terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Os respingos da desonra

                      
Quando uma pessoa é honesta, proba, industrial ou intelectual de destaque, que torna-se rico e famoso, sua família locupleta-se. No nome do patriarca ou de seus descendentes abrigam-se como em um guarda-chuva. É assim em qualquer lugar do mundo e por gerações. É o nome de família. Por isso pessoas sacrificam-se e esforçam-se, adoecem e morrem. 
No caso desses grandões da Lava Jato, enquanto locupletaram-se do dinheiro público, suas famílias, filhos, esposas viveram uma vida de ostentação. Andaram de carrões, com motoristas, tiveram secretárias, babás, jóias, plásticas, roupas de grife, festas, comemorações de nababos, viagens pra cima e pra baixo em primeira classe, helicóptero para levar a clubes, fazendas, iates, etc. Nenhum deles andou na rua, de ônibus e amigos misturados com do povo. Os filhos não reclamaram, os convidados também não.

Mas a casa caiu, a fonte secou, os pais perderam a maciota, alguns estão na masmorra como nunca dantes ocorreu nesse país. Não contaram com esse desfecho. Então, os colegas de sala, de chacrinha dessa gente, alguns revoltados do povo  estão  reagindo com ataques, até físicos, contra os rebentos antes orgulhosos, hoje indignados com a reação geral.

Que fique claro que eu não apoio nem deixo de fazê-lo, a mim pouco se me dá mas os pais que apoderaram-se do dinheiro do povo e distribuíram moleza para seus filhos, deviam ter medido as consequências. Mesmo alguns, trazendo diretamente os seus filhos para a farra da riqueza tirada da miséria do povo, não isenta os filhos apenas no uso dela. O povo brasileiro sempre foi magnânimo com esse tipo de gente. Mas, chegou no limite da revolta, no mesmo patamar dos absurdos cometidos, às raias do inacreditável.

A reação do povo começou e não vai ser pequena. Os que safarem-se da cadeia e quando safarem-se, dificilmente poderão viver no país. Se o irmão da Richtofen, que foi vítima também do crime da irmã, mudou-se para a Austrália para viver sem os olhares de banda, imaginem como será um filho do Odebrecht.

Pior é um povo que não reage, nem para o bem e nem para o mal. Melhor um povo que constrói sua honra sem guerras ou pactos de sangue.
Para quem quer construir o Brasil em cima de um bom senso filosófico e interesseiro, que preparem-se pois isso não existe. Se respinga quando se é honrado, respinga também na desonra. Ainda mais nessa dimensão sem parâmetro na história da humanidade. Se suja o ser brasileiro, fatalmente atingirá quem locupletou-se diretamente.


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