sexta-feira, 19 de maio de 2017

As nuvens da política

                               
Magalhães Pinto  foi um político mineiro do Século XX, governador de Minas Gerais e participante do Golpe de 64. Abandonou a política quando o país  tornou-se uma ditadura. Quando, na política, acontecia algum fato relevante  e queriam sua opinião, ele   dizia que a política é como as nuvens no céu, você olha e elas estão de um jeito, tira os olhos delas e quando volta a olhar estão totalmente diferentes.

O Brasil sempre teve política turbulenta, nunca foi um mar de rosas nem na época da ditadura. A diferença de ontem e hoje são as redes sociais com a internet, dando notícia em cima dos fatos, dos acontecimentos. Pelo menos dessa vez não há interferência da Inglaterra ou dos EUA, conduzindo os fatos a seu modo por não entender como funciona essa bagaça.  

Portanto, a figura de retórica feita com as nuvens continua atual.

Ontem e hoje é a mais recente. Segurem a ansiedade. Se fossem advogados aprenderiam a cultivar a paciência. Uma citação leva três meses para ser feita pelos Correios, um registo de Carta de sentença com uma averbação em cartório de oito linhas leva noventa dias. Uma sentença pode levar até seis meses. Ou você aprende a dominar sua raiva ou sai matando esse pessoal com um tiro na testa.

O subdesenvolvimento tem sua cara.

quinta-feira, 18 de maio de 2017

Inimigos

                       
O que se trama dentro dessas paredes e não sabemos?
De um tudo já aconteceu aí dentro. Até fornicação com prostituta contratada, publicação de pornografia entre funcionária sem concurso mas admitida pelo tamanho das nádegas. Fotos de mulher vagabunda semi nua, nos gabinetes e sem protesto das mulheres de grelo duro. Quebra quera do patrimônio público em defesa de salário, terras invadidas dos índios, grilagem moral e pecuniária. Compra e venda dos votos dos denominados eleitores. Palavras, palavras sem sentido e conteúdo, oradores desbocados e sanguíneos, falando para plenário vazio. Parlamentares, contando piada ou dormindo enquanto havia orador na tribuna ou debate em plenário. Deputado, em plenário, vendo pornografia no computador propriedade do povo brasileiro. Votos um pelo outro. Agressão verbal e física entre deputados. Burburinho, fofocas, ignorância emanada de um povo inculto, mantido na ignorância para ser esbulhado cada vez mais. Sempre com os mesmos protagonistas. A maioria dos congressistas fica escondida, acovardada para não ser linchada por seus pares mais bandidos do que qualquer bandido de metralhadora na mão em seus PCC, CV ou  Amigos dos amigos.

Quanto o jornalismo, arma importante da nação porque diz os acontecimentos para quem sabe ler, prefere tomar partido, escolher lado. Copiar gurus estrangeiros que atacam políticos à esmo para também levar vantagem, vender e receber um dinheiro da mentira e da corrupção. Muitos deles são jornalistas de escol, recebem muito dinheiro, do total roubado do povo, para usar sua inteligência a menor. Tão corruptos quanto pois dão sustentáculo, são co autores, fazem a cabeça da massa ingênua e crédula. Escrevem notícias distorcidas, falaciosas, meias verdades, meias mentiras, meio distantes dos fatos e dos acontecimentos. A arte de escrever.

Não é privilégio do Brasil a bagunça na informação e a comemoração por atingir metas e fatos propostos. Até os EUA, o país mais desenvolvido do planeta, também tem um jornalismo tendencioso, a serviço de teorias pessoais. Há muito deixou de ser imprensa. Até eu, que tenho um inglês canhestro, não consigo acompanhar certos programas na CNN pelo tendencioso de jornalistas fazerem da emissora balcão dos seus interesses pessoais. Não é mais privilégio dos países subdesenvolvidos atacar político pelo que pensam e para tirar do poder porque perdeu nas urnas. Perto, muito perto do nível mais baixo.

Hoje, a politicalha teve uma queda vertiginosa. Delatores da Lava Jato mostram os que faltavam para serem recolhidos ao xadrez, já arrumam as malas. O presidente em exercício, Michael Temer, senadores cheios de marra e prontos para enfiar guela abaixo do eleitor  sua figura indesejada como Aécio Neves, pretensos novos ricos com os bolsos cheios do dinheiro roubado do povo e da maracutaia. Todos serão retirados da história com algemas e Sol quadrado. 

Mais do que nunca, está nas mãos dos magistrados, o futuro da nação. Isso para que o Exército e seus militares não sintam na obrigação de tomar o poder, cumprindo a Constituição Federal que confere a eles o dever de defender a pátria dos seus inimigos.

