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Certa feita, fiz amizade com uma senhora iraniana. Ela era especialista em limpeza de pele, recuperação da cútis maltratada pelo Sol tropical.
Havia saído do Irã por perseguição aos nacionais ligados, de uma forma ou de outra , ao Chá , deposto pelos aiatolás.Vivera em Paris mas tratada como cachorro, discriminada inclusive em esperas na neve ao renovar sua permanência na França, veio para o Brasil. Suas receitas profissionais foram trazidas da França, onde fizera curso especializado. Naturalizou-se brasileira pelos encantos de nunca ter sido discriminada. Em tese, amava o Brasil.
Eu a convidei para ir comigo conhecer Ouro Preto e Mariana, cidades coloniais, históricas de Minas Gerais e mantidas como eram à época de sua construção. Dei umas pinceladas na história local para motivá-la. Falei da beleza arquitetônica, de Aleijadinho. Aquelas coisas que falamos sobre a magnífica Ouro Preto. Qual não foi a minha surpresa quando ela respondeu que uma pessoa nascida na Pérsia de onde saiu adulta, com estadia longa em Paris, iria fazer em cidade brasileira de 200 anos e construída no meio do nada na época do Brasil colonial ? Calei-me. Ela perdeu a chance de conhecer Ouro Preto e Mariana.
Faço este relato como um exemplo, para demonstrar o meu pensamento sobre estes estrangeiros que vem ao Brasil e trazem seus olhos carregados de certezas de sua civilização construída sobre escombros, extermínios, sofrimentos e vandalismo. Não conseguem ver os costumes da América do Sul, sua arquitetura, seus costumes. Continuam insistindo em fazer de nós modelos do que são.
Sou a favor da Copa no Brasil mas com nossos padrões, sejam quais forem. O mundo precisa conhecer o que fizeram de nós e o que permitimos que tenham feito. Não aceito é a ânsia de meia dúzia de megalomaníacos imporem ao mundo suas ideias que igualam costumes e pessoas, humilham quem não seja o que eles denominam Padrão FIFA, criado por eles em reuniões exclusivas. Na ânsia de parecer rico e poderoso, africanos, brasileiros e outros que ainda virão, fazem como os emergentes nacionais ; dívidas, empréstimos e gasto desnecessários para ficarem arremedo dos ricaços da nação.
No meu entendimento, os brasileiros fariam melhor se exigissem que a Copa fosse feita apenas com reformas em nossos estádios, com amplitude de conforto mas mantendo as nossas características de emergentes. Outro exemplo é o Maracanã e o Mineirão, que eu conheço bem pois já fui em jogos. O Mineirão vi ser contruído, tanto quanto as avenidas de acesso. Foi com os estádios que temos que nos tornamos penta campeões do mundo, fornecemos jogadores para diversos times e seleções, ensinamos a Ásia, Oceania e África a jogar futebol. Esta gente que tem conforto porque expulsaram seus pobres do qual sou descendente, precisava levar melhor lição.
Portanto, estas manifestações tardias contra a Copa são coisas de gente com complexo de inferioridade, com inveja dos ricos mas sem coragem de dizer que sua casa é resultado da sua vida e de como o Brasil é construído. Quem não gostar que não visite.Ser brasileiro como somos dá vergonha para quem visita o estrangeiro, conta potoca por isso, mas desconhece o interior do Brasil.
Para muita gente , a cidadezinha DAQUI ( KLIKA ) devia ser exterminada por ser pobre e acanhada.
2 comentários:
Magui, a frase quem não gostar que não visite está errada! Simplesmente porque ninguém terá condições mesmo de visitar. Os ingressos serão abusivos. Tem q ser rico e ter disposição pra pagar o absurdo q vai custar !
Bjim.
Magui, obrigada por avisar que o IP estava entre as indicações da UOL; fiquei feliz com a notícia. E acho que o maior problema da Copa é que até agora, o tal 'legado' resume-se a estádios. Nada de melhoria nos transportes, aeroportos... Um abraço.
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