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quarta-feira, 14 de outubro de 2020

Ultrapassado

                                             

                                               Guarapari - ES
  

Para ver pelo que passa um advogado na ponta do iceberg da Justiça nacional. É só acompanhar os desmandos, os entendimentos dos senhores deuses do Olimpo Jurídico da nação. Já foi o tempo em que era o magistrado a dar o seu despacho, a sua sentença por si só. Sem hordas de assessores substitutos escondidos atrás do poder.  Embora eu tenha feito uma audiência final, outro dia, e a magistrada exarou sentença, ao vivo. Até a parabenizei. Ela fez uma cara de espanto, ou admiração pelas minhas palavras inesperadas. Pareceu que não havia entendido e eu repeti o meu pequeno discurso. Porque tenho uma facilidade monstro para fazer discursos. Este é o defeito que ainda não consegui corrigir, falar muito. Já fico calada em muita coisa mas é para me defender de gente que não respeita quem já viveu mais do que devia.

Só para constar, esse artigo de lei que serviu para o Ministro do STF, Marco Aurélio Mello soltar um dos maiores traficantes de drogas da América Latina, cheio de sentenças condenatórias em segunda instância, tem explicação. Para ver como a coisa é complicada. Essa gente que fala mal do artigo, que diz precisar de avaliação de preso a cada noventa dias em prisão provisória, não está certo. A maioria é para falar mal do presidente que não vetou o artigo, mesmo com orientação do, então, Ministro da Justiça. Óbvio, que este ex juiz de renome e poder,  não perdeu chance de emergir do fundo de onde mergulhado para tentar tirar proveito  a seu favor.

O artigo em questão não é obrigatório.Ele é um caminho a que o magistrado deve seguir para soltar presos esquecidos no fundo das masmorras. Isso para magistrado atento.

Marco Aurélio disse que não julga pela capa dos autos. Quer dizer que, a ele não interessa saber quem é o réu. Talvez a ele interesse quem é o advogado amigo do rei. Assim dá a entender a presença de um tal de Kakai, advogado  chegado ao poder e, dizem, anda de bermudas pelos corredores do STF. Ontem, este  almoçou com  o presidente do Brasil, o presidente do STF e o presidente do Senado Federal. Mais poderoso, impossível. Embora seja figura asquerosa, feio como a morte,  pode-se dizer  ajambrado nas roupas, atitudes e cara inchada, sabe-se lá os motivos. Enquanto os advogados menos afortunados são esculhambados porque estão com a gravata torta ou não chama um desses senhores de Excelência, com mesuras e ares de humildade Tudo sob o silêncio sepulcral da Ordem dos Advogados, hoje tornada partido político para atender o presidente e suas mazelas emocionais por ser filho de ex perseguido da ditadura.

Pois bem, quando o juiz decide no criminal é diferente das decisões do civil. No civil a capa não interessa, isto é , a parte não é levada em conta mas o direito a ser dirimido. No criminal vale a periculosidade do réu, os antecedentes, o perigo para a sociedade. A letra fria da lei não vale para o criminal, que permite o juiz ter suas livres convicções  com base em princípios e teorias jurídicas. 

Soltar um chefe do tráfico, membro de facção criminosa, preso depois de ficar foragido por cinco anos, como se fosse um brigão de rua é ser ultrapassado, indiferente aos reclamos da cidadania, omisso no seu papel na construção de uma nação em busca do fim da  corrupção, do tráfico de influências e  todas as benesses ofertadas aos amigos do rei. Precisa de reunião de plenário para discutir o óbvio?

A aposentadoria para essa gente, com tantas mudanças sociais e jurídicas da modernidade não pode passar dos setenta anos. O envelhecimento também acontece com o cérebro e os neurônios. Poucos tem o privilégio da longevidade sem erros. Olhe lá!

Não sabe? KLIKA

É bonito isso ? KLIKA

Imperdível: KLIKA

#compartilhe Se acha que deve. Eu agradeço.


terça-feira, 28 de abril de 2020

Próximo verão

                            

Eu conheci o mar quando tinha dezoito anos, em Ubatuba-SP.
Para falar a verdade, a praia era um horror, cheio de caparanã, picando as pernas. Fiquei com uma ferida no tornozelo que me deixou marca. O mar cinzento e carregado demais para quem desconhecia como funciona a umidade da praia.  Pelas fotos, hoje a praia é saneada e com muitos prédios.

Mas só quando conheci Guarapari, no estado do Espírito Santo é que percebi o que  é praia de verdade. As areias de Guarapari possuem uma textura diferente,  não encontrada em nenhuma das praias onde fui. É opinião unânime a beleza da cor do mar, o contraste com o céu, a luz do  Sol refletindo nas águas. Mas o melhor é  a cor que o Sol dá na pele. É  única, de um dourado diferente. Se a pessoa tem a cor jambo, ela vai tornando-se dourado forte. A pele morena fica como cobre lustrado. Minha amiga italiana, passou algumas férias comigo. Ela tem os olhos azuis e o cabelo  castanho. A pele não é daquele branco leitoso porque ela é natural da Sicília. Da última vez que ela esteve aqui, a pele parecia ouro e  os olhos destacavam-se  como nunca. Ela  me disse que fechou o tempo quando desembarcou em Paris, em escala para a Itália.
Quando fui ao Amazonas e fui nadar no Rio Solimões, voltando do verão de Guarapari, o pessoal ficou admirado com a  minha cor e ao comentarem  eu respondi: - É a cor de Guarapari.

