sábado, 26 de novembro de 2016

Não vai ser múmia

                      
Quando Fidel Castro derrubou o governo corrupto de Fulgêncio Batista em 1959 e  tirou Cuba das mão dos mafiosos dos USA, marcou para sempre a história da humanidade. As gerações atuais só podem avaliar os fatos e suas origens pelos livros de história. Como sempre, ficam as versões diversas, com as suas óticas e para quem quer tirar suas próprias conclusões. 

Naquela ocasião, eu cursava o ginásio no Instituto de Educação de Minas Gerais em Belo Horizonte e do meu lado sentava-se Maria Inês. Estávamos em plena puberdade. Não tínhamos muita intimidade fora da escola, ela nunca foi a minha casa mas eu fui várias vezes na casa dela. Inclusive por curiosidade porque era a mesma casa onde mamãe morou quando conheceu papai que morava na frente, na rua Ceará, 1015, Bairro dos Funcionários.
Ela tinha um irmão mais velho que era comunista e  lia livros que ele indicava e passava os nomes para mim. Eu era sócia da Biblioteca Pública, na Praça da Liberdade e tirava  os livros;          A Mãe de Goki, Judas o Obscuro de Thomas Hardy , Memórias de uma moça bem comportada de Simone de Bouvoir, etc e etc.
Nos horários vagos tínhamos boas conversas, a maioria sobre política mas a música também fazia parte. Ela tinha restrições a Elvis e dizia que ele era muito burro, era tal qual um cafajeste, era mulherengo demais e norte americano. Tudo que uma neo feminista não  perdoava. Eu sabia que ele era machista e, como se dizia na época, porco chauvinista mas ficava por isso mesmo.

Então, Fidel Castro e Che Guevara derrubam Batista e a conversa foi longe, os paredões com os fuzilamentos, o sangue qualhando no chão, os exilados saindo aos montes para Miami e deixando tudo para trás. Tornou-se definitivamente comunista e, mais tarde, morou em Paris acompanhando seu irmão que ficou exilado da ditadura brasileira.
Enquanto eu colecionava fotos de Elvis, ela colecionava retratos de Fidel Castro. E, quando eu encapei meu colecionador com uma foto do Elvis ela colocou no dela a foto de Fidel Castro sem barba. Nós duas fomos parar na diretoria, e ambas nos recusamos a tirar as fotos. Papai e o irmão dela foram chamados para  conversar com o diretor, Professor Mesquita.  Continuamos com nossas fotos. Uma bobagem porque eram fotos de jornal, em preto e branco que amarelaram, ficaram esmaecidas e nem sei que fim tiveram.

Para o mundo Fidel Castro e Che Guevara foram muito mais, marcaram a segunda metade do Século Vinte, foram pivôs de mortes, guerrilhas, revoluções, embates entre o capitalismo e o comunismo. Peões da Guerra Fria, joguetes da Rússia e seus interesses de dominação e quase motivo para uma guerra atômica. Cuba, um pedacinho de ilha de pouco mais de cento e sessenta quilômetros quadrados, uma população merreca, sem expressão a não ser no rebolado da salsa. Se não fosse a bandidagem dos EUA fazer da ilha um puteiro e terreno da jogatina nada teria acontecido. Se não fosse uma peça no jogo entre a disputa de duas potências e ter uma posição privilegiada, a cento e cinquenta quilômetros de distância da Flórida, seria um nada como tantas ilhas da Terra.
Mas sua localização e o jogo jogado pra valer fez de Fidel Castro muito mais do que ele foi, além do verdugo, do ditador e da mão de ferro que prejudicou tanto uma nação. Com um ego sem limites, tirou Guevera de Cuba, abandonou-o a própria sorte e usou sua melhor imagem para ilustrar uma revolução feia e mortal.

O resto é história, pois o ditador morreu hoje, com noventa anos,  e vai ser cremado o que é menos mal. Se tivesse morrido jovem e bonito como Guevara, na certa seria mumificado e colocado em câmara refrigerada para adoração de seus sequazes.

Ontem ditador, hoje pó e imagem fugidia na memória do tempo.

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sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Os podres da Dinamarca

                                                                   

Eu me lembro de todos dizerem que o governador era venal, corrupto, ladrão. Eram dizeres soltos liderados por quem ele recusou-se a atender exigências. Outro poderoso com muito mais prestígio e em campanha acirrada, durante toda a gestão, sem reeleição. Nem tentou. O poderoso perseguidor vivia de bilhetinhos, pedindo favores para os amigos. Os inimigos? A lei.

Eu ocupei cargo público de confiança e foi ele quem me admitiu. Quando quiseram que ele me exonerasse, ele recusou. Quem me contou foi a própria pessoa que foi pedir minha cabeça. Já havia má intenção em me afastar porque, anos depois, perdeu seu cargo de deputado estadual e tornou-se ficha suja. Jamais pediu-me qualquer favor, por menor que fosse.
Entretanto, recebi telefonema de promotor de justiça  metido a vestal, de mais de  um desembargador, de mais de um foro, caladões e circunspectos. Todos pedindo merreca mas empoados do poder. A todos respondi que em ato jurídico perfeito não se podia mexer. Tornaram-se meus inimigos. Deixaram, até , de me cumprimentar. O ex governador foi execrado como corrupto e morreu de tristeza.

Portanto, gente que navega sem saber o que se passa, pedir favor por estar nadando em águas tranquilas ou navegando em céus de brigadeiro é a coisa mais comum do mundo.

Um exemplo, levei para registrar em um Cartório de Registro de Imóveis uma Carta de Sentença. O ato jurídico a ser feito era simples averbação de dez linhas. Levou três meses, noventa dias. O mundo parado, negócios e refregas. Cobraram e foi pago no dia do pedido, setenta reais. E só liberaram quando ameacei fazer representação na Corregedoria. Disse que não seria pago sequer um tostão furado a mais do que estava na tabela.

Há muito mais coisa podre no reino da Dinamarca. 


