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sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Os ex brasileiros e o capim verde.


Notícia aparece sobre gente endinheirada, mudando-se para Miami. Vão como imigrantes de primeira classe. Para tal eles tem que aplicar, no minimo, quinhentos mil dólares nos States. E, se dão de espertos. Retiram o dinheiro do Brasil para levar para a maior potência do mundo. Em troca, podem andar de carrões sem capota, parar nos sinais sem ser assaltados, os filhos podem andar pela rua olhando o ecram dos seus celulares de última geração, sair à noite como coisa de quem não tem que levantar cedo para o trabalho. Pretensões tem muitas. Uma delas é abrir loja   para desenhar sobrancelhas. Sabem que os nativos, por lá, não poem os pés. Contam com a manada latina que providencia quilos a mais, tão logo colocam os pés no paraíso.

Mas, quem se importa? Importa que podem acessar, pela internet, as páginas nacionais e falar mal de tudo e de todos, jogar pedras para cima  para afogar suas frustrações de latinos apátridas. Dar-se como mais importantes porque saíram do Brasil, como se isso fosse novidade. Para eles é sinal de coragem sair daqui e ir pra lá como se os seus ascendentes não tivessem feito o mesmo. Sedentário fica e planta e o nômade vai onde o capim é mais verde.

Mudar para outro lugar, dentro do Brasil e trabalhar duro para fazer um país melhor, não. Afinal, se fosse assim teriam que misturar-se à gentalha que fala alto, dá risadas, ouve funk ou sertanejo. Tão diferente  da gritaria das gargantas do Tio Sam ou dos seios mostrados para os cantores pops da Zoropa, encarapitados nos ombros dos nativos, nos shows a céu aberto  e que lhes dá tanta água na boca. Ali ninguém tem celular roubado e podem exibir, tranquilos, seus desbundes.

Por aqui, querem empregados dando tudo nas suas mãos. Lá, são empregados a servir. A  diferença é que lá são os americanos e aqui são  os macacos. América é lá. Aqui é Brasil. Aqui é nóis!

Não me canso de suplicar a essa gente para esquecer seu país de origem como fizeram meus avós quando vieram da Zoropa. Com uma mão na frente e outra atrás. Depois, falavam somente o português, sem sotaque, e nunca mais voltaram. Fizeram história e transmitiram para seus descendentes a  liberdade e a obrigação  de ser forte para construir o futuro a longo prazo. Principalmente dentro de cada um.