quinta-feira, 28 de julho de 2016

Merecimento


Projeto Rondon em Coari / Amazonas. Eu, perto da borracha pronta para embarcar para o mundo ( Se quer ver maior, klika na foto)
                                

                                       
Às vésperas  do início das Olimpíadas do Rio, é preciso ter muito cuidado para acessar notícias. Os haters estão feéricos. Um ódio emanando dos dedos e das vontades, expressam suas revoltadas de butiquim. Se alguém ler uma dessas notícias tem a impressão que tudo está medonho, feio e sujo no Rio de Janeiro.Tem gente que odeia aquela cidade.

Enquanto isso, ao entrevistar alguém na rua, mesmo quem veio de fora para ver os jogos, as pessoas parecem satisfeitas.  São os dois tipos de pessoas, as otimistas que sabem viver a vida e os eternos mal humorados, colocando defeito em tudo.

Remonto-me aos meus tempos de Projeto Rondon, dos anos setenta. Nem todos queriam participar porque era executado nos recônditos de um Brasil fora do círculo bafejado pela sorte e os olhos do estado. 

Era um programa da ditadura para dispersar os estudantes nas férias e, ao mesmo tempo, mostrar aos universitários outras partes do Brasil. A participação era de graça, quem arcava com as despesas eram as prefeituras, alimentação e estalagem. Um trabalho voluntário, cada um em sua área de estudante. Eu fui a cinco operações seguidas. Eram nas férias de julho e janeiro. Foram grandes experiências e fui a lugares onde jamais iria. Conheci um Brasil brasileiro, onde a influência estrangeira não havia chegado. Ouvi música desconhecida em Belo Horizonte/ MG  improvisos musicais e artísticos, usos  e costumes diferentes, sotaques e expressões de linguagem, clima, arquitetura, modos de ver o mundo, etc e etc, e levei comigo, para eles, coisas que eles nunca ouviram falar.

Minha primeira participação foi em Itinga / MG, janeiro de 1970. Eu podia ir como estudante de Direito mas escolhi ir como professora porque os organizadores treinavam os participantes para alfabetização de adultos. Eu dava aulas como professora alfabetizadora e estudava Direito. Fiz um curso memorável e apliquei sua técnica em várias oportunidades em que, mais tarde, dei reforço para crianças com dificuldades de leitura ou alfabetização para adultos em canteiros de obras. Como eu poderia conhecer isso sem participar ? De uma utilidade sem tamanho.

Quando eu voltava, fazíamos reuniões para falar das férias. E, enquanto minhas amigas contavam suas viagens à Europa ou EUA, ou férias nas praias do Rio de Janeiro, eu contava minhas aventuras em um Brasil abandonado, a receber migalhas do estado brasileiro. Uma delas, Ana Maria , marcava a reunião e dizia que era para ouvir minhas histórias de ficção.

Quando uma pessoa participa de um evento maiúsculo como uma Olimpíada, um atleta atrás de medalhas e índices, se for mesquinho e não souber que o mundo é mais que o trajeto de sua casa para o Centro de Treinamento, que o mundo é diverso, diferente, talvez sem as lantejoulas do seu mundo mas merecedor de  participar  da festa da humanidade, sua medalha não vale nada.

quarta-feira, 27 de julho de 2016

O tamanho do equívoco

- Nesse livro o autor compara, a melhor, a silhueta do brasileiro, com os estrangeiros.
                                

A última dos jornalistas nacionais é achar que crescer na média de tamanho é importante. Essa gente pequena nos neurônios leva a sério em que o brasileiro tenha defeito por não ser do tamanho dos holandeses.

O tom continua o mesmo, inferioridade no ranking. Nos comentários, os misóginos, nauseantes como sempre, destacam que o brasileiro não cresceu o bastante mas  a bunda das mulheres sim. Bem como a cara de pau e a safadeza.