Debaixo das asas

                         
O uso do cargo público para obter vantagens está arraigado na alma do poderoso. A pessoa adquire poder, através de um cargo  público, do voto, do poder de polícia e, além de receber  altos salários, quer mais. Quer estender seus poderes ao infinito. Quer submeter os comuns, meros estúpidos sem capacidade de sair da planície, a seus tiros certeiros vindos de suas posições socialmente superiores.

Por isso o Brasil é a terra encantada dos funcionários públicos. Para isso um brasileiro faz concurso público.  Por isso o sonho de parte da sociedade é passar em um concurso público, receber seus vencimentos no fim do mês, ter aumento todos os anos sem interessar a situação econômica do patrão ou da iniciativa privada.
Ainda mais, os funcionários públicos federais. Eles compõem os poderes da nação e ostentam ares de privilegiados, ignorando que seus vencimentos são pagos pelo povo. O percentual corrói a economia, seiva talentos da iniciativa privada, acaba com sonhos do cidadão e suga dinheiro  de onde não devia. Tudo para sustentar uma máquina pesada e ineficiente.  Burlam a lei que impõe teto máximo na farra com o dinheiro público e não aceitam tratamento igualitário. A lei é para o outro que não tem provas de ser mais inteligente, mais capaz em marcar corretamente questões de múltipla escolha, sair de pegadinhas de provas feitas para escolher o mais sagaz em sustentar-se no topo da pirâmide. Talento não pode ser medido em provas de seleção da espécie. Também, vai o espertinho e o de melhor memória.

Em uma nação baseada no poder do estado, um  cidadão optar pela inciativa privada é prova de incapacidade de passar em concurso público. Fazer um jogo e tráfico de influência é mera consequência.

Portanto, ter em mente que um indivíduo com o poder público nas mãos e o telefone à disposição, possa  resistir em atender um pedido para usar esse mesmo poder é esperança demais. 
Um pedido de parente, de amigo de muitos anos, de alguém que precisa agradar é mundo a parte. Dizer não é fazer inimigos, é perder eleições futuras, é negar o óbvio.

Vale a alegação do ato jurídico perfeito e que não pode ser modificado. Mas quem?

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quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Quem toca o berrante ?

                                   
             
                      
Tempos difíceis. Só denúncias. Ninguém presta, ninguém acerta em nada. O que tem de dedo duro, de gente vigiando e querendo se fazer nas costas de outros é de dar engulhos. 
                                                 

Ou a pessoa recusa-se a ficar alheia aos acontecimentos no mundo todo  e onde a caça de erros é ganha pão de muita gente ou faz parte de hordas de denunciantes sentados atrás dos teclados, se fazendo de oráculos na nuvem. Parece que não há outra opção.

Bons eram os meus tempos onde o pau comia e não fazia diferença para mim. Continua não fazendo diferença porque não faço parte das hostes que decidem os rumos da manada, não toco o berrante nem estalo o chicote. Mas a poeira me atinge e me cansa limpar os tutanos de tanta sujeira.
Eu não tenho nenhum prazer em ver o circo pegar fogo e já vivi o bastante para saber que, quem se locupleta não é quem  coloca o peito na frente da baioneta.

Um dia chuvoso não faz mal a ninguém...



segunda-feira, 21 de novembro de 2016

O quadro escondido por 90 anos

                             

     
Na história da humanidade sempre aparece alguém, que recebeu ordem para destruir algum monumento importante e recusa-se.


Dessa vez, foi a descoberta de um quadro de Nicolau II, na Rússia. Supõe-se que, o pintor  que recebeu a ordem para pintar sobre a imagem de Nicolau II, uma outra de Lenin não o fez. Pintou nas costas do quadro. Disfarçou o outro lado original com tinta solúvel.

Descoberto o disfarce, por acaso e depois de escondido por quase noventa anos e de três anos de restauro, o quadro vai ser exposto. E, tem dupla face...

Quer detalhes? KLIKA



Não vai ter anúncio

-Sejam bem vindos. Obrigado por virem aqui.
                                     
Ao hospedeiro do meu blogue o meu agradecimento. Pode não ser o ideal para muitos mas para mim está ótimo. Aqui aprendi como manipular páginas, templates e acompanhar o funcionamento de uma página na internet. Parece pouco mas não é fácil para quem começa do zero e vai descobrindo pouco a pouco como funciona.
Seria interessante se eu manipulasse os códigos do hmtl, que é a linguagem da técnica do computador mas não me interessei. Assim está ótimo, não precisa de muito, visto eu não ter nome e fama para enxurrada de visitantes. Os que por aqui passam  já me deixam feliz, está ótimo. 
Os blogues já tiveram seu período áureo, com centenas, talvez milhares de páginas, vários hospedeiros, pessoas comuns que aprenderam a manipular templates e se dispunham a ajudar uns e outros, amizades interessantes. Mas foram para o Facebook e Twitter porque por lá os textos são menores, mais fácil de manipular, mais forma de divulgar e fazer amigos, a comunicação é mais rápida. Eu também fui para o Face mas continuo sem me preocupar em ser popular, ter milhares de pessoas aderindo e me seguindo. No Face é interessante, as pessoas se escondem e há pouca generosidade, pouco espírito de solidariedade, a menos que haja uma desgraça e alguém publique um texto. Vale as páginas de protestos e politica e os raivosos estão lá, como os piadistas, os pessimistas os moralistas os que não podem ser contrariados.

O google tem espaço para propaganda afixada na página do blogue e insiste no convite para eu aderir. Não me interessa. Talvez se eu tivesse milhares de visitantes e alguns deles, curiosos , klikassem no anúncio, poderia me animar. Mas o que serve anúncio para uma página onde a visita é apenas de quem gosta de ler textos leves, pensamentos jogados na página, quase em um trocar de pensamentos? Não tem polêmica ou grosserias para brigas e discussões de sabichões convictos de suas idéias a ensinar alhos e bugalhos. Não escrevo sobre moda, maquiagem ou produtos para passar na cara com a expectativa de ficar mais bonita e mais jovem. Não tem mensagem de pornografia e nem mulher ou homem pelado, mostrando a bunda como se isso fosse estética de bom gosto. Há quase uma pretensão da prevalência do intelecto, do passar mensagens para quem tem cérebro afeito às letras e aos livros. Não é página para quem não consegue ler mais que cinco linhas, em letras garrafais e com mensagem curta e direta. Não é pretensão mas linhas paralelas. Também não vou dar dados bancários, números de documentos pessoais a menos que fosse para arrecadar muita grana. Por merreca, fico na mesma.

