domingo, 4 de dezembro de 2016

Leave me alone

MAA
                             
A boa aparência é aceita para fazer novelas e filmes. A pessoa em si mesma quer ser ator ou atriz, mais do que sua aparência revela.
O maior exemplo é Marilyn Monroe. Pensou em ser atriz e foi manipulada pela indústria para ser estrela e encher as telas e os olhos dos espectadores com sua bela e sensual aparência. Quando se deu conta, já era tarde. Tornou-se mero objeto das luzes, dos flashs e dos desejos inconfessáveis.

Assim, quero entender como um ator como Mehemet Akif Alakurt passa pelo mesmo processo. Com aparência e sensualidade dos deuses, recusa-se a ser pasto de mulheres carentes e histéricas. Almejou ser ator. Como não o aceitaram somente para tal e enfadado com a perseguição das mulheres por onde passava, desistiu da profissão antes que ficasse maluco. Como outros atores e atrizes, inclusive nacionais, não aspira ser rico, ganhar grandes quantias, exibindo a si mesmo para pessoas que não respeitam sequer a si mesmas. Queria exercer sua profissão.

Em uma entrevista, disse que parou o carro em um sinal de trânsito e, de repente, este  foi quase revirado por uma dezenas de mulheres gritando como malucas. Que não consegue ficar com uma namorada porque elas são atacadas pela mídia e por onde passa e, portanto, o namoro não prospera. Que sequer pode ter uma página nas redes sociais porque os comentários são tão absurdos quanto ofensivos.
Enquanto se é muito jovem tudo é divertimento mas  a falta de respeito começa a ser notada na medida em que envelhece.
Assim, largou de vez a profissão, não aceita sequer aproximação da mídia, não está interessado em repercussão dos seus trabalhos e vive escondido em uma fazenda a beira do Bósforo com seus cachorros e criando abelhas. Não se sabe se está casado ou amasiado mas vive com uma mulher que topou ficar livre das luzes da fama.
Eu soube disso tudo por informação das fãs, espalhadas em inúmeras páginas da internet. Todas ainda histéricas e com desejos  externados sem pudor. Ele, mais objeto do que nunca.

Talvez, seja como La Arósio ou Greta Garbo e   sua vida siga, deixando suas fãs a ver navios. Suponho não ser o primeiro e nem o último. Suponho  parar por aí o desejo de ver um seu trabalho para entretenimento e prazer.

O que pretendo aqui é compreender a vida de gente que escolhe uma profissão de exposição de sua figura mas sucumbe entre o desejo e a realidade. E, como as pessoas chamam para si o direito de ferir o outro no ser respeitado. O ser tratado como objeto, homens e mulheres, por quem a sensibilidade não está na caixa craniana. Com isso, quem perde é a arte.

                                   

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Faz parte da vida.


sábado, 3 de dezembro de 2016

Touro ataca homem indefeso





Para quem passa por aqui, além do meu sempre agradecimento, gostaria que vocês dessem boas gargalhadas.

Vejam esse filminho e o gesto final do camarada...


A mulher na defesa

                                  
Eu sempre achei o mundo masculino infinitamente mais rico e interessante do que o mundo feminino. Mesmo pagando um preço mais alto com mais mortes e mais doenças, resultado das opções ou estilos de vida.

O mundo masculino é infinito. O homem vai ao espaço sideral e cria saídas para a humanidade, vai para onde quer, dorme onde quer, veste qualquer coisa  e come o que lhe dá na telha. A única barreira é ele mesmo.
O mundo da mulher, mesmo que ela pense o contrário, resume-se no útero e no que ele produz, sendo seu instrumento para viver. Seu mundinho é ali...
As barreiras que impedem o seu ir e vir ou impedem que ela seja maior do que é fica limitado na alimentação da sua própria circunstância, da sua  aparência física, escravidão aos costumes, as forças contrárias alimentadas por ela mesma. 
Nunca me canso de louvar minha sorte em ter nascido mulher porque isso faz com que não tenha que suportá-las e depender de alguma delas. Embora esteja, inexoravelmente, presa nessa mediocridade de ser mulher e suas limitações, próprias de o ser impostas e alimentadas por ela mesma.