Desde quando ser grande é mais bonito? Desde quando ser grande é mais saudável? Da altura, a maioria tem peso alto, assim como os pés e as mãos beirando o disforme. Se não, basta observar nos filmes ou podemos ver em loco. Uma exceção é John Wayne, que  era grande mas tinha os pés bem feitos, pequenos e bem plantados. Tenho observado, na novela turca que estou acompanhando, que os pés e as mão dos atores, todos, são medonhos de grandes, Parecem aqueles pés-de- pato da natação. Feio e deselegante.
Na saúde não sei se piora porque o corpo exige mais. Não sei. Sei que comem mais e a natureza não anda benéfica com a produção de alimentos.

Na minha academia tem um cara imenso porque deve ter mais de um metro e noventa de altura e a musculatura é gigante. A panturrilha é uma coisa incrível. Quando o cara anda, o chão estremece. Dizem que ele tem cinquenta anos e faz academia, com personal, porque ficou muito gordo e o médico recomendou. É um homem bonito e manso. Moreno, bem feito. A esposa também faz academia e fica de butuca, tomando conta. Da mesma idade dele, muito loira, tamanho normal, parece mais velha.   Eu nem olho para ele porque meu olhar pode mostrar o que penso. Não pode. Uma vez eu estava limpando um colchonete,  que eu havia usado, e ele perguntou se eu estava limpando para ele. Eu disse que não mas passava a ser. E, dei para ele. Ele agradeceu com um sorriso matador.

Fico imaginando como deve ser imenso o Dolph Lundgren que tem mais de dois metros. Se o cara é magro, bonito e pouco musculoso até passa e, lá na academia, tem uns adolescentes assim. Um deles me disse que o médico mandou ele fazer academia para parar de crescer.

Um engenheiro holandês veio trabalhar na Samarco  aqui em Guarapari e foi à praia. As pessoas abriam caminho para ele.Não só pelo tamanho descomunal mas pelo tamanho dos pés, destacados nas sandálias de tiras, trazida das zoropa. Ele meteu a cara com as mulheres locais, inclusive comigo ( Não perdoou ninguém). Desde assediar no calçadão, ao ponto de ônibus e observações grosseiras  aos engenheiros da empresa. Depois de um domingo de cachaçada e assédios, foi encontrado, na segunda-feira, pelos limpadores de carros da rua, caído na praça do centro da cidade. Havia sido espancado. Foi levado para o hospital. Passou um dia e uma noite e quis ir embora na marra. Perguntado o motivo, ele disse que aparecera alguém na calada da noite, dando vinte quatro horas para ele pirulitar-se da cidade.

Ao final continua na mesma, tamanho não é documento.

Quer ler o artigo sobre? KLIKA


terça-feira, 26 de julho de 2016

O preço da liberdade

- Ninguém é jovem se o sistema não quer
                                   
O meio artístico gaba-se de ser liberal, sem restrições e discriminações. Os atores, diretores e quem o valha, gritam aos quatro ventos que o mundo não vive sem eles pois são peças fundamentais nas mudanças dos costumes e na aceitação dos diferentes. 

Cambada de cínicos. Não há nesse mundo artístico quem não goste de grupelhos, juntados em um pensamento único a perseguir seus desiguais. Algum artista some? Cantor, ator ou roteirista? Está na geladeira porque discordou de algum  manda chuva do caramba... Ou de algum companheiro de profissão amigo dos amigos.
Não importa se tem público alvo que deleita-se com seu trabalho. Sequer se desempenha bem  a sua profissão. Não dançou conforme a música? Está fora...

Isso aconteceu com  Vivaldi, Tom Zé, ou Mickey Rourke. Atores de novelas e cinema tem uma lista infindável. Nacional ou estrangeiro. Fora dos padrões, que não tem a espinha dorsal  vergada na curva do sistema ou desenhada pelo  big boss do momento,  há de se deixar de lado.
Aqueles que dançam conforme a música, cheios de sorrisos e salamaleques aparecem em todos os lugares, em todos os filmes como onipresentes mesmo que insuportáveis panos de fundo.

Não há diferença aqui ou em outro lugar. Quem presa por sua liberdade e não faz mesuras para ninguém tem que correr por fora e desaparecer na poeira dos Gatos de Botas. Mesmo que desempenhe seu papel com mais competência que a maioria.

domingo, 24 de julho de 2016

MAA canta!