Assim está bom: Eu venho cá, escrevo algo, não tenho compromisso com nada nem ninguém, não ganho para escrever o que mandam e nem tenho neurose  a ser curada nas páginas da internet.
Depois de tantos anos, comecei no UOL, na página zip.net, deixa o tempo me levar. Um dia serei uma vetusta, escrevendo para evitar o alemão. Quem sabe, ter aqui sua manifestação. Vai ser formidável... 


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sábado, 19 de novembro de 2016

Sérgio Moro é outro naipe

Juiz  Federal - Sérgio Moro
                                        
O  juiz Sérgio Moro, que preside as ações da Operação Lava Jato, pede apoio aos brasileiros para que exerça sua função. Não precisa disso pois é mais do que óbvio que o brasileiro, que não seja petralha, o admira e apoia. Não há possibilidade dele ser tocado sequer por seus pares. Além das prerrogativas constitucionais que ele tem como juiz, ele tem a admiração geral e irrestrita por ser honrado e corajoso.
Mas nada disso pode ser confundido com as denúncias que pesam, também, sobre os juízes de forma genérica ou particular. Abrir a Caixa de Pandora do Judiciário não tem ligação alguma com o juiz Sérgio Moro, sua equipe e os atos que desbaratam a corrupção na politica brasileira.

Quando as portas da corrupção no Executivo e Legislativo foram abertas, o Judiciário não podia manter as suas fechadas. O tzuname abriu tudo. Se discute-se os altos salários do Legislativo e Executivo não há justificativa em não discutir os absurdos que representam as contas pagas ao Judiciário.

Portanto, os reclames impingindo ao pensamento de esquerda as notícias e cobranças contra os atos de desmandos dos juízes, fora da lei, em evidente abuso de poder, dando-se de deuses intocáveis, oráculos do saber jurídico não tem nenhum cabimento.

Essa malta de juízes é tão esperta e se dão de tão intocáveis que, aproveitando o prestígio, a importância histórica de Sérgio Moro, querem embarcar na mesma canoa.

Deem-se o respeito. Tem muita gente nesse país que sabe do que está falando.

Misturando alhos com bugalhos? KLIKA

O dar de ombros

Marataizes/ Município de Itapemirim-ES
                          
Soltaram foguetes, cantaram e dançaram nas ruas. Pobre povo carioca, sem noção e sem rumo! O Garotinho, eleito governador, mulher eleita governadora, prefeita, filha deputada federal, ele chefe, conduzindo com mão de ferro a corrupção na compra de votos, no interior fluminense ... É muito poder em uma família onde a tônica é a Bíblia na mão e o pastor dizendo que ela é o guia. Mas, em um piscar de olhos o cara está em casa. O fingir-se de doente deu certo. Mesmo com todas as provas que ele vende saúde. Para a prisão eu não vou, berrou ele. E, não foi.

Em um país de analfabetos ou com pouco entendimento de uma simples novela da televisão, como exigir que essa malta entenda a complexidade da política? Como explicar que os cultos, os estudados tomam para si a riqueza da nação como se deuses fossem? Como explicar que juízes não percebem a importância do seu papel na construção da nação, que fazem parte de um dos três poderes da nação?

Hoje fiquei sabendo que o prefeito, reeleito, de Itapemirim no estado do Espírito Santo é réu em cento e vinte e três processos por corrupção.  Que roubou noventa milhões de reais dos cofres da micro prefeitura. Dos royalties do petróleo. A cidade podia ser um exemplo de beleza, ter seus  serviços públicos de graça. Mas o prefeito resolveu fazer sua a riqueza do município. E o povo inculto e estúpido, subdesenvolvido na alma e na cidadania, reelegeu o ladrão.

O Tribunal de Justiça do ES, depois da prisão de Garotinho e Cabral no RJ, resolveu se mexer e dar sua decisão. Antes que o corrupto assumisse a prefeitura. Decretou, o vampiro da população é ficha suja. Vai haver novas eleições. Mais dinheiro torrado, no prejuízo do povo. Essa gente brinca de casinha e não mede as consequências.O dar e ombros, fazendo que não está se importando, pode ter um fim desastroso.

Sei não, mas sem compromisso de sangue, duvido que algo mude.

Verifique: KLIKA

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sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Não vai ter algema

Ele disse que está doente.
                      
            
A prisão do Rio , Bangu, tem regras terríveis. Quando uma pessoa é presa,  colocam uma camisa de malha branca, calça cinza e raspam a cabeça máquina um. E assim, aparecem em público. Diferente de Curitiba onde aparam os cabelos e a roupa é própria. Em Brasília, quando os corruptos foram presos, fizeram até gesto político, levantando os braços com a mão fechada. Em Minas Gerais, as prisões são discretas e não mostram nada.

As prisões de dois governadores do estado do Rio de Janeiro foram de dar angústia na alma do brasileiro. Foram para Bangu. É verdade que a população local fez festa e soltou foguetes mas isso não quer dizer felicidade mas alívio. Afinal, o estado está falido, os salários dos servidores cortados, os hospitais e escolas pagando o preço da corrupção, do dinheiro desviado para comprar anel de oitocentos mil reais e fim de semana, como reis, na Monarquia de Mônaco, comprar votos de eleitores mantidos na miséria. São quase trezentos milhões desviados, pelo que foi apurado até agora, pagos com dinheiro vivo e com tratativas dentro do palácio do governo.

Depois de mostrar a prisão de Garotinho, aos berros e resistindo a prisão e Cabral com uniforme e cabeça raspada penso que começa a ser desenhada a possibilidade real de o Velhaco ir para a prisão. Pelo menos os seus seguidores arrefeceram na violência. Ainda mais quando quarenta membros de um grupo com ideologia contrária aos petralhas, fez o mesmo que eles, invadindo o Congresso. Tal e qual.

