A chuva foi muita. Mal deu tempo de correr e fechar as janelas. Minha casa é feita para apreciar a chuva. Meu marido era um poeta e as manifestações da natureza sempre foram privilegiadas em seus projetos. Ele deve estar revirando-se na tumba porque mudei algumas características quando coloquei um toldo que é fechado quando começa a chover e não cair água dentro de casa. Ele ficava sentado em frente, apreciando a chuva cair, espalhar dentro de casa, tudo feito para ser assim. É uma espécie de janela mas é um pergolado no meio da casa. Se não chove fica aberto e ventila bastante. Nem uso ventilador em pleno verão. Mesmo porque tem muitos jardins e, como consequência, muitas plantas e gramas que não sei até quando vou conseguir manter bonitas. Tomara que me deem incentivo para quando eu estiver com oitenta anos.
De qualquer forma, a tempestade de verão caiu forte durante vinte minutos com trovões e relâmpagos, um atrás do outro. Pensei que iria cair na árvore, na casa, no prédio da frente que está com o para-raios estragado e eles nem sabem, embora eu tenha avisado ao administrador. Fez estragos na cidade, choveu pedras em alguns lugares mas estamos vivos.