Tenho pena dos homens. Precisam desses trastes para seguir sua vida e eles são mais vítimas delas do que a mulher o é do homem. Mesmo na guerra dos sexos. Porque se uma mulher joga de igual para igual não tem vencedor e a convivência pode ser magnífica. 

Por ter essa convicção absoluta, quando eu vi o filme dos jogadores do Chapecoense, comemorando a classificação para a final do Campeonato Sul Americano eu pensei , mais uma vez, como é bonito o mundo masculino, como é rico e livre.

Então, uma semana depois, a amostragem do perigo de viver mais e de forma mais rica mostrou seu preço. Um avião cheio de homens jovens, em viagem alegre para a glória esportiva, desaba no chão por falta de gasolina. 
Cinco sobreviventes masculinos e uma mulher. O que faz a mulher? Sai em defesa do piloto/dono do avião que deixou o tanque de combustível vazio para fazer uma viagem desse porte.

Essas imbecis não mudam! 


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sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Público somos todos

                      

Um dos temas controversos é o abuso de autoridade. É muito difícil uma pessoa que é bem mandada, que aceita ordens e nasceu para ser liderada entender o que é abuso de autoridade. Pessoa que tem por lema  a absurda máxima " Manda quem pode e obedece quem tem juízo". Socorro!

A maioria das pessoas não sabe ter iniciativas, vira barata tonta se pressionada e precisa de uma voz comandando sua vida, suas ações. Sequer importa se quem lhe dá ordens é quem o prejudica pois não sabe dizer não ou, até, entender a distorção do que lhe obrigam. 
A maioria das pessoas é assim e prova disso é a ânsia em procurar um pai do povo, uma pessoa que vai resolver os problemas da nação, da cidade, do bairro, da rua, da sua casa. 
Um exemplo simples é gente que não consegue direcionar a sua vida privada e casa-se com outra, mantem o relacionamento mesmo que seja levado para a infelicidade. Precisa de alguém que decida por si mesmo. Necessita da autoridade de outrem para ser feliz mesmo que haja o abuso descarado. São os dominados e aceitam qualquer autoridade e  repudiam os diferentes, cunhando o defeito   " dificuldade em aceitar autoridade ". Caramba!

Portanto, como fazer entender a essa gente que uma autoridade passou dos limites do seu poder de decisão? Que as sutilezas do direito da  liberdade não admitem interferências que ultrapassam a autoridade e a lei ? 
Como explicar para pessoas que nasceram para obedecer que uma autoridade não tem poder sobre sua vida privada, sua intimidade do lar inviolável, seu direito de comunicação como pessoa livre? Que a interferência do estado não é infinita? Que ser cidadão não é ser escravo do estado e suas autoridades constituídas? Que ninguém é obrigado a fazer o que a lei não determina e que não pode prevalecer o estado policial ? Que o limite ultrapassado deve ser punido porque não existe autoridade livre, desimpedida e sobre a égide da hermenêutica?

Quero deixar claro para mim mesma que sei o que é autoridade e, por consequência, o que é abuso de autoridade. Sei que não quero ficar a mercê de qualquer autoridade constituída  que se arvore a fazer prevalecer sua vontade sem uma acusação onde haja o direito de defesa e provas claras da culpabilidade. Não aceito, em hipótese nenhuma, nem com revólver na cabeça que uma pessoa use seu poder para atazanar a vida de outrem sem que haja provas e não indícios ou palavra de dedo duro apontado para salvar a pele. Não aceito pé na porta ou algemas em acusados sem reação específica exercido por gente mascarada e armada até os dentes. Não admito grampos em telefones, sensores ou câmeras a não ser  para elucidar crimes conhecidos e bandidos declarados, por ordem judicial fundamentada e dentro dos princípios constitucionais que regem os atos públicos.