A história do Brasil continua a ser escrita e sem guerras. Tem muita nação estrangeira  de olho e levantando o tapete para não ficar prá trás. Fiquem de olho porque a República das Pizzas não é mais a mesma.

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Se der para você


Fim das novelas dos Boran

Boran Agha, o belíssimo - novela Sila
                
Hoje é o dia do último capítulo de duas novelas. Uma a da Band, Sila, com o ator turco Mehmet Akif Alakurt que faz o papel de  Boran Agha,  chefe  do clã Guentcho. A outra é com o clã de saguis das minhas redondezas cujo macho alfa demos  o nome de Chefe Boran. Ambos são chefe, chefe e chefe.

Enquanto a novela Sila exibe o seu último capítulo hoje, sexta-feira,  tomei a decisão de não alimentar Chefe Boran e seu grupo e tirar a macacada daqui de perto. 

Chefe Boran chegou aqui há dois anos. Eram ele, a fêmea e um filhote. O filhote morreu pouco depois e o casal  teve dois novos filhotes a cada seis meses. Um deles morreu e enterramos junto com Brisa. O grupo tem nove saguis.
Acontece que, com o crescimento do grupo, eles não andam mais juntos e se espalham em dois ou três. Chefe Boran controla os filhos no guincho e de longe. Até aí tudo bem se eles não começassem a ficar mais confiantes e pegar os passarinhos no pulo. A população de pardais praticamente acabou e estava um horror no meu telhado. O mesmo aconteceu com os canários. Diminuiu muito. Tentaram atacar os garrinchas dos ninhos de madeira e barro que eu coloquei na varanda. Não sei se conseguiram. Uma coisa é certa, vi um deles pegando um canário e lambendo os beiços ao comê-lo. O pior é que um deles pegou um caguinho quando este tomava banho no bebedouro, todos caíram na disputa e sobrou apenas  uma asa. Então tomei a decisão e, a partir de hoje a novela com os saguis também acabou. Não haverá um naco de banana para eles. Hoje já estiveram no quintal, já guincharam, pedindo comida mas acabou. Entre eles e os passarinhos não tenho sequer escolha.

Hoje pela manhã, fui ao veterinário para saber se havia a solução de castrar Chefe Boran. Mas fui preguiçosa em raciocinar sozinha que não é possível. O veterinário não tem licença do IBAMA e se eu for pega transportando macaco silvestre para a clínica vou presa. Ainda mais para castrar o bicho sem autorização. Castrar sem autorização quer dizer prisão para o veterinário, escândalo e clínica fechada. 
Eu já havia sido orientada quando telefonei para a Zoonose mas a ficha não caiu. Minha dificuldade em captar que bicho não é gente e vem no meu quintal apenas para comer é um mal que assola os dias de hoje e eu não fiquei imune. 

As pessoas agem com os  animais de forma equivocada quando eles deviam ser protegidos mas não cuidados porque uma coisa é diferente da outra. Saguis chegam a ser tratados como animais domésticos e isso é uma agressão à natureza. É preciso  deixá-los soltos, cuidando de si mesmos. O veterinário disse que, se eu não os alimentar, haverá controle da população de forma natural e me explicou como seria. Então, percebi que eu estou querendo controlar o que não é da minha conta mas do seguir da natureza. Saguis não estão em extinção e Chefe Boran é híbrido porque o primitivo está acabando. Tornaram-se praga, justamente por erro de conduta dos humanos. 

Em sendo assim, para quem segue a saga do saguis do clã de Chefe Boran, esta é a notícia. Não sei se será a última. Por mim, que se cuidem, que procurem outro lugar.

Enquanto isso, quero agradecer a Band, canal que transmite Sila, por nos ter dado o prazer inefável de  conviver todas as noites, durante este ano, com a beleza, o charme e o trabalho de Mehmet Aklif Alakurt. Ele abandonou a profissão e deixou poucos trabalhos. Mas a vida é assim mesmo, se não estamos satisfeitos mudamos tudo. A vida não é feita de um só caminho e quem não faz questão das lantejoulas da civilização tem a vida  mais feliz. 

Mais uma etapa acaba hoje e a vida segue.


- Chefe Boran, o magnífico
                        

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Poupando a alma

                  
Não vejo motivo algum para comemorar a prisão dessa horda de políticos. Dois ex governadores do Rio de Janeiro presos na mesma semana ! Isso não é pouco.
O juiz da Lava Jato mandou repatriar milhões de reais de alguns políticos envolvidos, bloqueou outros tantos de somas altas. É muita grana quando o povo está capenga, doze milhões de desempregados. O que deu nessa gente? Que coragem apoderar-se do dinheiro de um povo pobre, sedento de educação, conforto e orgulho da sua nacionalidade.

Por isso comemoraram tanto a vinda das Olimpíadas para o Rio de Janeiro. Eu soube que  uma engenheira civil, que trabalhou na reforma do Maracanã, recebeu tanto dinheiro como salário, que dizia poder queimar nota de cem como cigarro.

Não sei quanto tempo vai levar para o Brasil recupera-se. Ainda mais quando o preço pela construção de Brasília parecia esmaecer ao longe, com o Plano Real. A diferença, talvez, é a recuperação dessa dinheirama e sua aplicação onde devia ser.

Só sei de uma coisa, eu não comemoro nada. Pelo contrário, minha alegria é nula e nem estou vendo as notícias na televisão. Desliguei tudo para poupar a minha alma.

Lágimas de sangue! KLIKA

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Cada um com a dor dos seus calos

- Um olhar desse derruba avião
                                   

Com a eleição de Trump para presidente dos EEUU, a caixa de pandora foi aberta. De dentro dela saíram os que usaram máscaras durante anos. Antes, parecia que o país era um exemplo de convivência em superação profunda de suas diferenças raciais e sociais. De tal forma que bestuntos brasileiros chegaram a pensar que no Brasil também há racismo e assemelhados. Não teem nem ideia do que é discriminação porque não há nada semelhante por aqui.
No Brasil as discriminações são manifestação de problemas mentais, comum em todos nós. Freud explica que toda pessoa discrimina alguém ou alguma coisa. Por exemplo, um metropolitano discrimina um interiorano, um sulista discrimina um nordestino, mesmo sem saber do que está falando. 

