- Hoje, eu não quero outra vida. |
Protestos do povo em praça pública é fundamental para a democracia. Um povo inerte, que não manifesta sua contrariedade com os mandos públicos e seus dirigentes é mau sinal.
O povo brasileiro é, até, manso demais. Essa malta de corruptos quer livrar-se solto porque sabe que pode transitar livremente no seu direito de ir e vir.
As manifestações agressivas no quebra-quebra é aplicação de catecismo decorado dos extremistas. Mas, pensando bem, se não fizer notícia e correr tudo ordenado ninguém percebe nada. Principalmente quando o grupo não é tão grande para encher ruas e becos e virar notícia de primeira página. O que precisa é penalizar quem comete crime.
Uma vez, quando eu era militante feminista, Sandra, uma afiliada do meu grupo onde haviam várias jornalistas, perguntou a forma de uma reivindicação aparecer na primeira página. Recebeu como resposta: - Fazendo com que virasse notícia.
Era uma manifestação na Assembléia Legislativa contra os votos nascidos nas trompas das mulheres, dados a deputados, médicos eleitos com votos comprados com ligadura de trompas. Meu marido dizia que dávamos o nome errado e que devia ser Operação Bandeide ( do esparadrapo Ban daid ) porque eram operações rápidas, em série, onde o médico abria um buraquinho, dava um nó na trompa, dois pontos e gritava "A próxima". O pagamento era o voto nas eleições.
No dia da manifestação, um dos deputados que era alvo, veio para o parapeito que separava o plenário do populacho e começou a nos ofender. Sandra saiu de sua cadeira, num ápice, partiu pra cima dele aos berros. Eu fui atrás para contê-la porque parecia que ela ia bater no cara. Foi um quiprocó do caramba, com Sandra esperneando e mais de uma segurando-a. Tudo encenação.
Saiu na primeira página, virou notícia, o deputado sequer foi reeleito. Anos depois, eu encontrei sua esposa, trabalhando na mesma empresa que eu, e ela me disse que o marido tinha ódio de mim porque eu havia liderado tudo.
Que venham os protestos e melhor seria se houvessem mais pessoas para fazer pressão nessa bandalha e nunca mais acontecesse.
Se não por mérito, por medo.
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