Após ver e ouvir as palavras do Bolsonaro na reunião havida com o ministério no dia 22 de abril de 2020, divulgada por ordem e graça do Supremo Tribunal Federal, em interferência no Poder Executivo, tenho escancarada a gota d´água motivadora da saída do ex Ministro da Justiça e Segurança Pública, o Moro. Puxada de orelha e elogios para outros foi insuportável.
Foi a gota d´água quando o ex Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Justiça Federal de Curitiba resolveu virar as costas às suas novas competências e obrigações de função e eminentemente políticas para abandonar o barco.
Primeiro entregou o print de suas conversas privadas com o presidente da república e com a deputada federal- sua afilhada de casamento, sua fan incondicional e o tendo como exemplo e herói nacional - para a emissora que combate o governo em oposição ferrenha. Depois, convocou a imprensa para dar a notícia da sua saída, nas próprias instalações oficiais de governo. Pegou o boné e se mandou sem dizer obrigado, tchau a ninguém.
Mas não foi esse o dia em que resolveu sair do governo. Lembremos que foi juiz por vinte e dois anos, cercado por assessores que seguiam suas ordens sem piscar, acobertado pelas prerrogativas constitucionais próprias. Coberto de loas e salamaleques fez nome internacional através da péssima fama de um país corrupto onde aplicar a lei é mérito. Mandar prender gente poderosa é tido como coragem. Mesmo que o trabalho árduo tenha sido do Ministério Público Federal. Pois é o MPF que monta a estratégia para condenar um acusado. O juiz, pelo menos em tese, não pode advogar na ação. É bom lembrar, também, das acusações do Intercept, no sentido do senhor ex juiz e ex ministro, ter advogado, orientado e interagido nas ações contra o Velhaco mais velhaco da história da humanidade.
O dia em que Sérgio Fernando Moro, ex juizeco ( Nas palavras do ministro do STF, Gilmar Mendes) e ex ministro medíocre e lento, foi arguido na Comissão de Cidadania e Justiça da Câmara Federal pelo deputado Glauber Braga do PSOL- Partido Socialista e Liberdade - do Rio de Janeiro ele decidiu sair.
Até consigo ler seus pensamentos, através do seu olhar para o deputado. O olhar dizia: - Eu não estudei pra isso. Eu não tenho que aturar isso. Eu não preciso aturar essa falta de respeito. Quem é esse deputado para afrontar-me .
Só faltou o pingo que fez entornar o copo para quem ainda vestia a toga do outrora juiz, mantida no cargo político, onde engolir sapo é uma arte e no governo onde prestar serviço é cobrado em reunião de ministério.
Quando Bolsonaro o questionou na reunião e elogiou mais de uma vez dois ou três ministros, a raiva deve ter sido tanta que ele não se levantou e saiu porque gosta de trabalhar nas sombras.
Eu não tenho décadas de trato com juízes e advogados para não saber como funciona a cabeça deles. Essa gente, do qual me integro, tem muita dificuldade em despir-se da vaidade e do ego enorme. Principalmente quando já atingiu um patamar incontestável de reconhecimento profissional. Tanto é verdade que saiu, atirando, para vingar-se das supostas afrontas que jamais, em tempo algum, nem em pensamento ninguém atreveu-se a fazer. Até ele sair do limbo, descer para a planície e participar da guerra entre o governo e a oposição. Não é defeito mas vocação e vontade para ocupar um lugar. Errou. Pensou que ia mandar em lugar onde tinha outro que manda. Talvez não ( e não Tenha nascido) nasceu para ser mandado e isso só ele sabe dizer.
Resumindo: Sérgio Moro pediu para sair porque esqueceu de tirar a toga de juiz acobertado pelas prerrogativas constitucionais. Lá era tido como Dom Quixote mas no governo foi um Sancho Pança.
Outros juízes foram grandes mas sem as mesmas loas: KLIKA
Os ataques na Câmara Federal? KLIKA
Puxada de orelha do Moro ? KLIKA
Nota: O carioca fala muito palavrão. Eu sei que, para mineiro falar palavrão é baixaria. Minha amiga casou-se com um carioca. Disse que quando visitou a família dele, para conhecer, no Rio vinda de Belo Horizonte, quase caiu de costas. Depois acostumou-se.
Nota: Na internet quem faz a nuvem é o internauta quando #compartilha
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