Esses intercâmbios que brasileiros fazem nos EUA são completamente diferentes quando se trata de discriminação. Alguns relatos de quem foi estudar nos EUA são de arrepiar os cabelos. Ouvi um pastor evangélico dizer, que só descobriu que era preto quando foi estudar nos EUA. E, pasmem, quando descobriu que não era branco, ao voltar, foi um dos fundadores do Movimento Negro do ES.

Eu fui uma vez aos EUA. Costumo dizer que não fui aos states mas a Graceland. Para quem não sabe, é a casa onde Elvis morou e está enterrado. Fica na cidade de Memphis, no estado do Tennessee. Não fiquei focada somente na casa mas no circuito onde Elvis viveu, para entender melhor sua música e seu comportamento como sulista convicto. E, aproveitei para visitar lugares ligados à Guerra de Secessão, que eles chamam de Guerra Civil como museus históricos ligados ao assunto, por exemplo.

Fiquei lá quinze dias mas foi o bastante para sofrer discriminação nas lojas, no hotel, na lanchonete  e, principalmente, no restaurante.

Pode se dizer que no hotel e nas lojas tenha sido grosseria deles. Na lanchonete, onde chegamos para comer algum sanduíche típico, queriam nos colocar em um cercadinho onde só tinha latinos. Os pretos estavam em outro cercadinho assim como os brancos  em outro.
Quando a pessoa chega em uma lanchonete, tem uma corrente estendida, barrando a entrada. Então chega um empregado e encaminha a pessoa para o lugar. Eu desconheci ela levar para o lugar dos latinos, fingi que não estava entendendo e me dirigi para uma mesa que estava vazia, logo na frente. Os outros me seguiram e uma paulista chamada Jacqueline, muito nervosa, dizia que tínhamos que sentar onde  o empregado indicava. Só depois eu vi que estava na área dos negros. Nem me lembro se alguém achou ruim  mas ninguém mandou sair. Lanchamos numa boa.

No restaurante, a gente pegava uma bandeja, o prato e os talheres e escolhia a comida que estava em uma vitrine em tabuleiros, sendo servidos por gente do lado de dentro. Do tipo das cadeias mostradas em filmes. Eu apontava a salada, o arroz e uma posta gorda de peixe sapo, do Rio Mississipe, uma delícia que me dá água na boca só de lembrar. Não havia pesagem, não havia preço afixado e só o peixe vinha no prato. Os outros ingredientes vinham em cumbucas e em quantias aleatórias. Na hora de pagar, ao perguntar o preço fui tratada muito mal, de forma grosseira quando o preço devia estar afixado. Paguei o que a moça me pediu.

Em um desses almoços, ao apontar os ingredientes, a moça, preta como o teclado do meu computador, deu uma risada, falou qualquer coisa. Eu não entendi e insisti, ela não me atendeu e a fila empacou. Quando pedi socorro ao guia, ele disse para eu pedir de novo e eu o fiz. A moça, peitudíssima e gorda, ( São gordíssimos a ponto de andar em cadeiras de rodas) voltou a falar algo e não me serviu. O guia então me disse que ela estava me discriminando e dizendo algo feio sobre os latinos. Eu nem me lembro o que foi porque imediatamente pedi para falar com o gerente. O guia perguntou quem era o gerente, ele veio e , ele mesmo, serviu o meu pedido. Então a fila andou, com todo mundo espantado e dizendo que se fosse no Brasil ela seria presa, que não bastava sequer não sabermos  o preço da comida ... 

Ao comentar, já no Brasil, com minha irmã que era psicóloga, ela disse que ela discriminou o latino porque é discriminada pelo branco. Devolvia na mesma moeda. E, eu pensava que era branca, talvez parda, quem sabe brasileira típica e descobri que sou latina.

Em assim sendo, nada de lá é como aqui. Nem o tamanho da discriminação, do ódio aos semelhantes e na defesa da cidadania. Porque, se eles tem pavor de um ataque vindo de fora, com certeza sabem que existe mega ataque vindo das vizinhanças com hordas de miseráveis, abandonados em seus países mas querendo beliscar o que construíram. 

Cada um sabe onde lhe apertam os calos ...

Não sabia? Então klika

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Comeram o passarinho

                        

Minha Lua de Mel com os macacos acabou.
Marcus viu um deles, pegando no voo um  canário e comendo.

No meu quintal tenho um bebedouro e nele bebem e tomam banho vários tipos de passarinhos.

Hoje, um dos saguis pegou um caguinho que tomava banho no bebedouro do limoeiro. Disputaram, cortaram, dividiram e até chuparam os ossos.

A partir de hoje, vou continuar a colocar banana no muro para eles não entrarem dentro de casa. Mas acabou intimidade. Pensei que bem alimentados, poupariam os ovos dos passarinhos, pelo menos. Mas, já que não faz diferença, danem-se. 

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Que animal?

                                       
                          

No Face tem uma infinidade muito grande de joguinhos e participações em brincadeiras. Servem como interação entre os internautas, gozações sobre política, tipos de personalidade. Tem de tudo. É uma bobagem completa mas está lá e quem topa , vive. Os importantes, a gente intelectual não faz, não participa, não compartilha, não curte, não incentiva. Hordas de oráculos navegando na nuvem, esperando loas e jamais interagindo com ninguém. Teem milhares de seguidores e comentários  mas não retornam, não descem do pedestal.

Não sei como uma pessoa tem milhares de seguidores quando eu jamais ouvi falar nessa gente. De onde vem? Quem são? Como escrevem textos imensos no Facebook e não dão resposta a seus adoradores? Não sei mesmo.

Voltando ao joguinho a que me referi no começo, eu fiz um deles cuja pegunta é:  Qual tipo de animal eu seria? Veja a resposta.

Eu sei que é uma bobagem mas quero deixar arquivado aqui.

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quarta-feira, 16 de novembro de 2016

- Dá zero pra ele !