Por estes dias, o mar está terrível, batendo tão forte que sacode a casa.
Mas todos estão com saudades da praia e, de repente, sem pegar Sol há um mês, estão  descobrindo sua verdadeira cor. E que surpresa!

Na sua próxima viagem, de férias ou não, por tempo curto, fim de semana ou prolongado, viaje pelo Brasil. Vai surpreender-se  com a comida diferente, sotaques e costumes novos e uma terra diferente do que pintam os eternos raivosos.


                                     praia-imagem-animada-0090
Mais ? KLIKA
Animado? KLIKA

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sexta-feira, 5 de julho de 2019

Dinheiro escondido

- Guarapari / ES
                                 

A construção civil é uma das grandes indústrias urbanas. Quase  a base de um emprego em massa. Desativada, os desempregados crescem aos borbotões.

Com as promessas dos chineses em instalar uma empresa em Anchieta / ES, os construtores acabaram com a característica de casas típicas da cidade e , mais que nada, das cidades vizinhas. Foi feérica a animação em encher de edifícios onde haviam casas ou lotes vagos. Ainda mais que a Samarco estava a todo vapor.
No fim da tarde, os trabalhadores saiam das construções, com tapumes impecáveis, como se fossem formigas. A ruas eram cheias de bicicletas e motinhas.

Mesmo com tantas construções, não havia barulho que pudesse incomodar. Eram preparativos para atender um progresso que não veio. É que a verdade dos  chineses tornou-se mentira pois deram o cano e  foram embora sem dar satisfações. Sem deixar uma pedra em cima da outra como contribuição das empresas que nunca vieram. Foram para Juiz de Fora/MG e mais ainda, para Porto Alegre / RS. A última é que estão em Goiás, com a mesma conversa safada, mentirosa, pilantra. Sempre em instalar indústria ou empresa de grande porte. Bilhões para a economia. Tudo mentira, tudo boquirroto, rindo do brasileiro. Nunca cumpriram e ninguém disse nada. Nem notícia nem bronca.  Na ânsia do povo em  desenvolver e crescer economicamente , frustraram as expectativas e  a construção civil desabou.
A Samarco? Nem precisa dizer a que foi embora o sonho e os empregos, junto com a lama de Mariana.

O número de apartamentos vazios, edifícios com um ou dois moradores é de impressionar. As ruas vazias. Sumiram as bicicletas e as motos.
Quem comprou os apartamentos? Quem sabe compraram  para lavagem de dinheiro? É o que se comenta a boca pequena. O cara compra, vende depois em uma linha de transferência difícil de detectar , pegar o fio da meada. Quem comprou, quem vendeu, em compra e venda sem gente mas que alimenta os cartórios e as muitas lojas de corretores. Quem ? Com o fim da pilhagem dos cofres públicos, desabaram também sua aplicação?

Com as delações premiadas falando em milhões desviados, propina paga e recebida, os milhões roubados da nação, do povo miserável desse país, malas de dinheiro e lei que só rastreia o caminho da grana de quem lhes interessa. Onde ele é aplicado ? Essa grana saiu do país para paraísos fiscais sem deixar rastro? Ou o rastro está no compra e venda de imóvel, tornado moeda de troca?
Um país continental desses, em cidade perdida no mapa da economia desenvolvimentista, aqui é o paraíso para comprar e vender imóvel, esconder dinheiro sem lastro, burlando a Receita Federal que só pega cachorro pequeno.

Então,  o barulho da máquina capenga, parada há um tempo, ao ser posta a  funcionar  na construção de um supermercado, talvez conte o segredo para  os ávidos em buscar os parcos dinheiros do povo e só encontram grãos de areia.

#compraevendadeimoveis
#lavagemdedinheiro
#construçãocivil
#construcaocivil
#desemprego
#chinesesnobrasil

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Só não come a língua dessa gente

                                     
                                    

Com o tempo chuvoso, garoa intermitente,  à beira mar, a maresia é uma névoa. Come tudo. Até o vidro das janelas.

Assim esteve, por esses dias, Guarapari/ES. Ficou muito úmida. Água escorria pelas paredes. A fruteira  fracalanza chegou a acumular água. Pior são os aparelhos eletro eletrônicos. É cobrir um e outro com plásticos, superpostos com toalhas velhas para evitar que se percam.Tudo fica melado. É um enxugar paredes, mesas e armários para tentar minimizar os estragos.

