segunda-feira, 4 de maio de 2020

Rubiácea na balança

                                             

Quando eu fui a Cidade do Cabo, na África do Sul, passeando pelas  ruas do centro, achei uma cafeteria onde haviam vários boxs com cafés de vários países. Eram grãos torrados e  moídos na hora. Aproveitei  para experimentar o café da Bolívia  porque eu sabia que este país produz muito menos do que o Brasil mas tem uma qualidade bem superior.
Na Bolívia, os pés de café são quase como se fossem de fundo do quintal, em propriedades pequenas. O grão é colhido um a um, por pessoas e somente os maduros. Os verdes permanecem no pé até a maturação. Como consequência o sabor é menos amargo, o aroma é mais forte  e tem definição bem melhor entre os seus tipos. 
Sempre foi difícil para o produtor brasileiro  assumir esse tipo de colheita. As  propriedades nacionais são muito grandes, com milhões de pés o que tornaria inviável no preço final da saca.
Mas  interessante é que o Brasil achou uma saída para assumir o mesmo método. Os grãos verdes  permanecem no pé porque inventaram uma máquina colhedora somente dos grãos maduros, identificados por sensor. Depois, se algum grão verde é colhido ou cai na colhedora, ainda tem uma outra máquina de lavagem dos grãos que separam os verdes na esteira, também por sensor.

Como consequência, a retomada do mercado pelo consumidor estrangeiro é realidade. Países que haviam abandonado ou diminuído  o consumo do café do Brasil, voltaram a interessar-se e, novamente, mandam seus provadores para degustarem os sabores da produção de grandes fazendas de café.

E, ainda, ao descartar o grão verde, o café fica doce e sequer precisa de adoçante. Em alguns casos  é mantido o grão verde para atender quem gosta de sabor mais amargo. O  mais torrado fica  mais forte.

Sem que eu tivesse essas informações, percebi que o café vendido para o consumidor nacional, vem com  a diferença Sabor Amargo ou Mais Forte na embalagem, assim como Tradicional. Experimentei um e outro e achei que fogem a proposta que é tomar café natural. Mas pensei que houvessem aditivos ou qualquer coisa artificial para ajustar os sabores.
Pensei que meu paladar fosse fraco e nada exigente, que não eu tinha condição de diferenciar sabores diversos. Para minha surpresa, percebi que diferenciei bem os sabores. Sem ter informações, acabei dando preferência  ao Tradicional. E mais, não uso nenhum adoçante por não haver necessidade quando o café é natural, de boa qualidade. E a qualidade melhorou demais se comparado com anos anteriores.

Uma riqueza importante para a balança comercial brasileira, a retomada das exportações em grande estilo, garantindo novamente o primeiro lugar na preferência do estrangeiro.

Mais informações sobre a qualidade do café? KLIKA
Fábrica das colhedeiras? KLIKA

Em tempo: O rubiácea do título é porque este é o nome científico do café. Tem um prédio  de seis andares na  esquina da minha rua, construído por um cafeicultor para alugar os quatro apartamentos por andar. O dinheiro do café, que cai no cofre é forte.

                           

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