                        

Um dos erros substanciais do ensino público é sobre o conceito de coisa pública.
O camarada pensa que coisa pública é sem dono. Não entende que coisa pública é de todos, do conjunto da população nacional, de todo brasileiro, nascido e assim tornado.

Um exemplo é um subdesenvolvido fazer xixi na sibipiruna em frente da minha casa. O cara para o carrão, desce com o filho e ambos urinam na árvore da rua. Quando você esculhamba o ignorante ele, na frente do filho, diz que a rua é pública e ele tem o direito de ir e vir. Como assim?
Então, a estúpida aqui tem que fazer uma conferência, de graça, para explicar o que é coisa pública. Não exatamente para um adulto que pensa ser rico porque tem um carrão cheio de lata e horroroso. Mas para seu filho porque ainda resta uma esperança do brasileiro ser, um dia, desenvolvido.

Outro exemplo: Uma vez apareceu na minha sala um delegado de polícia, que havia conseguido na Justiça, através de um Mandado de Segurança, o direito de emplacar seu carro sem pagar as diversas multas, alegando que não fora notificado delas.
Chegou cheio de marra, jogando o Mandado Judicial, amarfanhado (Mais do que amassado) na minha mesa e dizendo que fora licenciar seu carro e o rapaz, que o atendera, disse que só se eu autorizasse. ( Vou poupar detalhes)

Eu, então,  mostrei a data do mandado para ele e disse que estava vencido  em dois anos. Ele virou uma fera e gritou que havia licenciado os outros anos com o mesmo papel e que tinha validade. Que funcionário de órgão público não tinha que dar palpites mas cumprir ordem judicial. Que iria ao juiz e que voltaria para  me prender porque ali era público e eu estava desacatando um delegado de polícia, descumprindo ordem judicial, que ordem de juiz não se discute mas cumpre-se e blá,blá,blá...

Quando ele acabou de gritar - um homem bonito, alto , com um terno e gravata que o faziam imponente, revólver na cinta que ele fez questão de deixar entrever - perguntei se ele sabia o que era um Mandado de Segurança, a validade da liminar e o que era notificação de multa. Ele curvou-se sobre minha mesa e disse que voltaria com as algemas na mão, que órgão público não tinha dono e, portanto, eu não era a dona para ir contra ordem de juiz. Tudo encarando no meu olho, com  as  outras advogadas apavoradas. Uma delas, Dra. Suely, falou Calma Calma. Depois eu soube que a voz dele tinha reboado no corredor e alguns servidores ficaram parados para ver o que era aquilo.

Eu me levantei e também apoiei minhas mãos na mesa, ficando cara a cara com ele, de supetão. Ele recuou e eu disse ( na certa alto demais ) que órgão público não queria dizer que não tinha dono mas que era de todos, que órgão público era do povo, que eu era paga, tanto quanto ele, com o dinheiro do povo. Que se ele entendia que órgão público não tinha dono, eu diria que eu era dona porque eu fazia parte do povo. Que ele devia estar me ensinando a respeitar o que era do povo e não eu, que se eu fosse desobedecer a lei que ele devia me prender em flagrante delito e blá, blá, blá.
Pasmem, ele respondeu muito nervoso e cheio de certezas:

- Nenhum órgão público se importa, nenhum funcionário recusou nos outros anos e não seria eu a primeira.
Eu respondi de boca cheia:
- Senhor delegado, o sonho acabou! 
Ele, ensandecido de raiva:
- Volto aqui e vou levar você algemada e no camburão.
E, saiu batendo a porta.

Quando ele saiu eu interfonei, imediatamente, para o Diretor Geral e rapidamente falei com ele. O delegado nem foi lá.  Foi direto para o Forum.
Pergunta se ele voltou?

Isso tudo é para mostrar que até quem devia saber o que é público e privado, não sabe. Tanto quanto as pessoas comuns. Que os conceitos são ensinados  de forma errada. 
Por isso, professor lidera ocupação de escola pública. O ignorante que ensina nossos filhos é uma toupeira equivocada e mistura alhos com bugalhos.
Dá zero pra ele!

Enquanto isso, o pobre continua ignorante e a classe abastada, nadando de braçada.



terça-feira, 15 de novembro de 2016

Noção de pobre

- Tolera-se tênis ...
                         
Quem é pobre como o brasileiro comum, não tem ideia do que é ter dinheiro a rodo. Ser semi analfabeto mas ganhar dinheiro entretendo  multidões, enquanto a miséria é implantada com a roubalheira do dinheiro público é coisa vista de longe.

Esse dinheiro pago a jogador de futebol que nasceu com o dom de controlar a bola com os pés não é sem um objetivo. Mesmo de forma subliminar  é a forma de controle da massa ignara que deveria estar embarcando em caravelas, invadindo novas terras. Na sua falta, deixa eles trocarem socos e gastar energia nos estádios. Já imaginou essa turba sem isso?

O mesmo se dá no cinema e televisão onde protagonistas de obras e jornalismo conseguem ganhar fortunas. Eles fazem multidões de acéfalos ficar na frente de uma tela para depois repetir certinho o que ouviu. São os teleguiados. Não é atoa que o jornalismo é considerado o Quarto Poder. E, artistas de cinema e televisão e jornalistas se julgarem os oráculos do mundo. Ninguém sabe nada se não for jornalista ou artista, de qualquer área. Artista por exemplo, tem certeza que o mundo não existiria sem suas caras e bocas e o jogar a verdade na cara dos reles mortais. Mudam o mundo. Uia!

Outra gente que enriquece da noite pro dia é a rama de componentes dos Poderes da Nação. Chegam a ganhar duzentos e setenta mil reais por mês. Melhor, sem prestar contas a ninguém.

Portanto, são as figuras dos Três Poderes da República, do Quarto Poder e dos que  distraem os paus mandados para não verem o que faz essa gente os  componente da cúpula da pirâmide da nação.

A dinheirama é tanta que uma casa pode custar quinze milhões de reais, apenas porque foi construída longe da escória. Ou sobra tanto dinheiro vindo do erário público que é mandado para ser guardado fora do Brasil. Dinheiro do povo que é levado para fora, de forma clandestina e vai servir outras nações. 