Uma pessoa pode cantar em um idioma horroroso e fazê-lo bonito... 
Acompanhar a letra, com a doçura dessa voz, é dos deuses.

Nome  da música: Hersey Sensin.
Letra da música:

Herşey Sensin

Koydum sevinçlerimi önüme
Baktım hepsi sensin
Yazdığım şiirlerin her hecesi
Üzüldüğüm tüm filimler
Yıpranmamış hayatlar
Büyük hüzünler bekler
Her işte bir hayır
Bu işte hepsi sensin

Şimdi senden vaz mı geçmeli
Masal olup yola devam mı etmeli
Ben kalpten sorumlu
Aşka sorumluydum
Anladım her şey sensin
Tradução: 

Você é tudo


Eu coloquei a minha alegria na minha frente
Eu observei a todos vocês
Cada sílaba do poema que escrevi
Todos os filmes que me fazem triste

As vidas dos que não têm medo
Esperam grande miséria
Em cada trabalho,
Neste trabalho, tudo é você

Agora, como eu posso desistir de você?
Posso continuar a minha viagem e tornar-se uma história
Eu sou profundamente culpado
Culpado de amar

Eu entendo que você é tudo para mim

Infelizmente, deu uma de Ana Paula Arósio e largou a profissão.
Como Greta Garbo :
- Leave me alone ! 

sábado, 23 de julho de 2016

A morte não vem só pela zika

Goleira dos EUA mostra como virá para as Olimpíadas no Rio
                            
Mais um crime em massa na Europa. Um retorno a violência pregada pelos seus mandatários. Brigam entre eles desde que começaram a escrever os livros de história. E, ainda obrigam os estudantes do lado de cá a decorar aquela mulambeira.

Seus ídolos são generais. Suas estátuas, dedicadas a conquistadores. Sua empáfia passa por teorias de conquista, de tomada de poder das mentes. Arrogância erigida na expulsão dos desiguais. Porque nos primórdios matavam no nascedouro.
Continuam torcendo o nariz para quem tem outro estilo de viver, outra visão de mundo. Acham natural debochar de outras gentes e de outros povos. Podem porque são superiores. Podem porque podem. Podem porque dividiram os inferiores na régua.

Com a falta de caravelas e de guerras para matar os improváveis e os estorvos, passam a matar eles mesmos. E, depois, colocam a responsabilidade  nos que fizeram, destacando suas origens: São franco pasquitaneses porque seus pais vieram do Paquistão. São teuto iranianos porque seus pais vieram do Iran. Não vale ter nascido na França ou Alemanha. Serão sempre discriminados como se eles mesmos  tivessem surgido diretamente do chão local. Sem passado ou sem origem diversa.
Então, quando uma pessoa vê reboada em seu cérebro ser um apátrida, reage atirando em tudo. Não é aceito? Então a resposta é a revolta. Contra os eternos donos do saber e do mundo.

Pior é a contaminação da violência no Brasil. Coisa muito pior do que a zika ou seus mosquitos. Pelo menos, os mosquitos são produto da natureza, enquanto apoderar-se do planeta é fruto da perversão humana.

Gente que sente-se superior porque moram em lugar onde a natureza foi destruída para que essa gente ficasse acética. Mas a morte não vem somente das picadas do mosquito. Aqui quem manda é a natureza. Lá é a arrogância e a perversão.

                                      

Nota: A arrogante da foto vai ter uma surpresa. Pensa que vai para uma favela. Espero que peça desculpas ao final da competição. 


sexta-feira, 22 de julho de 2016

A vomitada da semana

Detalhe de charge de Roque Sponholz
                    
Não se iludam, juiz nenhum precisa de apoio em massa para suas decisões. Ainda mais quando é de primeira instância. Juiz não é político em palanque. Pelo contrário, a lei que os disciplina  proíbe a prática. O que precisa é juiz impessoal, sem vaidade, sem querer inovar. Isso de ponta a ponta e não uma exceção.

O que vejo é advogado, arrancando os cabelos porque seus processos não andam e os juízes nem se tocam. Pelo contrário, a máquina judicial tem prazer em tratar o advogado como intruso quando ele pede celeridade. 

