quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Nas entrelinhas

                   



De repente tudo aclarou-se para mim. Existem coisas que levamos anos para descobrir. Mas, como um insight, explodem em nossa mente.

Vim morar no estado do Espírito Santo, movida por meu espírito indômito. Como Juscelino Kubstchek de Oliveira, a palavra  medo não existe no meu dicionário.  Mas aí, mora um perigo imenso. Sair de Belo Horizonte, cidade desenvolvida, povo culto, vivendo em ambiente intelectual, onde cada casa tinha uma estante de livros, emprestados uns aos outros ou buscados na biblioteca pública. Ouvir Chopin ou Deboussy no piano de meia-cauda, tocados pelas pianistas da família. Tudo isso muito perto, em ambiente saudável com rodas de conversas jogadas fora até em barzinhos, desde sempre existentes por lá. Classe média ? TFM ? Ninguém tinha vergonha disso. Minha família orgulhava-se de poder dar aos filhos a melhor educação, com às vezes quatorze horas, diárias, de trabalho duro. 

Mas, afinal descobri, por esses dias e depois de quarenta anos, matutando o motivo desse lugar me trazer um mal inexplicável. Não foi porque perdi meus concertos na Cultura Artística, nem as peças no Teatro Marília, não foi porque não tinha uma árvore plantada na rua quando Belo Horizonte já era a Cidade Jardim, nem pelos poucos monumentos mal acabados. Não é porque ninguém aqui conta causos e se enfurece quando convidado para me visitar e jogar conversa fora. Caiu a cortina no meu cérebro, de repente: É porque esses bestuntos do caramba não possuem senso de humor. Não sabem distinguir um chiste, não sabem ler nas entrelinhas, não entendem patavina quando se fala uma frase mais elaborada. 

E, como descobri? Primeiro, conversando com minha neta. Fez oito anos em final de outubro. Eu faço humor com ela e tenho resposta à altura, vinda com uma risada gostosa. Retruca com outro chiste melhor do que o meu. O fino senso de humor da família do papai. 
Quando ela vem nos visitar e ficamos conversando, meu filho admira-se do diálogo entre nós. Das risadas que damos e há anos estive longe. Entende nada. Puxou o pai que, entretanto fazia um esforço para me agradar. Não retrucava mas achava graça e não cortava o meu barato.

Estou otimista porque, por estes dias, afinal, tive a sorte de encontrar algumas pessoas com sendo de humor na internet. Depois de tantos anos de  blogue,  aprendendo a transitar no Facebook, levando muita grosseria como resposta, apareceram  uns gatos pingados que entendem o sarcasmo, a piada, a brincadeira sem ficar ofendido. Captam a mensagem e devolvem melhor ainda.
Para a maioria, a vida é coisa muito séria e não reconhecem o senso de humor. Quando tentam fazem humor é perverso ou burro. 

Oh, pobre gente! Com minha descoberta, estou mais leve...

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Barulhão por nada

                               

Um passo em falso.
É tudo?

Os contra, piram ...

Ninguém merece?
                              
Lamento informar mas as chuvas chegaram como sempre. Nada de estiagem nem mais e nem menos.Tudo melado pela umidade, a entrar na menor greta encontrada , trazendo a maresia que come até vidro.

Quando eu era adolescente, telefonar interurbano de casa era um sacrifício mas no Posto Telefônico ficava ótimo. Todo mundo sabe que mineiro tem as suas praias no estado do Espírito Santo mas não é bom quando chove a temporada inteira, planejada o ano todo. A informação metereológica não era diária e valia a Folhinha Mariana.

Sou de Belo Horizonte/MG e moro onde está a maior população mineira, fora de Minas Gerais, Guarapari/ES. Naquela época nossas férias eram em Nova Almeida, onde podíamos andar pelados, se quiséssemos. Então, íamos até o posto, que ficava na rua Carijós, pegávamos o catálogo, escolhíamos um número aleatório, telefonávamos para saber se estava chovendo. Se chovesse no mês de dezembro haveria um verão com sol a pino.

