia, visto que é fundamental que o parlamento tenha representantes de todas as camadas e interesses nacionais.
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