quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Direito de fronteira

Filhote de sagui  na amoreira do meu quintal . Até os macacos tem fronteiras.
                       
Alguém cunhou a teoria  que o mundo não tem mais fronteiras. Logo surgiram seus seguidores. Por ter facilidade de divulgar essas idéias, repetidas na mídia e nas universidades, tudo fica revestido de verdade. Se alguém atreve-se a discordar assume ares de ultrapassado, bestunto que não entendeu a mensagem.

Eu entendi a mensagem e momentaneamente acreditei que poderia ser verdade. O mundo seria de todos e de ninguém porque a Terra é um planeta de todos. Mas, como sou provinciana e mal tenho contato com alienígenas, fico ressabiada em discordar de intelectuais universais.

Levei tempo para entender que essa teoria não é verdadeira. Para rebatê-la é preciso, no mínimo, de conhecimento de história e teoria geral do estado. Isso porque poderemos acompanhar como surgiram as nações, como foram formadas e qual o propósito de cada uma delas. Só pode defender a ideia de que o mundo não tem fronteiras, quem segue o pensamento europeu daqueles que usaram a régua para dividir nações a seu interesse como botim de piratas.
O mundo tem fronteiras. E, se você nasceu do lado errado pode tentar mudar mas precisa saber se o outro tem interesse. Um país é construído com a vida, a alma e a força de trabalho de seus naturais. Muitos pagaram com sangue o direito de poder construir uma nação com seus lideres à frente. Se um país tem melhores lideres que outros, azar dos outros.

O Brasil tem a proposta de receber gente de todos os lados do mundo. Pouca triagem fez ou faz. Aqui entra e sai quem quer. Desde que esqueça, na entrada, quem foi lá fora. É um recomeçar nova vida e assim tem sido. Aqui não se pergunta a origem e nem como veio parar no Brasil. Inclusive é considerado falta de educação perguntar qualquer coisa da vida privada de alguém. Talvez a Teoria da Não Intervenção dos Povos, criada pelo Barão do Rio Branco, tenha nascido daí. 

Portanto, um país qualquer, quando fecha suas fronteiras para quem não respeita sua formação, seus princípios e sua origem , ele está certo. Que os brigões, os radicais, os azedos, os intolerantes, fiquem em seus países ou lutem para torná-lo democrático. Serão aceitos em outro lugar se aceitarem as suas regras e não impor as suas próprias. Pior se for impor os de seu país de origem. Ora, se os costumes eram tão bons assim, por que saíram?


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