Não arredo pé na minha convicção : Juiz tem parte com o demônio.

A última é a ameaça de punir advogado por mentiras nos processos trabalhistas. Como se advogado tivesse bola de cristal. 

Advogo desde 1070, quando tinha minha carteira de estagiária da OAB/MG. Hoje, vejo juiz  advogando nos processos com uma terceira tese não prevista nos autos, Tribunais de Justiça, confirmando sentenças distantes do pedido, da lei, do mundo jurídico. Cada coisa de arrepiar os cabelos. Só falta ajoelhar no guichê do cartório para conseguir um documento que devia ser feito automaticamente. E, o juiz de férias mais uma vez ao ano.

Essa Caixa de Pandora precisa ser aberta ...
O Judiciário está como hospital do SUS e o advogado como os médicos desesperados por não poder fazer nada.

quarta-feira, 20 de julho de 2016

O frenesi tirado das pontas dos dedos

- Marca do sagui no limoeiro do quintal.
O Macaco tá certo
                                     
A coisa mais ridícula é a imprensa reclamando porque algum juiz suspendeu o fornecimento do aplicativo Whatsapp. São muito sabichões para tudo a que se refere a tecnologia contemporânea mas não sabem improvisar. Fica claro, ainda, que não podem ser contrariados. É uma geração acostumada com o clique na ponta dos dedos e não pode ficar sem ela. 

A argumentação é que grandes negócios são feitos pelo Zap e vidas são salvas idem. Por favor,  me engana que eu gosto. Se tem tanta tecnologia em seus aparelhos móveis e dominam seu uso com orgulho e grana alta, porque não usar outros meios, inclusive o viva-voz, emails, os aplicativos ao vivo e que não é apenas um. Tudo no aparelho celular. Até eu, vetusta e ignorante sei fazer isso imediatamente.Criaram uma petição de protesto para assinatura virtual e somente cento e oitenta mil adeririam. Arriba !

Não importa para essa gente que só sabe reclamar, se a bandidagem usa o aplicativo para cometer crimes, vender drogas, matar pessoas, tramar crimes de toda ordem. O importante é não ser contrariado. Que se danem os outros, a sociedade, desde que o meu fique intocado. Parece interesse escondido.

E mais, os donos do aplicativo sequer obedecem as leis brasileiras. Ignoram solenemente o Brasil, respondendo em inglês os reclamos judiciais. Sabem que o povo que usa esse sistema  é mimado e não participa, efetivamente, dos reclamos nacionais. A não ser que lhe pisem nos calos. Aí vai para as ruas, cria páginas na internet e esperneia porque sofre algum revés. Sem deixar de lado a hipótese de que lhe foi tirado o meio  para adquirir sua droga favorita. 

Que os juízes de primeiro grau continuem a agir e aplicar as leis e que os interessados recorram para o STF, sabidamente manipulado pelos interesses de quem detém o poder.

O povo comum? Que fique à mercê do crime. Que se lasque...

terça-feira, 19 de julho de 2016

Diferenças a melhor

Turco por aqui? Só ele...
                                  
       
Eu não vou fazer análise de política internacional porque não tenho capacidade para isso. Nem me interesso a ponto de saber mais do que minha inteligência é capaz de alcançar. Mas, observando os acontecimentos recentes da Turquia e tentando entender como funciona a cabeça daquele povo, penso que o Brasil está, claramente, na frente.
Não é fácil não ter ídolos e gurus como é o Brasil. Mal aparece alguém se dando de formidável e chovem textos e falas arrasadoras, destruindo o camarada. Não dura muito, se domina a mídia tem pouco, mas quando cai, passam um trator em cima da pessoa.

A não ser Tiradentes, que mesmo assim sofre periodicamente surtos destrutivos, nenhum brasileiro teve ou tem capacidade de ser um aglutinador de brasileiros. Pode ter alguém aqui ou ali mas todos absolutamente passageiros como Getúlio, Prestes, JK ou Lula. Não duram. Os focos de apoiadores são artificiais, nascidos no Rio ou São Paulo em bolsões focados nos interesses mas falsos a nível nacional.