Não vivemos em uma monarquia onde o rei é a lei. Nem  aceito as vestais cheias de marra mas locupletando-se do seu cargo para fazer apropriação indébita do dinheiro público. Gente que considera-se líder sem que o cargo lhe permita, vestido com roupas estrangeiras e buscando aplausos em outras gentes sobre o que lhe  é obrigação funcional.

Devagar com o andor que o santo é de barro e se procurar muito não sobra ninguém. A vaidade em tumultuar a nação só leva à desgraça e à dor. Isso serve para todos que se julgam donos do Brasil e mostram a cara sem piscar os olhos, aproveitando da ânsia do povo brasileiro em ficar livres destes mesmos.



quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Formalidades a parte

                      
           
Devo estar mal da cabeça. Ou aderi aos pessimistas que veem defeito em tudo. Mas não achei nada bonita a festa do time colombiano em Medelin. Deviam estar de cabeça baixa porque o choro precisa vir acompanhado da vergonha.

O que aconteceu foi um absurdo. O avião caiu por falta de combustível. Certamente não voou pela primeira vez com o mesmo perigo iminente, sem cumprir as normas. Pois o que eu ouvi foram especialistas, dizendo  que os aviões caem porque normas são descumpridas. Que os sobreviventes estão vivos porque cumpriram as normas. Mantiveram-se  com cinto de segurança, abaixaram-se na cadeira em posição fetal e ficaram firmes. Não é pois coincidência os tripulantes vivos. Eles disseram que os jogadores levantaram-se e começaram a pular, aos gritos quando a luz apagou e o avião caiu.

Mas, se estavam sem combustível e não foi a primeira vez, alguém sabia dessa prática e não denunciou. A vergonha está aí, corrupção e pobreza de uma região que não se cansa de produzir gente sem vergonha, miserável na alma e no bolso. O proprietário do avião era o piloto, só tinha um avião e tentava sobreviver dando nó em pingo d'água. O espertinho dava-se de esperto e a casa caiu levando um time inteiro, jornalistas, técnicos de comunicação, radialistas, gente que ia para uma festa e voltou em um caixão.

O brasileiro é implacável consigo mesmo mas muito bonzinho com os estrangeiros. Alguém mencionou que a responsabilidade seria da ANAC porque é a instituição, que licencia voos fretados, negou licença para fretar avião saindo do Brasil. Este passaria pelos céus da Bolívia antes de chegar na Colômbia e isso foge ao direito de licença. São normas internacionais. Mas não tem uma voz exigindo inquérito para apurar responsabilidades. O avião saiu da Bolívia? Quem fiscaliza? Qual o procedimento? Quem sabia? Onde sabia? 
Os tripulantes sobreviventes não precisam descrever situação macabra ou de desespero mas contar porque ficaram calados enquanto o patrão sabotava vidas.

Não vi pedido de perdão no estádio e isso está faltando. O resto? É mera formalidade.

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quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Passo atrás

                                   

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Se der para meditar sobre a questão acima, melhor pensar; se recuar faz parte e se é dar um passo atrás.
Não é interessante o jogo das palavras presas na realidade?
O que é dar um passo atrás nem para tomar impulso?
A derrota? O ser turrão?
Depende.

                                

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terça-feira, 29 de novembro de 2016

Sempre em frente

                          
O que falta são líderes de boa cepa. A maioria espera que outro tome a iniciativa mas recua. A responsabilidade é do outro. 

Quando surge um líder que faz, geralmente por impulso, de forma que não pode controlar porque o líder faz o que tem que fazer, não é raro aparecer um medíocre para impedir ou para surfar na mesma onda como aproveitador.

Em um país tão grande como o Brasil, onde os simulacros de líderes não tem treinamento, cultura ou modelo é o bastante fazer suas próprias condutas e perderem-se em si mesmos. A certeza da ignorância de alguns seus seguidores, geralmente aproveitadores, tem feito o país pagar muito caro ao forjar lideranças espúrias.