Portanto, um bom sinal para os veranistas e para quem sobrevive do verão. Para mim é mais um mês onde minha madorna vai ser quebrada...

sábado, 5 de dezembro de 2015

Cinquenta anos depois

Sou a última, sentada, à direita ( klika na foto para ver maior)
                                


Fui olhar  o bouganville, atrás de mim,  que plantei perto do lote vago e quero fazer uma árvore

Tive sorte, puxei papai. e não tenho cabelos brancos.
                                       

De repente tomei conhecimento que vou fazer cinquenta anos de graduação no curso de Formação. Estudei no Instituto de Educação de Minas Gerais - IEMG - desde os meus dez anos. Naquele tempo havia o curso de admissão ao ginásio. Tinha que fazer prova para conseguir estudar lá, porque era top dos tops para as moças. Eu não olho para trás na minha vida, não amealho lembranças. A não ser uma e outra que não quero esquecer.Tento seguir mamãe que não se lembrava do que passara na semana anterior. E, viveu lúcida, até outro dia, quando morreu, pouco a pouco, com noventa e dois anos.

Minha vocação é professora, alfabetizadora. Tenho uma facilidade monstro em alfabetizar. Alfabetizei crianças muito mais inteligentes do que eu e algumas topeirinhas; algumas moças que vieram do interior para trabalhar em casa de família e eram analfabetas; adultos que não conseguiram aprender a ler com ninguém; em canteiros de obras após o trabalho na construção civil; no interior no Projeto Rondon; meus filhos; minha neta, crianças minhas vizinhas como aula particular e hoje um deles é deputado federal. Uma ocasião pensei em alfabetizar em uma sala de igreja mas fui tão mal recebida que não voltei. Sou um desperdício do estado brasileiro que paga mal o professor e obrigou-me a mudar de profissão.

Então, a foto acima é  da Turma E de 1965. Eu sou a última, sentada à direita. Com a do meio, entre as três ajoelhadas, Marília Ferber , revesei  como chefe e sub chefe de classe, em eleições todo princípio de semestre pois fomos colegas desde o primeiro ano, de três. Fomos as primeiras turmas do plano do John Kennedy, presidente dos USA,  aplicado a dinheiro perdido, na educação da América Latina, em seu programa Aliança para o Progresso. Por isso, fomos disputadas no mercado de trabalho. Eu dei aula em dois horários até passar no vestibular para Direito na UFMG.

Na foto abaixo sou eu, cinquenta anos depois. 

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Maldito envelhecimento

- Que pena! Saber que esse homem vai envelhecer. Seus 1,90 de passadas largas e elegantes, olhar firme e direto, sua forma de conduzir a vida, vai
 perder-se no tempo. Que raiva !!!
                                
Com o mês de dezembro veem as comemorações de formaturas. Festas pelas quais acontecem e pelas que aconteceram.

Fazer quatro, vinte ou cinquenta anos de formado tem uma grande diferença. Não só no passar dos anos como para o que significa. 

Uma pessoa não é a mesma de quando graduou-se ontem. A começar pelo envelhecimento. Não pode ser evitado. Eu estou na fase de bradar contra os anos que passaram e tentar aceitar o lugar em que o sistema vem me jogando pouco a pouco. Não falta quem ressalte as diferenças nas  mudanças no rosto, na aparência. Não falta quem queira explicar  a decadência física e mental. Não falta bestunto para dizer que você não parece a idade  que tem como se isso fosse elogio.
Uma pessoa sempre parece  a idade que tem. O que diferencia é a qualidade dessa aparência. O corpo mostra o que foi feito com ele no decorrer dos anos. A morte vai chegar mas pode pegar um corpo menos horroroso pela forma como foi  tratado pelo próprio dono.

