sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

O conto que conta

Casa do meu bisavô paterno, Chico Leonel, em Pium-i / MG
                                   
O bom de ser brasileiro da gema é que não assume sonhos desfeitos de quem veio de fora enxotado como cachorro sarnento.

Ouvir contar casos do Brasil sendo construído aos poucos, forja a personalidade e dá respaldo para entender melhor como um país pode ser formado sem precisar copiar o estrangeiro.

Os contadores de causos são importantes porque passam os costumes nas histórias que contam. E meu bisavô paterno era contador de causo. Em um tempo em que não haviam os meios modernos de comunicação e entretenimento, sobrava tempo para a roda na praça ou os saraus nas casas. Também não impede que ainda hajam contadores capazes de reunir em volta deles muita gente presa a capacidade de enredar as atenções. Meu irmão Fernando poderia ter ficado famoso e rico se tivesse tido incentivo porque dava de mil nesses piadistas que aparecem na televisão. Não sei porque não enveredou por esse caminho. Um mistério que ele nunca me respondeu.

Então, cuidado com o que você fala para seus filhos. Especialmente em um momento conturbado onde a corrupção é a tônica. Comparar com o estrangeiro no estágio atual é passar coisa pronta que não tem o brilho do ouro como aparenta ter. Toda nação foi construída aos trancos e barrancos. A diferença de idade de um país para outro conta muito.                                        

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