Todo cuidado é pouco.

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Somente para ilustrar , KLIKA

terça-feira, 16 de maio de 2017

... Aqui vamos nós.

                              
O que se passa com o Brasil e seus políticos corruptos? Passa que estamos há mais de cem anos em atraso com relação aos países civilizados pois venceram essa etapa. Passa que colhemos o resultado da mediocridade de nossa elite intelectual que endeusou um proletário para aplicar teses estranhas à nossa cultura. Passa que o Brasil não é Europa e suas vetustas filosofias dos tempos da Revolução Francesa tão cara aos intelectualóides de espinha vergada ao beabá zoropeu. Esquerda e direita no Brasil é piada ultrapassada  na boca de gente estranha.

Nos idos dos anos sessenta do século passado essa mesma gente, ainda sobrevivente e entalada na guela do povo, começou um cabo de  guerra e, no estica prá lá e no puxa prá cá, deixou o país no mesmo lugar, sapateando e escorregando mas sem sair do ponto central.

Esse é o Brasil que, quando começa a caminhar aparece alguém para travar seu crescimento. Muito lentamente, o povo consegue cortar algumas amarras mas não consegue livrar-se dessa gente que tomou o país para si e faz tudo voltar a estaca zero.

Não é o povo brasileiro que não presta. Pelo contrário é um povo manso. Mas convive com duas linhas sinistras e predatórias no mesmo propósito, roubar, matar, tirar tudo que supõe ter direito. Duas linhas paralelas, com o povo no meio: Os bandidos comuns e a bandidagem de colarinho branco.  Com suas hostes  bem cultivadas que ninguém é bobo de expor-se sem essa gente.Uns com armas convencionais e os outros com máquinas e teclados. As duas alimentam-se com dinheiro que anda longe  das instituições monetárias, sem registro e sem rastro. Sem vergonha na cara, e, não a escondem. Se atrás das grades deixam olhos baixos não é de vergonha mas de raiva pela certeza que ali não é o seu lugar. 
A hierarquia dos bandidos tem nomes diferentes mas, na prática, é a mesma coisa

Assistir o depoimento do velhaco mais velhaco produzido por este país é ter a dimensão da certeza da impunidade dessa gente. Representa as duas linhas paralelas, é o exemplo e a inspiração das duas alas. Exige ser chamado de ex presidente quando é mero réu na ação. A república passou a ter definição da monarquia e o soberano da bagaça é um simulacro de homem, um reles velhaco sem pejo e compostura mas com a soberba em dia.

O povo ? Aguarda  para ver até onde a República de Curitiba consegue derrubar  a República do Sudeste. 

Uma pesquisa, um alerta

- E, quem precisa  que eles arrumem camas ?

Li, não sei aonde, o resultado de uma pesquisa, onde setenta por cento das pessoas não arrumam suas próprias camas. Acordam e dormem em uma mesma situação.

Eu não me lembro de  ter visto uma cama sem estar arrumada tão logo levantasse. Mesmo na minha infância e com minha mãe muito longe da mania de casa ajeitadinha. 

Uma vez, eu fui a um banco em uma agência merreca de bairro, e a porta estava fechada. Eu tentei abrir, procurei onde estava  o trinco, segurei em um suporte pensando ser ali, quando um homem do lado de dentro abriu a porta e perguntou, muito nervoso, se eu pretendia derrubar a porta. Não falava brincando mas grosseiro à beça.
Era em um tempo em que eu tinha meu pensamento muito rápido  e pouco tempo para ter paciência. Por isso, retruquei que ele adivinhou, eu queria mesmo colocar tudo abaixo.
Talvez, não tenha percebido que o banco estava fechado, talvez fosse intervalo para o almoço, embora não fosse meio dia nem uma hora. Só sei que a moça do caixa estava no lugar e me atendeu enquanto o sujeito sentou-se em uma mesa e, de lá, ficou dizendo qualquer coisa. A moça do caixa disse para não me importar porque ele era grosseiro com todos. Ele falava e falava e a moça constrangidíssima. Não entendi o que ele dizia e podia dizer a vontade porque não dou a mínima para ataques pessoais e prefiro não saber para não reagir. E, foi o que eu fiz, quando ele, ainda falando, ficou de pé. O dinheiro já estava na minha mão e eu já ia saindo. Não havia mais ninguém no banco e portanto achei que poderia fazer meu discurso:

- O senhor não sabe quem sou eu, não me conhece, não sou mulher da sua família que atura suas grosserias e nem funcionária que não pode reagir. Mas que fique bem claro, meu senhor, não tomo conhecimento nenhum do que pensa e fala um  homem que sequer arruma a sua própria cama.