Não é privilégio do Brasil. O dinheiro desviado para fora do país foi tanto nos EUA, que aquele país fez acordo com a Suiça, com as Ilhas do Caribe para repatriar a grana. Não contente, deram prazo aos sonegadores, aos corruptos para trazerem de volta a grana sem que fossem punidos por evasão de divisas. Mas pagando multa... Foram trilhões de reais que entraram nos EUA e mais as multas. 

Então, o Brasil macaquito sempre macaquito, resolveu imitar e aplicou o mesmo sistema com o dinheiro brasileiro levado para fora. A repatriação não foi um sucesso retumbante porque brasileiro sabe que promessa não é dívida e dinheiro não aceita desaforo. Mas a grana arrecadada com as multas vai dar para pagar o antigo prêmio de Natal, hoje décimo terceiro, dos estados da federação e de algumas prefeituras.

Captou como você é pobre ?

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segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Os canalhas envelhecem

                        
                                  
A história do Brasil não tem registro acessível ao povo brasileiro. Óbvio que existem os jornais da época dos fatos e acontecimentos, embora viciados de opiniões, nem sempre isentas como deve ser o jornalismo.
Mas, feliz ou infelizmente, ainda há gente viva e lúcida para relatar o que se passou na época da ditadura militar. E, que não seja jornalista perseguido pela censura e, portanto, cheio de mágoa e com ótica distorcida, procurando ser vítima ou herói de resistência.

No final dos anos sessenta do século passado, ocupações em escolas e universidades eram tratadas como invasões. Os alunos comunistas, os inocentes úteis e os revoltadinhos invadiam as escolas públicas e universidades, as salas de aula para dizer seus discursos, tumultuar a vida acadêmica e atrapalhar quem queria estudar. 

Quando invadiram o Colégio Estadual,  em Belo Horizonte/MG meu irmão cursava o Científico e foi impedido de sair. Papai teve que ir no local para que a polícia o liberasse. Ele não era participante. Disse que os invasores  mandaram todos  fazer xixi em uma lata para, depois, jogar na polícia. Papai estava esperando Fernando ser liberado e um jato de xixi pegou nele.

Eu fazia o primeiro ano de Direito, em Belo Horizonte, na Praça Afonso Arinos e só havia a Federal em Minas Gerais, Lembro-me de ir ver os estudantes do quarto e quinto anos, os mais salientes fazendo discurso. Um deles Oswaldo,  depois casou-se com a filha de um professor catedrático, rico e poderoso e foi dar aula  no Rio de Janeiro, na Federal, nos anos setenta. Ela era minha colega de turma.
Outro era chamado de Cambraia, sobrenome,do quinto ano, oriundo de Uberaba e aproveitava para pregar a separação do Triângulo Mineiro para formar um  novo estado. Não sei que fim levou porque era formando.  Foi a primeira vez que eu ouvi falar a frase Uberaba Terra do Gado, pois ele dizia no seu discurso.

Eu ficava por ali porque tinha ido à aula na parte da manhã pois dava aulas à tarde e não podia perder tempo para ver a bagunça. Mas alguns colegas aderiram, chegaram a participar da UNE, do seu  congresso onde todos foram presos. O presidente da UNE era meu colega de sala e namorava a moça mais bonita da turma. Ele sumiu e, portanto, não se formou conosco. Não me lembro o nome e nem que fim levou.
Um colega torturado quando preso no Congresso da UNE, não queria comentar sobre estes fatos, anos depois. Mas insisti, quando o encontrei em uma comemoração anual de formatura. Então, disse apenas que mandaram ele ficar em pé, em cima de uma lata sem poder cair, horas a fio. E, que sentira-se um idiota por ter acompanhado os comunistas sem nada a perder.

As aulas de Direito Constitucional eram superficiais, com nova Constituição da ditadura, Atos Institucionais, Cassação e insegurança dos professores. Alguns alienados, faziam perguntas para aprofundar na matéria mas nunca havia retorno.

Qual o resultado disso tudo? O Ato Institucional Número 5, de dezembro de 1968 e que lançou o Brasil em uma ditadura de quase vinte anos.

Então, é bom ficar atento e observar os motivos por que o Velhaco ainda não foi preso. Alguns líderes das invasões dos anos sessenta estão vivos e em atividade. Alguns estão presos mas não mortos. Com certeza continuam tal como foram e dando ordens de dentro da cadeia. Bestuntos seguindo. Muitos militontos daquela época estão debaixo da terra. Pagaram com a vida por nada.
Mas os líderes principais e que obtiveram sucesso estão aí, com os bolsos cheios do dinheiro roubado do povo que eles queriam libertar da miséria e do atraso. Queriam implantar uma ditadura alinhada com Moscou. Caíram, afinal, o tempo passou mas eles continuam os mesmos, pagando para ver o circo pegar fogo. Mesmo que do fundo da masmorra. Os canalhas também envelhecem.



domingo, 13 de novembro de 2016

O roxo da derrota

- Shopping abandonado em Detroit/EUA
                          

A história da América do Sul, especialmente a do Brasil, tem provas documentais que o FBI e a CIA interferiram no governo e na implantação da ditadura de 64. Oficialmente ninguém se pronuncia. Boca fechada não entra mosquito. Ainda mais se for da Águia do Norte. Mas os documentos estão aí para qualquer um ler. 

Ontem eu vi um documentário sobre a crise econômica de Detroit, cidade que já foi a mais forte economicamente do planeta. Depois que o governo declarou a falência da cidade, o abandono de shoppings, casas, monumentos é absurdo. Até a estação ferroviária, um monumento típico estadunidense, está abandonado. Criaram uma teoria chamada Teoria dos Vidros Quebrados,onde o poder público recupera as vidraças quebradas, na tentativa de dar melhor aparência e evitar o caos. Mas tudo é assustador ao verificar o quanto o capitalismo pode fazer quando o capital vai atrás de melhores lucros. E, os melhores lucros estão na China onde não há capitalismo selvagem típico.