Assim, estamos assistindo o que se passa com a liderança nos três poderes da nação. A maioria está perdida em si mesmo, sem compromisso com a história ou tentando fazer  a sua própria história pessoal. Ou quiçá e pior, são simulacros de lideres com metas e focos antagônicos ao que qualquer nação precisa.

Uma coisa é certa, muito lider de boa cepa não consegue furar o paredão de espertalhões, formando verdadeiras gangs, empacados no mesmo lugar, com a sanha de levar vantagem pessoal. E, desistem, fazendo a nação perder a chance de dar um salto a frente e sair das mãos dos sanguessugas.

Outros, tornam-se vítimas dos interesses inconfessáveis mas facilmente manipulados porque estão sozinhos na tentativa de ultrapassar a barreira que cerca os poderes da nação. Estes, perdem a vida, perdem a paz, tornam-se vítimas abandonadas quando são jogados aos lobos. 

Que seja escrita mais essa página da história do Brasil e que os lideres construtivos vençam. Que nunca recuem, que tenham bons seguidores e que o livre os traidores nefastos e indignos.



segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Exaustão

                         
Chegamos em um ponto na estrutura do estado brasileiro de aposta no quanto pior melhor entre os componentes dos poderes da nação, na hipótese da perda de seus privilégios contados desde a chegada de João VI ao Brasil.

Enquanto o povo trabalha, produz e segue sua vida, inclusive comemorando a vitória de seu time como campeão nacional de futebol, um grupo equivocado trama a queda das estruturas como se fosse um jogo de xadres. Joga-se o jogo mais sórdido da história do Brasil onde dedos duros levam vantagem e até querem loas por suas manifestações. Como se a lei fosse pretexto para pedir aplausos ou posar de herói porque abriu a Caixa de Pandora.

O jogo de egos, de interesses escusos, sem haver um interlocutor confiável como já foi em outros tempos, torna a política com o seu jogo pesado e autoridades medíocres, um ninho de baratas tontas trombando em si mesmas, subindo e caindo das paredes, disputando pedaços de lucros e dividendos no espaço do poder federal. Ou buscar popularidade na opinião pública e suas redes sociais. Puf!

Tudo se resume na prevalência de lideranças espúrias, nascidas, criadas, mantidas e impostas como consequências da ditadura que assolou esse país e que o cidadão comum ainda não se livrou. Este, pagou o preço de ser pano de fundo antes e paga o mesmo preço agora. Tudo nas mãos dos bestuntos de ontem que sobreviveram até hoje. Dos substitutos papagaios dos mesmos discursos, sem tática ou liderança pragmáticas, focadas no progresso nacional. É a mesma nota tocada como robôs do nada. O país não anda para frente.

E, nós brasileiros barrados no baile do poder e da abastança corrompida e maligna, no uso farto do dinheiro público, só nos livraremos com o tempo, tragando todos como é inexorável. Que ânsia desse dia!

A nação está exausta, não suporta tanta imundice moral vinda de todos na ânsia de seguir suas doenças mentais . Admito exceção mas não sei qual seria nesse jogo que aparece para o povo.

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domingo, 27 de novembro de 2016

Juan del Diablo

                                  
Nesse mês de novembro marca mais um ano sem Eduardo Palomo, 2003, ator mexicano que atuou na melhor novela de todos os tempos: Coração Selvagem. Avaliação esta feita em todo o mundo. Tanto é que outras versões do texto, nenhuma prosperou e foram para o lixo.
Em entrevista, o diretor da novela disse que a criação foi toda do ator que deu uma versão própria, tornando o papel de protagonista irretocável: João do Diabo.

A verdade é que marcou tanto a vida profissional do ator que não conseguiu libertar-se de Juan.

Mudou-se para Los Angeles para  fazer carreira em Hollywood mas morreu de ataque cardíaco fulminante com quarenta e dois anos.