Ele calou-se instantaneamente, arregalou os olhos e eu fui embora. 

Eu não quis ofendê-lo, meu discurso era de desprezo porque eu estava criando meus filhos sem ajuda de absolutamente ninguém, dormindo cinco horas por dia, trabalhando em três lugares, com dupla jornada de trabalho, meus filhos praticamente sozinhos a ponto de eu comprar Brisa - uma pincher zero, caramelo para fazer companhia para eles. Arrumar as camas era a primeira coisa que eu fazia todos os dias e nunca vi um homem fazer isso. A expressão tornou-se meu discurso de protesto pelo trabalho doméstico imposto sem ajuda de ninguém.

Então, esse fato de arrumar camas, quando li que somente trinta por cento das pessoas o fazem, foi uma espécie de símbolo, um alerta de como levo tudo muito a sério.

Ainda há tempo de eu mudar. 

                                 
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Se gostou, se acha que deve. Faz parte da vida.
Agradeço.

segunda-feira, 15 de maio de 2017

Agrupamento de velhacos

                           
           


O Brasil não é mais o país dos moços. Foi minha geração que produziu o maior número de nascimentos. Há lógica na consequência quando foi maior número de adolescentes, adultos e começa o maior contingente de velhos. 
Uma geração que parou as guerras, encontrou maneiras e formas de melhorar a qualidade de vida e buscou a igualdade social. Portanto, nada mais compreensível que tenha produzido, também, pessoas nefastas. Mesmo que agindo em seu nicho próprio.
Quando olhamos as idades dos caras presos na Lava Jato, percebemos que são da mesma geração. E, da mesma geração que levou, de uma maneira e outra a uma ditadura de vinte anos.
O embate foi mais ideológico do que concreto. Quando chegaram ao poder, implantaram suas idéias mas buscaram pagamento alto. Portanto, não foram ideológicos mas velhacos. Ficaram na ala dos que defendem a igualdade social porque excluídos do meio social que sempre teve vantagens. Entretanto, tão logo chegaram ao poder, buscaram imediatamente a saída para não voltar a fazer parte dos excluídos da mesa farta.
                             
Essa gente pensa e age como qualquer poderoso descrito na história. Não são pessoas comuns mas vieram ao mundo com a inteligência acima da média. O que diferencia é o ajustamento dos parafusos.Uns ficaram soltos e outros mais ajustados que outros. Os medíocres, os certinhos ficaram no limbo, servindo os primeiros. No confronto, uns ganham e outros perdem mas sempre em função das vantagens que eles levam.

Se a Lava Jato não estivesse em Curitiba, duvido que teria o mesmo desfecho. 
No lugar onde a  história do país agrupou os espertinhos da nação, não tem e nunca teve uma máquina judiciária para decapitar vagabundo. Se não for para enricar, os lugares hegemônicos não produzem uma cabeça cujo catecismo decorado tenha essa previsão.

domingo, 14 de maio de 2017

Paciência, veja até o fim



É da minha natureza...

 

                               Pequetito e a livre pesquisa...                                              
                                   
Quando se tem o pensar livre, sem medo, a pessoa escreve e diz, tendo como limites a educação e o respeito. Expressar suas ideias faz parte de um mundo civilizado, de viver em um lugar sem o autoritarismo da censura e das imposições dos poderes do estado. 

Quem fala bem tem em primeiro lugar o DNA da fácil expressão. As vezes sequer a pessoa precisa ser culta ou letrada, cheia de diplomas. Muita gente sabida não é falante.

Sou de uma família onde tem grandes oradores. Papai foi orador da sua turma de odontologia. O pai dele também em medicina e depois  foi o orador da cidade nos seus eventos e inaugurações. O bisavô materno era contador de causo. Sentava na praça, em um tempo sem rádio, televisão e cinema longínquo e contava causos.

Meu irmão, Fernando, se fosse filho de pais do tipo de Elvis Presley teria sido um grande artista, desses de ficar sozinho em um palco, contando causos e divertindo multidões. Era convidado de honra nos eventos de fim de ano para fazer seu show. Teria ficado rico. Mas na família, nem pensar. Uma vez comentei com ele sobre isso e ele deu de ombros.Literalmente não falou nada.

Isso tudo é para dizer que nos blogues, Facebook, etc, é uma temeridade fazer um comentário.Aqui mesmo todos preferem passar batido. Dá preguiça pensar que não será entendido em sua opinião e quando não, receber uma réplica grosseira.