Nas entrevistas, o povo reclamou das ações do FBI e da CIA interferindo na cidade, no sistema de dois partidos políticos que impedem outros candidatos chegarem a presidência da república. Os outros partidos não tem a mínima chance. E, se o eleito não consegue ver que há necessidade de sobretaxar a importação, nada vai mudar. As falências vão continuar. 

Em outra reportagem, foi analisado que a candidata Clinton, deu a entrevista da derrota com uma roupa roxa que significa a mistura do azul e vermelho da bandeira nacional. Isso  mostra que ela é ligada a um grupo socialista que pretende conflito armado com a Rússia e implantação de grupos extremistas no próprio EUA. 
Então, ao culpar o FBI de interferir em sua candidatura, Hillary Clinton confirma que os dois órgãos fortes dos EUA não só interferem nos EUA mas regulam toda a América.

Portanto, pior que os sistemas políticos vigentes é o domínio da espionagem e de autoritários disfarçados de policiais de escol. E, nem sabemos quem são.

Senhores meros mortais, entendam porque é preciso uma lei regulando o abuso de autoridade. Aqui e ali tem gente que ama decidir os destinos dos cidadãos e das nações. Precisa desenhar?

Tá por fora? KLIKA ou AQUI

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Perdeu-se no tempo

- Recuperando meu tempo perdido.( Olhem o manacá à direita, raquítico mas perfumando tudo)
                                    
O tempo é criação do ser humano para regular suas ações e viver melhor. 
Quando tudo passa, parece que não vivemos. Tudo perdeu-se, fica para trás.
As pessoas que não conseguem superar o que passou sofrem mais, vivem da saudade, do que não existe.
É um mistério a formação de imagens, de fatos que não voltam mais e há quem não sobreviva a perda do que o seu próprio  tempo levou.

Quando envelhecemos é assim. Como muita coisa aconteceu a mente fica sobrecarregada e vive mais e melhor quem não olha para trás. Pior é quem levou a vida destilando fel, vivendo a vida dos outros, apontando caminhos que ele próprio não conseguiu trilhar. 

Nosso corpo é nosso guia. Quanto mais procurar confusão mais perde tempo para viver. Planejamento é tudo e a inveja de quem não planeja e sucumbe à desorganização é perigosa e mortal.

Eu arrependo-me muito de várias coisas que eu fiz principalmente por participar de eventos e mudanças na sociedade, quando me desgastei atoa. Podia estar viajando, curtindo a vida mas perdi tempo jogando pérolas aos porcos.

Ser líder é um impulso como qualquer outro. Não escolhemos, somos tragados, chamados  sem saber como. Colocar um ponto final é um esforço hercúleo e diário. Como se fosse um vício a ser vencido. E, como tal, não tem cura. Toda manhã eu digo a meus botões para não participar de nada que não for do meu estrito interesse. - Não se meta! Não se meta! Não se meta. Já disse a meus filhos que, se eu quiser participar de algo social e político amarrem-me ao pé da mesa.

Tenho pena de Hillary Clinton e sua derrota para a presidência dos EUA. Sua ideia fixa, cunhada nos tempos do colégio, viu seu marido ocupar o cargo com muito menos caminhada política. Agora, recebe a notícia dolorosa que outro homem ocupará o lugar tão desejado. Penso que a derrota começou quando mudou o seu nome de família para adotar o do marido. O inconsciente coletivo é perverso.
Para esse tipo de líder, ter seu lugar na história, de forma obscura e escondida não satisfaz. Só o tempo vai mostrar que tudo valeu a pena porque a vontade prevaleceu mas nada vale a pena em um mundo onde o tempo perde-se nele mesmo.

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Por trás das eleições dos EUA

                                 
Os adoradores estrangeiros da América estão em polvorosa. Quando seus próprios países  caem em desgraça, essa gente tem a convicção que os EUA tem a obrigação de recebê-los de portas abertas. 
O México resolve seus problemas de analfabetismo, crescimento econômico pífio e pobreza absoluta, exportando os abandonados para os EUA.  A nação preferiu a receita das remessas de parte dos salários dos coitados chutados pela miséria. Nada se compara com a imigração do século passado ou da colonização quando as nações estavam em formação. Depois da Segunda Grande Guerra, os EUA firmaram-se como nação, cresceram, tornando-se a Roma dos nossos dias. E, impõem suas regras como qualquer outra.

Ainda, a China, com dois bilhões de pessoas, invadiu o mundo com seus produtos e patentes dos EUA. A China sustenta-se com a produção esperta capitalista e do dinheiro sem dono. Cresce a doze pontos ao ano.
O estilo industrial da China levou a pátria do capitalismo perder postos de emprego, evasão de divisas, cidades abandonadas, portas abertas para os desqualificados profissionais a competir a menos nos salários quase zero, com bolsões de miséria.

O  presidente foi eleito, não porque não goste puramente da imigração ilegal ou dos muçulmanos barbados ou de panos na cabeça, iminentes homens bombas a deflagrar seus ódios e diferenças. Nem porque é deselegante com as diferenças  óbvias ou não segue a Cartilha do Politicamente Correto.

Ele ganhou porque preferiu não desafiar a Rússia mas propor conciliação  com a nação decisiva para o mundo. Diferentemente da outra candidata, sabe que a Rússia está no outro prato da balança e que as guerras do Oriente Médio estão sangrando a economia e o povo estadunidense, gerando hordas de perseguidos fugindo do caos. Ou miseráveis batendo em uma porta rota. Tem aí o viés que  interessou os eleitores. Tem uma esperança de melhores dias de paz e menos sofrimento na pátria exausta. 

O candidato venceu as eleições porque disse que vai taxar  os produtos industrias com patente estadunidense produzidos na China, gerando emprego na China e não nos EUA.

Estes pontos do discurso  pesaram para o povo, elevaram às alturas as inscrições para votar e fizeram a maioria no parlamento. Não é somente o Brasil que tem altos índices de desemprego. O índice da pobreza subiu mais que cinquenta por cento nos últimos anos. 

Ninguém quer  um presidente populista mais preocupado em aparecer, dançando com a esposa ou fazendo cafuné no gatinho da família mas sendo pau mandado da indústria bélica.