Na Turquia dois líderes, dois gurus que já foram amigos, hoje degladiam-se como inimigos na disputa de quem leva a melhor. Aquele país não é exemplo para nada, se formos estudar sua história. Os sacos com cabeças ou postes espetados de gente possuem monumentos preservados a angariar admiração e turismo forte. Cultuar líderes e´evitar esquecer brigas e antagonismos. Bem diferente do Brasil que ultimamente tem, até, historiadores detonando com o Brasil na Guerra do Paraguai, distorcendo a realidade daquela guerra, de quem e como começou e taxando o Brasil de destruidor de povos e gentes só porque defendeu-se.

A vizinhança da Turquia também é carne de pescoço e a Zoropa continua a mesma dos tempos em que criaram seus países na base de muita guerra, muita morte do povinho manipulado ontem como o é hoje.

O Brasil nisso tudo, a forma como depõe seus governantes sem mortes e guerras, ainda é bem superior ao pessoal das bandas de lá do Atlântico.
Por falar nisso, quando acaba o impeachment da Dilmoca ?

quinta-feira, 14 de julho de 2016

Elvis : Demonstração tardia

                           

                                  KLIKA que verá o filme

Eu sou fã de Elvis. E este blogue serve para eu armazenar, também, meus arquivos. Qualquer coisa que eu sei que vai sumir na nuvem.

Este vídeo acima é muito importante para eu entender alguns fatos e afirmativas da carreira do Elvis. Sempre foi dito que  foi proibido pela censura  filmar Elvis da cintura pra baixo. 1956 e ele com 21 anos de idade.
Então, depois dessa proibição, Elvis apareceu em um programa de televisão, de Ed Sullivan. Mesmo mostrado só da cintura para cima, sua apresentação foi um escândalo. Disseram que ele seria drogado, que seu olhar era proibitivo, que era uma figura perniciosa para a juventude. Logo após, ele deu uma entrevista, visivelmente contrariado, negando todas as acusações. A foto acima é dessa entrevista. 

O filme da época, da apresentação na tv, divulgado até agora, mostra Elvis cantando normal e somente fazendo um gesto com a mão ao final de uma música. A outra, também divulgada, uma música gospel,  teria sido cantada a pedido da mãe. Foi um marco pois esse tipo de música não era tocado na televisão.

Recentemente, apareceu esse filme acima , publicado por uma página especializada em Elvis. Nele aparece o motivo  pelo qual houve tanta celeuma. Realmente o bicho pegou. Elvis deu uma resposta à altura dos futriqueiros e muito pano pra manga.

Também, está explicado porque cantou a música gospel. Nada sem ser planejado e sua mãe deu pitaco.

Abaixo o programa divulgado até agora, sem o pedaço polêmico e que você viu acima. É só comparar a grande diferença.


                                      

Acompanhando Chefe Boran

- No início, Chefe Boran não entendeu o que acontecia
                                    
Para quem acompanha a saga do saguis da minha vizinhança quero passar mais uma observação que eu fiz nas últimas semanas.

Os dois últimos filhotes nasceram muito grandes. Por isso mesmo, pouco foram levados nas costas. Os irmão mais novos, com seis meses, não conseguiram ajudar os pais, como foi quando nasceram. E, os pais livraram-se  deles logo. O mesmo ocorreu com a amamentação. Por serem grandes, começaram a desmamar também cedo e vir comer a banana, junto com todos. São sete.

Nos primeiros dias, percebi que não conseguiam morder a banana, às vezes não tão madura como deveria. Então, comecei a cortar com meus dedos pedacinhos e dar na boca dos dois.