De agora em diante, vou me esforçar para não fazer comentários. A página é de uma pessoa e terceiros entram e partem para a ofensa. 
E, depois eu é que sou ruim. 

Cansei!

Nos EUA, acabei de ver um documentário, um rapaz ficou preso dezessete meses, condenado em primeiro julgamento porque trocou textos como se fosse um livro, escreveu uma história de canibal na sua caixa de emails. Descoberto não sei por quem, foi preso com a hipótese de não ser mero texto mas plano para sequestrar, matar  e comer uma moça. No Brasil não seria possível ser preso porque, mesmo que fossem atos preparatórios para cometer o crime, isso não é considerado crime. Isto é, atos preparatórios não são considerados crime.
Mas como os  macaquitos copiam tudo, ainda mais dos EUA, periga correr o risco de ser humilhado publicamente porque é livre para pensar e escrever o que lhe dá na telha. Punir o pensamento é passar dos limites. E, comentar não fica longe.

Meu presente para o Dia das mães




O que falam e escrevem horrores desse ator é de corar o capeta.
Um retrato de um estadunidense sem máscaras, se dando de poderoso porque viveu o seu tempo, no lugar que pode e não pode desde que tenha dinheiro.
Não importa. O que vale é o prazer de seu talento de melhor ator entre tantos. Os santos merecem outro nicho na humanidade.

E, mãe que é mãe, também gosta disso.

Nem um, nem outro

- Mostram  o leão sempre dissociado dos rebentos. Aqui um leão finge que sofre o ataque do leãozinho para ensinar o ataque.
                         
Em uma rotina de datas, mais um Dia das Mães. Uma data necessária para homenagear a importância   da mãe na sociedade. Entretanto, essa figura vem sendo construída pelo sistema no sentido em  que a mulher reconheça seu lugar e assuma a responsabilidade que não é somente dela.

A propaganda oficial separa a mãe da figura do pai, delimitando seus papeis como se fossem dois. Mas não são. Isso foi em sociedades superadas pela modernidade.
O estado devia educar o cidadão, fazendo confundir o pai e a mãe como educadores e colunas do equilíbrio pessoal e social e não delimitar em duas vertentes bem separadas.
O resultado é a mulher sentir-se dona do parir uma pessoa e o homem aceitar ser coadjuvante. E, no social a mulher assumir, muitas vezes, sozinha os seus filhos e o homem, muitas vezes, dar de ombros quanto a sua presença fundamental.
O ser humano é construído a partir da convivência dos dois papeis sociais a caminho da felicidade e do equilíbrio. E, homem e mulher sequer precisam reproduzir a sua própria cria.

O número de pessoas, tendo  presença na educação e convivência familiar  somente do pai é muito grande, preocupante. E, o sistema ignora e mantem a mensagem da figura da mulher ou do homem na família, dissociada um do outro. 
Qualquer Dia das Mães e Dia dos Pais deveria vir em conjunto com o casal mesmo que estivesse um e outro como pano de fundo, mas com destaque ao principal da data. 

Até Napoleão Bonaparte, essa figura de mãe extremada a sacrificar tudo e todos pela cria não existia. O mito do amor materno surgiu nessa época. Como as mulheres não criavam seus filhos e davam para terceiros, a mortalidade infantil era muito grande. O general precisava de soldados e construiu a mãe desvelada a criar seus próprios filhos. Com o passar do tempo sedimentou-se a teoria  na sociedade ocidental. E, colhemos homens irresponsáveis a virar as costas para seus rebentos, o jogar nas costas das mulheres a total responsabilidade com as crias.

Precisamos avançar. Eu não pactuo com os que  homenageiam as mães como figuras impolutas e santas aos pés da Virgem Maria. Se não forem responsáveis e educadas serão tão danosas como qualquer homem que nega ou abandona a paternidade. 
Sou pela construção da maternidade e da paternidade confundindo -se, levando a uma sociedade melhor porque os humanos serão melhores e mais completos, no espelho dos dois.

sexta-feira, 12 de maio de 2017

Alimentação natural

                    

Os  naturebas voltam para fazendas de pequeno porte para plantar e colher sem nenhum aditivo moderno. Nem adubos, nem defensivos. A produção é caríssima e a promessa da compensação é grande porque rende pouco. Mas pregam que, alimentando-se de forma natural, com produtos tratados um a uma na atenção individual tem a garantia de mais anos saudáveis e vida mais longa.
Campanhas contra o uso de produção em larga escala chamada a Revolução Verde é, solenemente ignorada quando não combatida com veemência. Química na comida nem pensar. 