Fica minha homenagem ...



A Cuba o seu lugar

                                
Fidel e Guevara  formaram a coincidência histórica do encontro dos miseráveis. Mas Fidel foi mais prático e estava no seu lugar. Na terra de anões ele sobressaiu e conseguiu impor-se. Não é atoa que, dentre suas frases, a imposição de sua inteligência fazia recuar as cavalgaduras. 

Após a Segunda Grande Guerra, os EUA passaram a competir para obter a hegemonia, acossados pelo medo da bomba atômica, caindo dentro dos seus limites. Em simulacro de disputa de cuspe, os donos da Rússia e dos EUA fizeram muita gente pagar caro. Cuba foi a corda do Cabo de Guerra.

A roda da história não para. Enquanto Trump vai dar as cartas, morre Fidel. Não é difícil que Cuba entre para os rol definitivo dos países  nanicos onde é o seu lugar. No futuro, quando os cubanos contabilizarem eternamente suas mesmas derrotas pessoais, vão fazer como o Paraguai. Este país que não sai do lugar, coloca a responsabilidade da sua incapacidade de deixar de ser uma fazenda de meia dúzia, ainda lamentando o resultado da Guerra do Paraguai e endeusando seu caudilho Solano Lopes.

Depois, quando o estrangeiro olha de banda para os latinos americanos, espantam-se  com a sua capacidade de repetir erros e forjar lideres medíocres e instáveis, vocacionados para o autoritarismo, os conduzidos ofendem-se.

No Panteon das republiquetas latino americanas, Solano Lopes e Fidel Castro estarão no mesmo patamar. Tal qual os paraguaios responsabilizam o Brasil pela estagnação, os cubanos apontam para os EUA a responsabilidade por serem nada.

O ponto de exclamação diz tudo : -"Fidel Castro está morto!".


sábado, 26 de novembro de 2016

Esquecido num estalo

                     
O frenesi continua. Fidel morto? Grandes coisas. O que esse cara aprontou na vida, o que matou e arrebentou com a vida das pessoas é um alívio morrer. Já vai tarde...

Uma pessoa cria uma teoria e resolve impor doa a quem doer. A história está cheia desse tipo de ditador, autoritário que manipula a verdade, impõe a povos e gentes suas idéias. A lista é grande.

Já é tempo da humanidade não aceitar mais esse tipo de verdugo. Com a desculpa de fazer justiça social sai matando mas transforma-se no que quer destruir. 

Vamos ver quanto tempo leva para não ser mais lembrado...


Não vai ser múmia

                      
Quando Fidel Castro derrubou o governo corrupto de Fulgêncio Batista em 1959 e  tirou Cuba das mão dos mafiosos dos USA, marcou para sempre a história da humanidade. As gerações atuais só podem avaliar os fatos e suas origens pelos livros de história. Como sempre, ficam as versões diversas, com as suas óticas e para quem quer tirar suas próprias conclusões. 

Naquela ocasião, eu cursava o ginásio no Instituto de Educação de Minas Gerais em Belo Horizonte e do meu lado sentava-se Maria Inês. Estávamos em plena puberdade. Não tínhamos muita intimidade fora da escola, ela nunca foi a minha casa mas eu fui várias vezes na casa dela. Inclusive por curiosidade porque era a mesma casa onde mamãe morou quando conheceu papai que morava na frente, na rua Ceará, 1015, Bairro dos Funcionários.
Ela tinha um irmão mais velho que era comunista e  lia livros que ele indicava e passava os nomes para mim. Eu era sócia da Biblioteca Pública, na Praça da Liberdade e tirava  os livros;          A Mãe de Goki, Judas o Obscuro de Thomas Hardy , Memórias de uma moça bem comportada de Simone de Bouvoir, etc e etc.
Nos horários vagos tínhamos boas conversas, a maioria sobre política mas a música também fazia parte. Ela tinha restrições a Elvis e dizia que ele era muito burro, era tal qual um cafajeste, era mulherengo demais e norte americano. Tudo que uma neo feminista não  perdoava. Eu sabia que ele era machista e, como se dizia na época, porco chauvinista mas ficava por isso mesmo.