Engana-se quem preocupa-se pelo que sinto por  estar descendo a montanha da vida. Estou ligada é na juventude bonita e produtiva que caminha para o que sou hoje. Serão feios, lerdos e ranzinzas. Terão alguma chance de o ser menos, conforme  cuidem-se, busquem aproveitar a vida e abstrair-se dos desagradáveis de plantão.

#compartilhe
Eu já agradeço.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Musica clássica brasileira




Este choro foi composto em 1919, por ocasião da vitória do Brasil sobre o Uruguai por um a zero, gol de Friendenreich, que valeu a nosso escrete a conquista do Campeonato Sul-Americano de Futebol daquele ano. A gravação, no entanto, só foi feita em 12 de junho de 1946, com a flauta de Benedito Lacerda (que recebeu co-autoria) e o sax de Pixinguinha em dueto (Victor 80-0442-A, matriz S-078543, lançado em setembro seguinte ). Ao todo eles gravaram quinze discos em dupla.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Marcas da vida









Tenho certeza que nenhum de vocês viu a marca de um mico estrela, feita em um tronco.
 O sagui também gosta da seiva das árvores. Vejam três marcas no tronco do limoeiro do meu quintal. Eu os vi fazendo. O buraquinho é onde eles voltaram para roer e tirar a seiva. 

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Homem bomba

                                     


Quando vejo juventude saudável, cheia de vida e rumo a um futuro promissor meu coração aperta-se. Estou assim, lamentando o tempo que passou e ter acreditado nas regras de uma  civilização, sempre em decadência. 
É tudo mentira. As regrinhas, hoje reproduzidas à exaustão na mídia, são estúpidas, autoritárias e servem ao sistema. Por isso diferem de lugar a lugar, de tempo para tempo. São cunhadas na medida do interesse de quem detém o poder. A única regra digestível é o amor ao próximo. Sequer é amar como a si mesmo pois há quem não se dê ao luxo de amar-se.

O que diferencia o ser humano é a vontade de dominar sua própria vida e aquele que nasceu para ser comandado. Uma das frases mais estúpidas cunhadas por algum intelectual beócio é a que diz: 
-Manda quem pode, obedece quem tem juízo. 
Falso como uma nota de três reais. Burra como é um autoritário ou alguém que nasceu para ser capacho.

Gosto de ler  biografias e não conheço nenhuma onde o biografado não foi quem comandou sua própria vida. E, as definições aparecem entre 18 e vinte e três anos. Geralmente é contra o estabelecido e com perseguição pesada de quem custa a entender as coisas ou está sediado em suas  benesses. 
Depois disso, resta seguir o que lhe diz o sistema e, inclusive, ser seu propulsor.

Não é fácil ser você mesmo quando a força para que se enquadre é forte. Muitos sucumbem. Mas, sempre haverá derrotas onde a dor da perda é lamentar por não ter colocado  fogo em tudo e de uma vez.


                                                       
       Nota: Se quiser compartilhar algum texto desse blogue, tem a barrinha com as possibilidades. Inclusive no M pode ser mandado por e-mail . Obrigada pela deferência... Podem copiar a vontade. Não faço questão de mencionar autoria.         

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

O Tico-tico no fubá

                                                                       

Eu sei que na internet ninguém quer saber da opinião de anônimos e muito menos ouvir primores. Mas há quem goste e de falar sozinho.

Se você gosta de pesquisar, comparar, esse vídeo é um bom motivo. É só ir no YOUTUBE através do mesmo, publicado acima e tem uma lista de intérpretes de Tico-tico no Fubá para ouvir e comparar. Esse publicado é imbatível. E, olhe que só tem fera por lá.
Meu ouvido não é bom, senão eu seria musicista mas os desafinados também tem um coração. Sempre gostei de comparar interpretações e faço isso há muito tempo. Chopin é um prato para isso, tenho vários discos com interpretações e não me canso de  comparar A polonésia , que é uma das músicas mais perfeitas. Comparo até Julio Inglesias com outros. E, tenho toca disco porque o som bom para comparar ainda está no vinil, que não é limpo como nos Cds. Mas dá para comparar tudo no  Youtube. 