A princípio Chefe Boran não entendeu bem o que se passava. É que ele vem na frente para  verificar o alimento e liberar para os outros. Ele cheira a banana, a minha mão, dá uma lambidinha e libera para todos comerem. Tudo muito rápido, quase imperceptível.
Quando ele percebeu que eu estava dando pedacinhos para a filharada, ele ficou de lado, observando tudo. Eu pensei que ele não estava gostando por não ser servido em primeiro lugar e estivesse me dando o desprezo. Mas não, ele estava matutando sobre os fatos novos.
Depois de uma semana, ele já entendeu do que se tratava e, pasmem, só aceita a banana se eu der a ele aos pedaços.
O clã só come quando ele libera, se vem todos juntos. Mas ele não avança, cede a vez dos outros.  Depois que ele libera a comilança e come ele fica de lado, em um galho até que todos comam. Porque quando ele entende que estão satisfeitos,vai embora e a macacada vai atrás.
Às vezes, vem uns filhotes com a Sobrevivente, que é o mais velha e cujo irmão morreu. Sei que é fêmea porque já tem a mancha branca na cabeça. Mas ficam guinchando baixinho  como se estivessem monitorando com o pai, que responde de longe.

Penso que, com o pedacinho da banana, que eu dei para os pequeninos, ele percebeu a facilidade de não precisar morder a fruta e exigiu a mesma regalia para ele. 

Mas não é egoísta, deixa os filhotes pularem sobre ele na disputa pelo pedaço e até tirarem da sua boca, sem ser violento. Chega a puxar minha mão quando estou dando algum pedaço para os outros. Só exige o primeiro pedaço e dá uns tapas nos que não esperam. Liberado ele fica em um galho aparte, aguardando sua vez, até chegar o momento de ir embora.

quarta-feira, 13 de julho de 2016

Os prejuízos da burocracia

- Ninguém vê, ninguém viu, às calendas gregas
                                     

Se o povo soubesse os prejuízos acarretados pela burocracia não ficaria tão espantado com os caminhos dos bilhões de reais encaminhados para os bolsos dos corruptos.

A diferença e' que os caminhos dos bilhões perdidos pelo povo são invisíveis porque fazem parte da vida privada.

Tempo perdido nos balcões de repartições públicas, fóruns judiciais, cartórios distantes uns dos outros , gasolina nos deslocamentos, estacionamentos pagos em vias públicas, taxas, custas , selos, emolumentos, saúde minada na adrenalina gasta com pessoas indiferentes aos reclamos e as necessidades de cada documento, de cada um. Papel, papel, papel. Tempo, oh o tempo!

Os bilhões desviados dos cofres públicos,no mínimo, emparelham com os negócios desfeitos, dinheiro e tempo perdidos, futuro desenvolvido, distantes das amarras da burocracia dos subdesenvolvidos.

A ignorância pode ser uma vantagem para o brasileiro esquecer de si 

quinta-feira, 7 de julho de 2016

A idade média é aqui

                                    

O Brasil arrecada trilhões de impostos até o meio do ano. Isso dá direito aos donos do poder, uma classe que ganha excelentes salários, a ignorar  o estado cambaleante da nação. Sempre foi assim. 

Na época da inflação galopante e quando o Brasil devia ao FMI, nunca abriram mão de exigir grandes aumentos de salário e nem um mínimo do percentual da inflação. As pessoas morrendo por estresse ante a dificuldade de viver e os mesmos de hoje, vivendo como se não fosse com eles.
Enquanto a inflação bate doze por cento, a cambada ganha aumento muito mais alto.
Ninguém me convence do contrário, que um dos motivos por que Collor caiu é porque  mandou para casa quarenta mil funcionários públicos que sequer trabalhavam. Se todos fossem para as repartições federais cumprir sua jornada de trabalho não caberiam nas salas. Imaginem essa multidão somada com os cônjuges, pais, irmãos, filhos e amigos alienados.

Meus filhos faziam natação em Belo Horizonte/MG e, no clube, entre as mães que esperavam, algumas estavam furibundas contra Collor porque ou estavam em casa ou alguém da família. Nenhuma levava em conta os motivos, as causas e a condição de sanguessugas da nação pelo qual viviam. Quando argumentei com uma ou duas, quase levei uma surra. Fui isolada, daí pra frente.

Agora, o presidente interino quer aumentar os impostos para pagar os débitos causados para a melhoria de vida dos mesmos, dos mesmos lugares, da mesma casta que vive ou suga nos seus erros de desgoverno. O zé povinho que se lasque. Ainda vivemos os tempos dos suseranos.

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