Então, Fidel Castro e Che Guevara derrubam Batista e a conversa foi longe, os paredões com os fuzilamentos, o sangue qualhando no chão, os exilados saindo aos montes para Miami e deixando tudo para trás. Tornou-se definitivamente comunista e, mais tarde, morou em Paris acompanhando seu irmão que ficou exilado da ditadura brasileira.
Enquanto eu colecionava fotos de Elvis, ela colecionava retratos de Fidel Castro. E, quando eu encapei meu colecionador com uma foto do Elvis ela colocou no dela a foto de Fidel Castro sem barba. Nós duas fomos parar na diretoria, e ambas nos recusamos a tirar as fotos. Papai e o irmão dela foram chamados para  conversar com o diretor, Professor Mesquita.  Continuamos com nossas fotos. Uma bobagem porque eram fotos de jornal, em preto e branco que amarelaram, ficaram esmaecidas e nem sei que fim tiveram.

Para o mundo Fidel Castro e Che Guevara foram muito mais, marcaram a segunda metade do Século Vinte, foram pivôs de mortes, guerrilhas, revoluções, embates entre o capitalismo e o comunismo. Peões da Guerra Fria, joguetes da Rússia e seus interesses de dominação e quase motivo para uma guerra atômica. Cuba, um pedacinho de ilha de pouco mais de cento e sessenta quilômetros quadrados, uma população merreca, sem expressão a não ser no rebolado da salsa. Se não fosse a bandidagem dos EUA fazer da ilha um puteiro e terreno da jogatina nada teria acontecido. Se não fosse uma peça no jogo entre a disputa de duas potências e ter uma posição privilegiada, a cento e cinquenta quilômetros de distância da Flórida, seria um nada como tantas ilhas da Terra.
Mas sua localização e o jogo jogado pra valer fez de Fidel Castro muito mais do que ele foi, além do verdugo, do ditador e da mão de ferro que prejudicou tanto uma nação. Com um ego sem limites, tirou Guevera de Cuba, abandonou-o a própria sorte e usou sua melhor imagem para ilustrar uma revolução feia e mortal.

O resto é história, pois o ditador morreu hoje, com noventa anos,  e vai ser cremado o que é menos mal. Se tivesse morrido jovem e bonito como Guevara, na certa seria mumificado e colocado em câmara refrigerada para adoração de seus sequazes.

Ontem ditador, hoje pó e imagem fugidia na memória do tempo.

Mais um pouco? KLIKA


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sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Os podres da Dinamarca

                                                                   

Eu me lembro de todos dizerem que o governador era venal, corrupto, ladrão. Eram dizeres soltos liderados por quem ele recusou-se a atender exigências. Outro poderoso com muito mais prestígio e em campanha acirrada, durante toda a gestão, sem reeleição. Nem tentou. O poderoso perseguidor vivia de bilhetinhos, pedindo favores para os amigos. Os inimigos? A lei.

Eu ocupei cargo público de confiança e foi ele quem me admitiu. Quando quiseram que ele me exonerasse, ele recusou. Quem me contou foi a própria pessoa que foi pedir minha cabeça. Já havia má intenção em me afastar porque, anos depois, perdeu seu cargo de deputado estadual e tornou-se ficha suja. Jamais pediu-me qualquer favor, por menor que fosse.
Entretanto, recebi telefonema de promotor de justiça  metido a vestal, de mais de  um desembargador, de mais de um foro, caladões e circunspectos. Todos pedindo merreca mas empoados do poder. A todos respondi que em ato jurídico perfeito não se podia mexer. Tornaram-se meus inimigos. Deixaram, até , de me cumprimentar. O ex governador foi execrado como corrupto e morreu de tristeza.