Um fim de semana chuvoso em casa e sem nada na televisão, vamos de internet.

A história acontecendo na nossa frente


É preciso divulgar, fazer público o quanto mais for para não haver retrocesso.

O Brasil precisa sair do obscurantismo, ingressar no rol dos países desenvolvidos, deixar para trás o colonialismo e o coronelismo. Sair do século XIX, definitivamente.

Bandido é otimista? KLIKA


segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Considerações sobre a velhice

                             
                             

                  


Há quase três décadas, encontrei-me , no portão de casa , com minha vizinha, Dona Zozó. Ela descia a rua para ir à padaria. Tinha oitenta anos. Enquanto conversávamos, um rapaz passou por nós, sem camisa como andam os jovens por aqui. Ela o parou e, enquanto conversavam, ela lhe disse que estava bonito. E, estava mesmo. O rapaz despediu-se, dando-lhe beijinhos de um lado e outro da face e se foi. Então, ela me disse que o conhecia desde que nasceu. E, começou a lamentar-se ter envelhecido e não poder conquistar os homens como fizera de moça. Contou-me de suas aventuras na Praia de Camburi, quando não tinha uma casa sequer, onde  namorava e aproveitara muito a mocidade. 


O irmão de papai, tio Marcílio, era médico, especializou-se nos EUA, sedutor ao máximo, olhos cor de mel, mulherengo no superlativo e casou-se com trinta e seis anos na época em que os homens casavam com vinte e sete, no máximo. Era o furor das moças. Tanto que, casou-se na casa da noiva para não haver escândalo na porta da igreja. E, foi na metade do século passado!
Quando me encontrei com ele, aos oitenta anos e perguntei como estava com as mulheres, ele respondeu que não se conformava em ter ficado velho, desejar uma moça e não ter mais nenhuma chance. E bradou contra a velhice e seus resultados. Junto às mulheres, por supuesto.

Na ocasião não dei a devida atenção a eles porque eu estava muito longe da velhice. Mas hoje me lembro  e entendo o seu discurso. Ficar velho é ser jogado no limbo dos desejos zerados. Quando um senhor ou senhora engatam um romance há comemoração como se fosse algo de outro mundo ou o achincalhe, o deboche, o linchamento. Poder  haver diferença de idade é coisa do passado. Nos dias de hoje, quando acontece, vira tema filosófico ou discussão dos direitos de usufruir  escolhas. Quem envelhece é proibido de ter desejos ( qualquer um que seja) a menos que queira ser ridículo ou tarado. Às mulheres resta ser assexuada e cega à beleza masculina. Isso, nem pensar, não ! Esconde dos filhos, dos netos mesmo que tenha vida independente e não tenha que dar satisfações a ninguém. Para as mulheres resta as novenas nas casas das amigas e aos homens o dominó na praça. 
Papai dizia, e hoje entendo que também lamentando, que o amor na velhice ou é triste ou é ridículo.
Vão todos para aquele lugar, mostrado pelos jovens em peça de teatro, pois eles podem tudo. Deixem quem queira viver a vida real e não o imposto pelo sistema.


sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Pegada sempre firme






Nem sei o que seria de mim sem essa voz, sem essa capacidade de tocar no meu coração com a música saída dessa boca divina. O que teria sido da minha alma, durante minha vida solitária nas decisões difíceis , nas dores das perdas e dos ataques dos inimigos. Ouvir Elvis manteve a minha sanidade, preservou o meu ego intacto. Manteve a mediocridade longe de mim. Nunca tive depressão ou tristeza intocada porque tenho sua voz nos meus ouvidos em linha reta e direta com o meu coração. Que Deus o tenha ao seu lado para ouví-lo cantar com os arcanjos. e admirar, continuamente, ter feito sua criação única e imperecível.