Óbvio que aqueles que se alimentam mal tem mais doenças e a medicina  relata à exaustão. Mas o mistério continua, o motivo dos longevos ainda é causa para pesquisas sérias. Um exemplo são pessoas que nunca fumaram morrerem de câncer no pulmão e outros que fumaram por sessenta anos e não tem nada. Outro que tem vida regrada, não bebe, não come coisas gordurosas e tem gota, enquanto outros esbaldam-se no torresmo com cachaça e passam a largo das consequências.

A mistureba que forma o brasileiro é uma Caixa de Pandora. Melhor viver o dia a dia para não ter surpresas e fazer parte da fila quilométrica dos hospitais. Saúde devia ser premiada nos descontos do Imposto de Renda.

terça-feira, 9 de maio de 2017

Fica na tua

                       
Não sei bem o que quer dizer uma pessoa pensar como o sexo oposto. O que seria isso?
O sistema, a cultura fixaram limites tais que uma pessoa não pode pensar livremente sem ser tratada como exótica, aberração ou diferente?
O que é pensar como mulher? Ficar no nicho dos esmaltes, pintura nos cabelos e saltos altos ? Filhos, cozinha, casa limpa e arrumada custe o cansaço que estiver ? Dupla jornada de trabalho com um sorriso nos lábios e sempre gentil ? Ser delicada e não falar palavrão? Argh ! 

De certa feita, um perito do juiz, em conversa informal no corredor do Forum, esperando  audiência, sabendo que eu era militante feminista  disse que a mulher era naturalmente submissa. Por isso, servia, naturalmente, ao homem. Quem saísse desse padrão era aberração e devia ser combatido ou tratado como doente. Eu não respondi porque não respondo a quem tem viseira. Pelo contrário, dou um ponto final na conversa e deixo a pessoa  falando sozinha. Mas não me esqueci e quando exigem que eu seja mansa e passiva em um confronto entre machos, alimento-me dessa fala.

Eu fui comprar material na loja de construção e ao pedir os itens, disse que era para combater a maresia  em ferros pois em época de chuva  precisava fazer a manutenção.
Não devia ter dito nada, falei demais, porque o vendedor passou a explicar sobre materiais próprios que eu devia comprar e que não eram os que eu havia pedido. Em uma atitude de patrão a explicar a um idiota ignorante, como se eu fosse criança.

Eu era a única mulher e, observando o atendimento dos homens na loja, não vi nenhum receber aulas semelhantes. Eles chegaram, conversaram e pediram. Foram embora, antes de mim. Tive que ir a três lojas porque a insistência foi muita nas duas primeiras. Na terceira eu não disse nada, não dei conversa, pedi firme, com cara fechada e fui atendida. Quase com estupidez, cortei a fala inciada pelo vendedor, como se eu fosse uma bestunta e somente os homens soubessem sobre raspar, lixar e pintar  em uma manutenção de um ferro com princípio de ferrugem trazida pela umidade da maresia.

Decididamente, minha cabeça não é feminina e eu fico muita satisfeita por ter fugido do discurso pronto e acabado de uma sociedade como essa. Para essa gente, devo ser homem. Que se danem. 

sábado, 6 de maio de 2017

Anistia a amotinados da PM/ES

Digno representante da malta: Deputado estadual Fraga
                                     
Vocês lembram dos policias do estado do ES que fizeram motim , escondendo-se debaixo da saia de suas mulheres e cujo resultado foram mortes, saques e cárcere privado da população por uma semana?

Pois um deputado estadual apresentou projeto de lei para que todos recebam anistia pelos crimes que cometeram. Dois mil e duzentos bandidos de farda, emporcalharam a polícia militar do ES e o deputado pretende que sejam anistiados de seus crimes como se nada houvesse.

Um projeto inconstitucional porque um crime dessa natureza não pode ser anistiado por lei estadual. Os crimes estão descritos no Código Penal que é lei federal. E, previsão de anistia por crimes ali descritos, também é regulamentado por lei federal.

Enquanto o povo fica distraído com os crimes da Lava Jato, os estados mequetrefes tramam contra o povo. Quem vai indenizar os comerciantes, levados a falência pelos saques de suas mercadorias? E as mortes e assaltos em via pública?

Tudo é possível quando a vergonha na cara foi pelo ralo.

Quando vejo um policial, forte e bem nutrido, vestido e armado da forma mais moderna, me dá vontade de vomitar. Uns imbecis com revolver na cintura.Argh !

Não viu? KLIKA

Leia sem vomitar : KLIKA