quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

No fim do arco-iris tem uma cloaca

Foto de Andriça Maia
                                   

Não é quem, é como. É o ponto em que chegou essa república nas mãos de uma gente que se mantém no poder porque se acha com esse direito, revesando entre eles, fatiando desonra.

A Constituição manda repor uma peça do STF, indicando quem for probo e com grande conhecimento das leis. Isso não é aval para colocar gente espertinha com trânsito nos corredores do poder. Do jeito que fazem é impossível um anônimo, estudioso e comprometido com o direito, ser escolhido para fazer parte dos quadros do STF. Escolhem os achistas. Então, na sabatina, ele acha isso, acha aquilo e vira remelexo de opiniões políticas. Tudo transforma-se em uma pantomima disforme de agressões político partidária ou exposição de teorias presas a culturas vetustas e desligadas do país. O Senado da república é antro de bestas sem cérebro.

A ética desapareceu dos quadros do STF porque não é levado em conta o julgador mas o político, amigo dos amigos, do poder, os sabujos da hora. O argumento que alguém foi escolhido, anteriormente assim, não pode prosperar. É argumento de gente ignorante.

Quando eu fui ao Projeto Rondon, em Coari no Amazonas, fiz palestras a pedido do estudante de medicina cujo tema era a importância de filtrar ou ferver a água para beber. O futuro médico não sentia-se seguro para falar em público e pediu-me que o fizesse em seu lugar. A palestra foi no salão da escola e ficou cheio. Expliquei a razão da necessidade de ferver a água, o tempo de fervura e como fazer para voltar a ter oxigênio nela. Falei de várias formas e jeitos. Escolhi as palavras e as formas de expressão. Quando terminei, perguntei se tinham entendido. Então, pedi um e outro para repetir.  Eu mesma voltei a falar e a explicar. Lá pelas tantas uma pessoa pediu a palavra e disse que aquilo tudo era uma bobagem, coisa de lugar longe dali, que sempre beberam água dos rios sem ferver e estavam todos ali sem problemas. Mesmo depois que expliquei, que as filas no posto para atendimento com o doutor, haviam doenças cuja consequência era a verminose contida na água natural, vários passaram manifestar-se, dizendo que sempre foi assim e que continuaria a ser  assim.

Se não houver a cultura da mudança, do buscar o melhor, a evolução da vida e da melhoria em tudo, o avançar na civilização, não seremos uma grande nação. Muito menos haverá evolução do país governado pelo mal exemplo em ética, com poderosos de inteligência limitada, falta de raciocínio e avaliação do futuro, preguiça mental própria dos países subdesenvolvidos.

Lideres da mediocridade e evasão de quem abandonou a esperança.


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