Comentário de Izabella Seniz Bergamasco no Facebook:  Sentimentos sem explicação! Elvis consegue transferir para nós todos os sentimentos e emoções que ele próprio sentia..... amor, amor, amor.... infinito amor! 

Itabira é um retrato na parede

                               
Pico do Cauê/ Itabira/ MG: Antes e depois
 

Se um dia você leu ou ouviu a frase, ITABIRA É UM RETRATO NA PAREDE, pode não ter entendido a  dimensão dela. Não é somente uma frase no lamento do poeta Carlos Drumond de Andrade. É um testemunho do que o desenvolvimento da humanidade pode fazer com a natureza, sua escrava. O Pico Cuê, em Itabira, cidade natal do poeta, desapareceu com a extração do minério sendo apenas  um retrato na parede.

Itabira fica em Minas Gerais. É chamada Cidade do Ferro. A riqueza do solo mineiro é imensa. Eu conheci um geólogo inglês, que ficou boquiaberto com a quantidade de minerais existentes, apenas em um monte de terra colhida com as mãos. O minério de ferro é apenas um deles. E, vem sendo extraído para sustentar a indústria mundial, há décadas. 

Não é só o Brasil que prescinde do minério para pagar suas contas. A China e a Rússia pautam seu progresso nas toneladas que partem das montanhas de Minas Gerais e do Pará. E, querem preço baixo. Nos últimos anos, a queda do preço trouxe crise para cidades mineradoras, com reflexo na vida local da população dependente. Na ânsia de extrair minério, na sofreguidão de carregar nas costas a economia do país, fazer lucro, preocuparam-se com a extração. Não contavam com as consequências? Contam como vantagem a extração de bilhões de toneladas. Caramba!

O mineiro mais atento já viu desaparecer muitos montes, aplainados ou tornados crateras com a retirada da  terra vermelha. No final da linha, nas imediações do portos do Espírito Santo, a consequência é o pó preto dos pelets. Depois de lavada a terra, sobra o minério de ferro, transportado em correias, como pelotas, até o navio e transportado mundo afora. O processo conta com água aspergida para sedimentar o pó. Não impede que o vento espalhe pelas redondezas e vá parar em nossos pulmões, para não dizer, em tudo. Por aqui não tem telhado bonito. São pretos de minério. É uma luta manter os muros limpos  e o interior dos imóveis.

Mais do que isso, ninguém leva em conta que um grupo privilegiado ganha muito dinheiro com esse minério. É gente que fica rica, muito rica. Não questiono sua inteligência para o trabalho, mas o direito de tirar do solo da nação, para fazer valer percentual ínfimo  de aproveitadores, uma riqueza que não é renovável.

A tragédia de Mariana, cidade histórica, belíssima, primeira capital de Minas Gerais, veio a calhar. Sem a fartura do minério a preço baixo, vão dar mais valor. E, pela regra da economia, o preço vai aumentar.
O resto? É consequência da cobrança da natureza, farta de ser tratada sem planejamento. Isso passa...

Quer saber um pouco mais? KLIKA

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Eleições na OAB

                                  

Hoje tem eleições na OAB/ES. Já participei, em várias chapas de oposição. Já fui conselheira.  Inclusive fiz parte da chapa que conseguiu, na justiça, o voto secreto.

Quando eu cheguei no ES/ Vitória, vindo de MG/ Belo Horizonte, 1973, fiquei estarrecida pela forma como eram feitas as eleições. As propostas da Revolução de 30 não haviam chegado no estado.

O atraso era tão grande que somente eu, casada com capixaba, fiquei. Minhas conhecidas não conseguiram ficar e voltaram com marido e tudo. Até hoje me pergunto qual a dimensão exata do meu amor por Eldes, por ter ficado. Eu só não digo que sofri muito por aqui porque não sei como seria minha vida se tivesse ficado em MG. Uma certeza eu tenho: Se fosse para repetir, não o faria.