Moro há pouco mais de dez anos nessa casa e já troquei três geladeiras, dois fogões. Maresia comendo a lataria, os componentes. Já vou para a terceira televisão. Para não falar das placas de computadores, televisão dos outros moradores da casa, liquidificador. Máquina de lavar tem placa trocada todo ano pois sempre pifa uma delas. É preciso, pois, uma reserva para montar casa constantemente. Os palpiteiros dizem para comprar tudo de aço inoxidável como se fosse só a aparência. Sabe de nada, inocente! Por isso mesmo, passei a comprar o mais simples; estragou, jogo fora. Se eu fosse comprar os caros , abria falência. 

A última geladeira não tem três anos e veja como está, na foto acima. Custei a compreender a vida nesse lugar e sequer sei se vale à pena. Outro dia, ensolarado, com os saguis pulando nas árvores e as inúmeras espécies de pássaros cantando, fez um grupo de turistas comentar que aqui era o paraíso. Pode ser! Mas tem seu preço. Literalmente, no bolso.

Na época do verão, os donos das casas, fechadas no resto do ano, resolvem trocar seus aparelhos e querem jogar na rua. Foi um custo fazer entender a essa burguesia que aqui tem  um órgão da prefeitura  para recolher a tralha carcomida pela maresia. Não pode jogar geladeira, máquina de lavar, fogão estragados na lixeira porque o carro de lixo não leva. Teve uma vizinha, dona de faculdade, que veio pedir satisfações porque alertei sua empregada que jogava colchão, fogão, tralheira. Disse-me,  com  raiva, que eu me preparasse para chamar a prefeitura para pegar os armários de aço que ela iria jogar na rua. 

Falar é fácil, viver é que são elas...

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Rico e poderoso para nada



Na minha rua tem um proprietário do melhor imóvel do município. Debruçado dobre as falécias com vista para a melhor praia e as tartarugas lá embaixo. São trezentos e sessenta graus de vista para o nacente e o mar de cor única. Quando é o Sol que aparece já é deslumbrante e não tenho certeza se a Lua cheia é mais impactante.

Rico, rico, rico e seu menor negócio é uma fazenda no Rio Doce com criação de lagostins enviados aos containers para o Japão, não se interessa pelo que passa além dos muros de toras de parajus de três metros de altura. Na sala principal da casa, as paredes com pés de quatro metros e vidros à prova de bala, trazidos dos EUA há quarenta anos, deixam ver a vista deslumbrante. Mais as pilastras cortadas a machado e quadradas, de peroba rosa completam as treliças do teto e uma parede de granito azul cortadas , irregulares mas encaixadas ao estilo inca.

É poderoso pois gera empregos e impostos. Mas e nem seu carro de trezentos mil reais, importado e à prova de balas impediu tentativa de sequestro por aqui e no município onde tem suas fábricas  e uma de suas inúmeras residências pelo mundo. Comeu bala e ele , desde então, passa as datas importantes em Viena, Paris, Nova York, onde ninguém o conhece.

Pois bem nossa rua precisa de interferências junto ao prefeito municipal e ele recusou-se a assinar um abaixo-assinado importante. Mas, com certeza saberá aproveitar das benfeitorias que serão conquistadas, quando conseguirmos implantá-las.

É um cretino representante da elite burra desse país.O que se passa além de seus muros não existe.Dessa vez, é mais uma vez de outras já havidas.

sábado, 17 de dezembro de 2011

Turistas, estes bárbaros

Os turistas estão chegando. Enquanto vão para fora do país, são como viralatas. Mas quando viajam pelo Brasil são cachorros loucos. Lá fora, andam com o rabo entre as pernas, submissos e subservientes aos estrangeiros. Aqui dentro, são de cidades maiores e querem impor suas práticas, muitas vezes nocivas. Furam filas nos bancos e supermercados, falam alto e acham que o rítmo do trânsito deve ser marcado por suas buzinas nervosas. As bestas , supostamente mais avançadas, em vez de diminuirem a correria porque estão de férias, querem desancar os naturais em sua vidinha mais lenta.
Não é raro, turista escondido em seu carrão, querer passar por cima de todos, quando é impossível pois em Guarapari pedestre tem prioridade máxima. Faixas brancas existem em praticamente  todos os  cruzamentos e aqui funciona. Não é que, um turista nervoso, buzinava tanto que eu fiz sinal para ele passar por cima. Foi o que bastou para ele colar na traseria do meu carro. Eu, então, vi um espaço de garagem , embiquei nele. Afinal, o cara poderia estar com vontade de fazer coco e isto é coisa urgente. Mas não era pois ele parou colado e esperou até que eu arrancasse.  Ao que ele me seguia, percebi que o objetivo era amedrontar-me. Nos meus bons tempos, pararia o carro para perguntar se ele tinha algum recado. Mas estou onça sem garras, sem forças para brigar como antes. Fiquei mansa, mansa. Mesmo assim preparei-me para morrer pois não é assim que acontece nas grandes cidades ?

Na reta da minha rua, diminui a velocidade e ele continuava colado na traseria do meu carro. A adrenalina da minha raiva era tanta que se ele dissesse AH, nem sei o  que faria. Ao virar à esquerda e entrar na minha rua, entretanto, o carro continuou rua afora,  buzinando desaforado.

Se ele pensou que eu estava com medo dele enganou-se. Eu estava com medo de mim mesma.