Elvis Week, cada vez mais só opinião
A chusma de analistas, aos borbotões por qualquer canal de televisão ou internet, chega a dar espanto. Porque não precisa mais deslocar-se de casa até o estúdio da emissora. Basta dividir a tela do ecran em três, quatro partes e colocar os tais a ganhar dinheiro fácil, fácil com o festival do achismo. Verborragia de primeira, olhos parados e cabeças abanando como Vaca de Presépio ( Frase de Nelson Rodrigues). Ninguém tem compromisso com as palavras. Nem eu. Geralmente possuem a mesma origem, quiçá foram colegas de escola, de bairro pois os sotaques mostram que são do mesmo lugar. Perdem a chance de ouvir opinião diversificada. Se houve pois há de ter coragem para ser personalíssimo e remar contra a maré. A disputa acirrada mostra bem. Procuram culpa em tudo. Urge apontar dedos. Concordar não é inteligente. Desde que se esconda na liberdade de expressão à moda da casa. Como diz Moacyr Franco: Quem tem semeia culpa às mãos cheias. Nem na ciência há concordância. Que dirá no tiro que matou na rua. Fica bonito mostrar que tem seguidor, prestígio e nome. Mesmo que for montado na maior besteira do universo. Há de se disputar lugar aos solavancos, nas ombradas, nos eculachos dos outros, nas ofensas cabeludas. De vez em quando uma elegãncia para aliviar a tensão. Danem-se os melindres pois ter opinião para tudo é fundamental. É, enfim, o dividir telas porque computador e microfone já tem em casa. Olhar de sono e caneca grande, tomando café, supostamente, também compõe a moda. Nem é diferente, no basta ter estante de livros como cenário e, talvez, um jarro de flor artificial.
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