Haviam pouco mais de mil inscritos e meu número é superior a vinte mil. Hoje são 17 mil inscritos, pouco mais, e Minas já bateu mais de cento e cinquenta mil, talvez beire os duzentos mil. Muita coisa mudou. Embora a mesquinharia continue a mesma, os gastos pela eleição como se fosse de partido político. Sequer recebi correspondência sobre.

Uma das chapas desse ano é encabeçada pelo filho de um dos advogados mais combativos e  companheiro de oposição, junto com meu grupo. Juntos quase apanhamos, debaixo de um sol inclemente, porque fazíamos boca de urna. Ele de terno! Quando me lembro, me emociono. A juventude pode tudo!  

Seu filho, parece muito ambicioso para o meu gosto. Conheço sua mãe e lembro de quando ele nasceu. Os pais são líderes naturais, gente de caráter e honra. Não decidi se anulo meu voto. Lá, eu decido.

O papai sagui

                                   

                                         

É ele quem leva  os filhotes nas costas. Ajuda a descer para o galho, monitora as redondezas.

Hoje Chefe Boran veio comer na cozinha e o filhote ficou chorando no galho da amoreira. Apertei  pedacinhos da banana e dei na boca. O pai veio, rapidíssimo, desceu até mim e  estapeou a minha cabeça com grunhidinhos. Acho que ele pensou que o filhote chorava por minha causa. Arranhou o meu nariz. Mas não arredei pé. Ele estava muito afobado mas acalmou-se quando viu que não havia perigo. Entretanto, ficou do lado do bichinho até ganhar confiança e , então, afastar-se novamente. Os cuidados com o filhote são formidáveis.

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Os generais da banda

                                        

                       
             


Dizer que todo mulçumano é terrorista é como dizer que todo brasileiro é como os integrantes do MST. 
Dizer que os do turbante vão atacar o Brasil é para desconfiar que está sendo pago para tal.

Os terroristas atacam os da zoropa como resposta. Eu não queimo um neurônio preocupando-me ou condoendo-me com essa gente. Também não vou fazer uma conferência dos motivos.Só não sabe quem não quer.

Quando eu fiz meu vestibular, em plena ditadura, o tema da redação foi O maior problema dos nossos dias. Noventa e oito por cento escreveu que era a Guerra do Vietnam. Eu fiquei nos dois por cento. Escrevi que era a educação, tema que eu dominava pois era professora formada no Instituto de Educação de Minas Gerais, no apogeu. E, tirei nota dez. A guerra perdeu-se nas brumas da história e a educação não mudou nada.

Recuso-me a fazer parte do gado, tangido a berrante vil. Eles que são brancos, que se entendam...

O chefe : KLKA


quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Amor na unanimidade burra



Não é simples vídeo. É entrevista importante com pessoa inteligente. Testemunha da história. Quem é fã não pode perder.

O medo que nos borra

                               
                                         
As mesmas forças que fazem do Brasil o que lhes interessa começa a movimentar-se qual lama, descendo Rio Doce abaixo. E, vem de São Paulo. Respeito meus amigos paulistas da net e não quero ficar mal com eles mas não deixo de externar o que penso, eis que estou de fora da batuta. E,  a força industrial está em São Paulo, de onde vem o comando do dinheiro e do trabalho.Seguido pelo Rio de Janeiro e Minas Gerais, filhos do mesmo ventre. Não é o povo mas quem os tange.
As mesmas forças que proclamaram a república, fizeram a velha e a nova, derrubaram presidentes,  criaram as ditaduras do Estado Novo e militares, emergem outra vez. 
É muito ingênuo quem não entende que muitas indústrias paulistas estão nas mãos dos testas de ferro do capital estrangeiro; laranjas se quer ser mais moderno. Obedecem regras internacionais e seus interesses. Dinheiro não tem pátria e quem os maneja é viciado nele mesmo e não sabe, sequer, poder servir o social. À vista de um estado comunista, todos se assanham.

