Eu vi o filme denominado
1917. Está concorrendo ao Oscar com várias nomeações.
As críticas só podem ser pagas, não é possível ser diferente. O filme não tem relevância como história de guerra e nem como cinema.
A direção é uma piada e os atores inexperientes. O cenário é artificial. O filme
Cavalo de Guerra dá de mil e parece que o cenário de 1917 foi aproveitado dele, em algumas cenas.
É um filme inferior a qualquer outro visto sobre o tema. É tão previsível e cheio de clichês que dá ganas de riso. Algumas vezes a gente ri mesmo.
Eu fui narrando e brinquei com meu filho que a autora do script fui eu. E dou estes exemplos:
- Agora só falta aparecer uma vaquinha branca com manchas pretas.
E, na cena imediata, lá estava a vaca, estática, mostrada ao longe.
O personagem acha uma vasilha cheia de leite, mas não há ninguém por perto. Na certa o leite foi tirado pela própria vaca. O leite estava fresco, vasilhame inclusive limpo no lugar imundo! Não sei se a aparição de um grupo de soldados em cena lá na frente quer dizer que eles estiveram ali. Mesmo assim, não justifica um balde de leite fresco em um lugar sem água potável e tantos soldados famintos. E nenhum deles vai até o lugar onde estava o leite. A vaca sumiu. Estavam de passagem. Não havia ninguém no lugar, antes.
Então o rapazinho leva uma facada na barriga, igual aquela que só Bolsonaro saiu vivo. E morre dois minutos depois, quando esse tipo de morte leva horas ou dias. Tigum !
- Agora ele vai pedir a foto da família para morrer abraçado com ela.
Bingo!
Morre e fica logo azul em rigidez cadavérica ...
Carregam o morto de um lugar para outro mas largam ao léu e vão embora... Será que foi para parecer dramático? O outro ator, que faz dupla com o morto, não mostra nenhum sofrimento.
Antes, um deles machuca a mão no arame farpado. Tudo cheio de cadáver putrefato, excrementos, ratos, podridão e nenhum dos dois, durante todo o filme, faz um esgar pelo mau cheiro. Pouco depois escorrega, a mão machucada entra na água suja e depois mergulha na barriga de um cadáver podre no último, ao seu lado.
Eu apostei com meu filho que haveria infecção e ele ia sentir a maior dor. Chegamos a cruzar mindinhos. Mas nada aconteceu. Perdi a aposta.
O rapazinho consegue chegar em um prédio abandonado, depois de levar tiro sem saber de onde. Podia ter seguido em frente. Mas, por qual cargas d'água, entra na casa e vai entrando devagar, sobe uma escada com aquela cara de Meu Deus o quê é isso ? E, abre uma porta sem quê nem praquê e leva um tirambaço do alemão, sentado e esperando a porta abrir. Eu disse para meu filho:
- O cara é burro a ponto de abrir a porta? Se levou bala do lugar ? Vai levar um tiro.
Não deu outra.
O enredo do filme é para ser levado uma mensagem de um regimento pra o outro. A crítica diz que é para mostrar o espírito do cumprimento do dever apesar das intempéries. Uia ! E por que escolheram dois adolescentes, fazendo chantagem enquanto davam ordens?
E o rapazinho ficando cego com a poeira só para que ele pule de uma pedra para outra, sem ver nada? Será que foi para dar suspense?
Tá bom, vou admitir que sou brasileira e não entendo nada de sentimentos de guerra, no atravessar um campo de framboesas ainda em flor e cair na esparrela que mata um deles. Um alemão mau pra caramba que matou um dos adolescentes, bonzinho, que não o matou tão logo o encontrou.
Admito que não entendo o uso de adolescentes em guerras feitas por adultos malvados. E que o filme aparece em um tempo atual, no uso do cinema para defesa de teses e convicções políticas de seus autores. E eu não captei a tese política do autor.
Eu não sei, estou apenas especulando para aceitar que não entendi nada do que o primeiro mundo quer dizer a uma subdesenvolvida de terceiro mundo. Aceito ser incapaz de ser solidária a qualquer das guerras de dominação, aquelas guerras europeias do século passado.
Enfim, vejam o filme mas para dar boas risadas pelo óbvio do óbvio. Com certeza os entendidos vão dizer que só eles entendem. Deve ser por isso que o filme é ruim.
Nota : Acertei. Não ganhou nada. Ufa !
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