Portanto, gente que navega sem saber o que se passa, pedir favor por estar nadando em águas tranquilas ou navegando em céus de brigadeiro é a coisa mais comum do mundo.

Um exemplo, levei para registrar em um Cartório de Registro de Imóveis uma Carta de Sentença. O ato jurídico a ser feito era simples averbação de dez linhas. Levou três meses, noventa dias. O mundo parado, negócios e refregas. Cobraram e foi pago no dia do pedido, setenta reais. E só liberaram quando ameacei fazer representação na Corregedoria. Disse que não seria pago sequer um tostão furado a mais do que estava na tabela.

Há muito mais coisa podre no reino da Dinamarca. 


Debaixo das asas

                         
O uso do cargo público para obter vantagens está arraigado na alma do poderoso. A pessoa adquire poder, através de um cargo  público, do voto, do poder de polícia e, além de receber  altos salários, quer mais. Quer estender seus poderes ao infinito. Quer submeter os comuns, meros estúpidos sem capacidade de sair da planície, a seus tiros certeiros vindos de suas posições socialmente superiores.

Por isso o Brasil é a terra encantada dos funcionários públicos. Para isso um brasileiro faz concurso público.  Por isso o sonho de parte da sociedade é passar em um concurso público, receber seus vencimentos no fim do mês, ter aumento todos os anos sem interessar a situação econômica do patrão ou da iniciativa privada.
Ainda mais, os funcionários públicos federais. Eles compõem os poderes da nação e ostentam ares de privilegiados, ignorando que seus vencimentos são pagos pelo povo. O percentual corrói a economia, seiva talentos da iniciativa privada, acaba com sonhos do cidadão e suga dinheiro  de onde não devia. Tudo para sustentar uma máquina pesada e ineficiente.  Burlam a lei que impõe teto máximo na farra com o dinheiro público e não aceitam tratamento igualitário. A lei é para o outro que não tem provas de ser mais inteligente, mais capaz em marcar corretamente questões de múltipla escolha, sair de pegadinhas de provas feitas para escolher o mais sagaz em sustentar-se no topo da pirâmide. Talento não pode ser medido em provas de seleção da espécie. Também, vai o espertinho e o de melhor memória.

Em uma nação baseada no poder do estado, um  cidadão optar pela inciativa privada é prova de incapacidade de passar em concurso público. Fazer um jogo e tráfico de influência é mera consequência.

Portanto, ter em mente que um indivíduo com o poder público nas mãos e o telefone à disposição, possa  resistir em atender um pedido para usar esse mesmo poder é esperança demais. 
Um pedido de parente, de amigo de muitos anos, de alguém que precisa agradar é mundo a parte. Dizer não é fazer inimigos, é perder eleições futuras, é negar o óbvio.

Vale a alegação do ato jurídico perfeito e que não pode ser modificado. Mas quem?

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quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Quem toca o berrante ?

                                   
             
                      
Tempos difíceis. Só denúncias. Ninguém presta, ninguém acerta em nada. O que tem de dedo duro, de gente vigiando e querendo se fazer nas costas de outros é de dar engulhos. 
                                                 

Ou a pessoa recusa-se a ficar alheia aos acontecimentos no mundo todo  e onde a caça de erros é ganha pão de muita gente ou faz parte de hordas de denunciantes sentados atrás dos teclados, se fazendo de oráculos na nuvem. Parece que não há outra opção.

Bons eram os meus tempos onde o pau comia e não fazia diferença para mim. Continua não fazendo diferença porque não faço parte das hostes que decidem os rumos da manada, não toco o berrante nem estalo o chicote. Mas a poeira me atinge e me cansa limpar os tutanos de tanta sujeira.
Eu não tenho nenhum prazer em ver o circo pegar fogo e já vivi o bastante para saber que, quem se locupleta não é quem  coloca o peito na frente da baioneta.

Um dia chuvoso não faz mal a ninguém...