O confronto das chamadas direita e esquerda não está interessado em quem manda aqui ou lá mas impor suas regras. Nem questiono se estão certos ou quem está errado. E, movimentam-se sempre da mesma forma. Começa com arruaças, dose massiva de rejeição às idéias contrárias, movimentos de paralisação, quebra-quebra, palavras de ordem, frases feitas, gado dominado, berrante tangendo hordas, boicote à economia. Teem medo de mudanças, querem cabresto firme para garantir o sistema.

Não é verdade que o Brasil passa por crise econômica porque a ferida da corrupção está aberta e pútrida. O Brasil passa por crise porque em São Paulo o embate entre esquerda e direita repete as mesmas práticas já implantadas em outros tempos. Nesse embate, a democracia pode ir para as cucuias e a ditadura voltar à tona. O medo do Brasil virar uma Cuba chega a ser hilário. Se os cubanos soubessem disso iriam rolar de rir. O que acontece é a repetição tal qual os idos de 64, por exemplo. Até Grupo de caça aos comunistas foi criado com página no Facebook, vituperando bobagens, incitando ações esdrúxulas, compartilhado por gente que não tem nada a perder. Inclusive o cérebro porque não o tem.

Uma coisa é certa: Retroceder na história é prova cabal que o Brasil, quando está nos cascos, é seguro pela rédea da ignorância, na mão  de quem sempre quis fazer daqui um lugar de educação zero, exploração fácil e complexo de vira latas nas alturas.

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Os papagaios dos interesses escusos

                                 
 

Não se iludam : Tem muita força oculta querendo fazer o Brasil afundar. Sempre foi assim. Na medida em que o Brasil mantinha-se fora da crise econômica mundial Dilma Roussef cometeu um grave erro: Peitou o famigerado Barak Obama , presidente dos EUA, inclusive na ONU. Ele ficou roxo de raiva. É só ver o seu pronunciamento na ocasião, sempre disfarçando porque é um dissimulado.

Um homem que é  a vaidade sem limites, que se acha o oh do borogodó não aceitou ser peitado por um paiseco de nada da americalatrina. Um homem que teve a petulância de mandar matar o Bin Laden de dentro do Brasil. Ou já foi esquecido que esse pilantra estava no Rio de Janeiro quando autorizou matar o terrorista? Soberania e merda é nada para ele.

Dentro do Brasil, falam muito do Jorge W. Bush como se fossem estadunidenses e seus interesses nefastos, mas ele foi muito melhor para os interesses brasileiros. Não se meteu, não prejudicou, esqueceu do Brasil, focado  na guerra contra os árabes. Foi o tempo em que o Brasil cresceu a ponto de achar que era alguma coisa. Nas mãos desse estúpidos petralhas a arrogância dos que não estudam, que odeiam os livros, que tem preguiça de ler até bula de remédios, não tem memória alguma dos acontecimentos políticos mundiais, sempre comandados pelos interesses hegemônicos da águia do norte. Tudo gente que , como não lê, não sabe analisar os fatos , dentro do contexto e até sequer gosta de história. Alguns chegam a vituperar contra os que gostam de ler biografias, como se fossem livros de fofocas e não testemunhos fundamentais dos acontecimentos e seu tempo.

Agora, esses mesmos, apoiam a bandalha dos motoristas de caminhão. Essa gente é apátrida e estão a serviço alheio aos seus próprios interesses. É crime sim parar o Brasil para que seu protesto pelos desmandos do governo sejam atendidos. Se não apoiamos os índios, os integrantes dos movimentos sociais comunistas quando fazem isso, não pode valer quando é sindicato classista. Não se iludam, sindicato é tudo igual e nenhum deles é diferente dos sindicalistas petralhas que estão presos pela Lavajato.

Há algumas décadas  essa gente, que segue como gado tangido a berrante, era chamada de inocente útil...